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domingo, novembro 27, 2022

 CAMINHO PARA UM MUNDO MELHOR

 


O curso do rio desperdiçado
Entre ravinas agrestes
Quando bem orientado
Cria oásis de vida, férteis;

Não desperdices a vida
Foi-te oferecida por amor
Da tua vida faz caminho
Para um mundo melhor;

Hei! Sim, estou aqui.
Estou aqui e gosto de ti.
Gosto de ti e gosto de mim.

Gosto de mim como sou
Com defeitos e virtudes
Vitórias e fracassos;
Por isso gosto de ti.

Gosto de ti como és,
Com defeitos e virtudes
Vitórias e fracassos
Tua Fé e teus abraços.

Hei! Sim, estou aqui.
Estou aqui e gosto de ti.
Gosto de ti e gosto de mim.

O curso do rio desperdiçado
Entre ravinas agrestes
Quando bem orientado
Cria oásis de vida, férteis!

Não desperdices a vida
Foi-te oferecida por amor
Da tua vida faz caminho
Para um mundo melhor;

Hei! Sim, estou aqui.
Estou aqui e gosto de ti.
Gosto de ti, porque gosto de mim.

Não somos seres perfeitos;
Somos apenas humanos
Em contínua aprendizagem
Até que termine a viagem.

Hei! Sim, estou aqui.
Estou aqui e gosto de ti.
Gosto de ti, porque gosto de mim.

Gosto de ti e gosto de mim
Com defeitos e virtudes
Com vitórias e fracassos
Em contínua aprendizagem
Até que termine a viagem.                               

Hei! Sim, estou aqui.
Estou aqui e gosto de ti.
Gosto de ti, porque gosto de mim.

                                                            Jeracina Gonçalves
                                                            Barcelos/Portugal, 27/11/2022

                                     

quinta-feira, novembro 24, 2022

 O PODER INSANO


Sob a égide da divindade do poder insano
Arrasa-se tudo o que mexe e o que não mexe
Converte-se em cinzas a história de um povo
Mutilam-se e matam-se as suas gentes
E mata-se a esperança num mundo novo
De colaboração e união entre todos os povos.

Porquê, Senhor! Porquê!?
Este grito solta-se do meu peito.
De fazê-lo parar não tenho jeito!
Porquê, Senhor! Porquê!?
Porquê na Terra tal desacerto?

Senhor, derrama pelo mundo o Teu Amor
Abate a ânsia nociva dos corações predadores.
Em seu âmago instila o elixir do AMOR.

                                  Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal 30/06/2022

terça-feira, novembro 22, 2022

 UMA BELA QUIMERA


Sonhei
Sonhei um mundo d’Amor
Em perpétuo crescimento
Como se fora no vento
Na asa do meu pensamento
Corria os caminhos da Terra
Dela erradicava a guerra
E o ódio que a fomenta.

Sonhei...
Meu sonho, uma bela quimera!
Meu sonho é pisado na terra.
O ódio acende mais guerra
A saltitar pela Terra.
Mata, impõe sofrimento
A qualquer ser indefeso.
Alarga a pobreza e a dor.

Sonhei
Sonhei um mundo d’Amor
A progredir sobre a Terra
A abraçar em seus braços 
Todo o sofrimento, toda a dor.
Sonhei...
Meu sonho uma bela quimera!
Na Terra segue o ódio, segue a guerra.


                                                Jeracina Gonçalves
                                                Barcelos/Portugal

segunda-feira, novembro 21, 2022


 

