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domingo, julho 27, 2008

À BEIRA MAR

Projectada na distância onde o céu abraça o mar
navega uma vela branca, que me acorrenta o olhar;
aqui perto uma gaivota faz voo picado no mar
e no bico traz o peixe, que lhe servirá de jantar;

Muito calmo, muito manso, cá para lá a baloiçar
o mar acarinha meus pés, deitados na orla do mar;
com ternura de amante, muito doce, muito doce,
uma aragem, leve e fresca, o meu rosto vem beijar.
Jeracina Gonçalves

sábado, julho 26, 2008

A BRISA DA MADRUGADA

Os dedos brandos, esguios, da brisa da madrugada
soltam límpida melodia da harpa verde, delicada,
onde nidam passarinhos, em frente à minha janela.

A sonância delicada das verdes cordas tangidas,
qual vento vivo e forte arrasta a vil enxurrada
leva de mim o cansaço, que traz a minha alma
tão triste, que traz a minha alma tão magoada...

Límpida e pura, minha alma eleva-se no espaço.
Renovada e forte, a minha alma avança segura
ao encontro dos sonhos perdidos na noite escura.
Jeracina Gonçalves

sexta-feira, julho 25, 2008

A TRAIÇÃO

É uma dama vistosa,
cortês e bem refinada,
a máscara da negra traição;
é simples, sem atavios,
nem máscara, que tape o rosto,
a lealdade do coração;

Quero-me com gente que grita,
que solta o que lhe vai na alma
quando, na alma, magoada;
grita, mas não esconde
a faca atrás do biombo
pronta para ser atirada;

O verde que enche meus olhos
cresceu na várzea da serra.
É feito da alma serrana.
Tem a firmeza da rocha,
tem a pureza da água,
que desce lá da montanha.

É uma dama vistosa,
cortês e bem refinada,
a máscara da negra traição;
é simples, sem atavios,
nem máscara, que tape o rosto,
a lealdade do coração
Jeracina Gonçalves

sexta-feira, julho 18, 2008

A BRISA DO MAR


Ó brisa doce
brisa que sopras do mar,
leva para bem longe esta névoa que meu céu escurece
atormenta o meu coração e embacia o meu olhar;
solta este dique que amarfanha  a minha alma
sedenta do azul do céu e da luz branca do luar.

Ó brisa doce
brisa que sopras do mar,
leva meus sonhos contigo.
Dispersa-os pelo azul dum amanhecer de Verão
e trá-los de volta, bem vivos, ao meu coração.
Não deixes que meus sonhos se vão!

Ó brisa doce
brisa que sopras do mar,
Vem. Traz-me a luz que ilumine o meu olhar.
Traz-me o sol da ternura
traz-me a luz d'alegria,
que extinga em mim esta névoa tão negra e fria
que meu céu escurece e meu olhar embacia.

Vem, brisa que sopras do mar!
Traz-me o azul do céu e a luz branca do luar!
Jeracina Gonçalves

quarta-feira, julho 02, 2008

Por vãos caminhos

Por vãos caminhos caminhaste
teus sonhos para lá abandonaste
em desvairados desdéns
esgares na boca
de quem 
para si 
é coisa louca
ouvir prudências
conselhos cautos.

No tempo 
sempre é tempo
de inverter a caminhada
dar novo sentido à jornada
emendar a má passada
trazer os sonhos de volta
com denodo e alegria
retomar o tempo perdido
dar novo caminho à vida.

Jeracina Gonçalves