 A INFLAÇÃO

Cada vez que vou ao hipermercado saio angustiada. Não tanto por mim, que não sou esbanjadora e a minha pensão ainda vai suportando o embate; mas pelos milhões de portuguesas e portugueses que têm pensões de miséria e têm a renda da casa para pagar, o gás, a luz, a água, a medicação e todas as outras despesas imprevisíveis decorrentes do dia-a-dia, e pelos milhões de portuguesas e portugueses que auferem o ordenado mínimo e, além da renda, da água, da luz e do gás têm os filhos para alimentar, calçar, vestir e educar. E pergunto-me, tantas vezes: como é que essa gente pode viver? Como é que essa gente põe comida na mesa todos os dias?
Tem de haver muita criatividade e muita contenção para conseguir orientar a vida sem cair no desespero de não ter forma de alimentar os filhos. E a pobreza cresce entre a população do nosso país.
Longe de mim dizer, ou sequer pensar, que não devemos ser solidários com o povo martirizado da Ucrânia.
Devemos! A sua luta é justa. É nosso dever estarmos com ele de todo o coração e com toda a determinação (por ele e por nós), e ajudá-lo no esforço de expulsar o invasor, que mata as suas gentes, destrói as suas cidades, as suas aldeias, as suas vilas e todas as infra-estruturas de sustentabilidade, numa política de terra queimada. Desde as de distribuição de água potável, energia elétrica, hospitais, creches, maternidades, igrejas, escolas, jardins-de-infância... nada respeita, tudo arrasa sob a fúria da sua metralha. E faz das mulheres, dos velhos e das crianças seres ambulantes com a vida numa mala. Deixam a sua casa, o seu lar para salvar a própria vida e a dos filhos. Mas há os que não têm forma de sair, não têm meios, não sabem para onde ir, e são massacrados todos os dias pela metralha assassina, que mata e estropia crianças, mulheres, velhas e velhos que nasceram ali e ali viveram e trabalharam toda a vida e, no fim dela, são sujeitos a uma guerra imposta por um imperialista cobarde e saudosista, entrincheirado entre as paredes douradas dos seus palácios. Manda invadir o pais vizinho, soberano e independente, com direito a escolher e a definir a política a seguir e os países que quer para seus parceiros. Impõe-lhes a guerra, essa malfadada palavra com todo o harém pornográfico que a incorpora: morte, sofrimento, dor, fome, miséria, cobardia, traição, sangue, destruição, escombros, desalojados, drones, mísseis, e todas as sofisticadas ferramentas de morte que lhe dão suporte.
O país mártir não pode ser abandonado. Temos de estar do seu lado.
Todos os países que prezam a liberdade de uma democracia devem estar do seu lado e ajudá-lo de todas as formas possíveis. O que não devemos é permitir que haja entre nós quem se aproveite da situação para enriquecer (e há sempre quem o faça), aumentando os preços exageradamente, fomentando, assim, ainda mais, a fome e a miséria.
O nosso governo precisa de estar atento aos aproveitadores da miséria alheia para encherem indevidamente o saco. Deve fiscalizar e castigar duramente quem se aproveite da situação e dar especial atenção à subida de preços de determinados alimentos básicos, do gás, da água e da eletricidade, e subsidiá-los para determinada camada da população.
Há coisas que não podem encarecer do jeito que acontece; não podem ser sujeitas a esta inflação galopante. São indispensáveis à sobrevivência.
E nós, os que recebemos um pouco mais, os que temos um pouco mais de folga na nossa economia familiar, temos o dever de partilhar um pouco do que temos e ajudar as instituições de solidariedade social que, no terreno, estão atentas e ajudam a colmatar as necessidades das pessoas economicamente mais débeis.
Só de mãos dadas, num cordão de solidariedade e amor, o mundo poderá vencer os desafios cada dia mais prementes e de mais difícil solução.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 20/11/22

In: INOVADOR

quinta-feira, novembro 17, 2022

O SILÊNCIO DA LUA

Silêncio!
Deixem-me pensar.
Talvez, um dia,
Diga tudo que tenho para falar.

Daqui, deste lugar,
Olho a Mãe-Terra
E tenho vontade de chorar:
Tanta dor infligida
À Mãe que sustem e alimenta a vida!

Silêncio!
Deixem-me pensar.
Talvez, um dia,
Diga tudo que tenho para falar.

Daqui, deste lugar.

Olho a Mãe Terra
E tenho vontade de chorar:
Tanta maldade, tanta guerra,
Maus tratos, tanta dor
Espalhada sobre a Terra!...
Porquê, meu Deus e Senhor?

Silêncio!
Deixem-me pensar.
Talvez um dia
Diga tudo que tenho para falar.


Os humanos, seres perversos,
Maltratam a saúde e a beleza
Desta casa 
Seu berço, seu suporte.
O seu suporte da vida!

Daqui, deste lugar,
Olho a Mãe Terra
E tenho vontade de chorar.


                                       Jeracina Gonçalves
                                       Barcelos/Portugal,15/11/22

sexta-feira, novembro 11, 2022

 UMA CARTA À ACEITAÇÃO

 Olá, querida amiga!

Somos conhecidas e amigas de longa data (creio poder chamar-te de amiga, pelo muito que me tens ensinado sobre a vida e a sua volubilidade). 
Na vida nada é permanente, disseste-me, e que deveria tê-lo presente em mim, em cada momento. A vida tão depressa sorri cheia de alegria e entusiasmo, a caminhar por paisagens soalheiras e campos floridos e perfumados, como te imerge na dor e te abre abismos e desfiladeiros apertados, escuros, sem sol, entre altas e abruptas falésias agrestes. E quando esse lado mais perverso da vida me acontece, quando desesperada de dor, desarmada, sem saber o que fazer para encontrar a saída desse lugar escuro, fechado, agreste, sempre me apareceste tu, com a tua serenidade, a tua sabedoria, o teu bom senso, dizendo-me docemente: “minha querida, estou contigo, não desesperes. É apenas um momento menos bom, mas vai passar. Vais encontrar de novo o caminho da planície e tudo sorrirá novamente. Olha em frente sem desespero e caminha. Olha e caminha. Não permitas que o desalento tolha a tua passada. Caminha de braços abertos, disponível para dar e receber, com a firme certeza de que nada é permanente; nada é para sempre. E tudo o que acontece tem um sentido, um objectivo próprio, humanizador e facilitador do crescimento e do enriquecimento pessoal, se for compreendido e aceite.”
Obrigada, querida amiga, pelo amparo, pelos ensinamentos e pelo acolhimento que dás às minhas dores. 
Ser-me-ia difícil a caminhada sem ti; mas tendo-te comigo, basta-me olhar em volta, para esta bela engrenagem interdependente que é a vida neste todo universal de que fazemos parte e do qual cada um de nós é uma ínfima partícula entre muitas outras constituidoras do todo, para perceber o quanto tenho a agradecer e aceitar o que vem, e o que vier, nesta interdependência que é o universo. E o quanto é urgente aprendermos a tratar uns dos outros, esquecendo um pouco o “eu”, individual, para pensarmos plural: nós.
Abraço-te, Amiga.
Jeracina Gonçalves/Barcelos Portugal

domingo, novembro 06, 2022