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quarta-feira, abril 28, 2021

O VAZIO NO CORAÇÃO

Não há sol nem lua a iluminar a minha mente
Hoje insípida, incolor, sem vida.
Não fluem as palavras no seu leito corrente.
Emperram nos flancos dos rochedos,
Fazem redemoinho, cobrem-se de sujidades,
Fazem-se lentas, arrastadas...
Deixam em meu coração este vazio
Este poço sem substrato, negro, oco, frio,
Este limbo arenoso, estéril, que hoje me habita.

Não há sol nem lua a iluminar a minha mente.
As palavras não fluem, ficam encravadas,
Cobrem-se de sujidades, fazem redemoinho…
As que se soltam são ocas, vazias, despidas.
Sem corpo nem som que lhes confiram densidade
Sem corpo nem som que deem forma e corpo ao poema.
O poema não cresce. Morre desnutrido, mirrado…
Morre contra os flancos dos rochedos crescentes no leito de mim.
Fica este vazio estéril, este deserto ressequido, frio
Que sinto hoje em meu coração.

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal

sábado, abril 24, 2021

Investigador da U.Porto conquista Bolsa da National Geographic Society

 

Luís Ceríaco, biólogo e curador do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), irá receber uma Bolsa da National Geographic Society para explorar, em Angola, uma das zonas mais misteriosas e fascinantes do continente africano. 
Luís Ceríaco já descreveu mais de duas dezenas de novas espécies para a ciência. (Foto: DR)

Remete para o imaginário das cidades invisíveis de Italo Calvino, esta Serra da Neve que emerge a sul do território angolano. Uma espécie de ilha, num mar de areia. Montanha acima, e já de pés bem assentes na rocha, a descoberta dos seres que a habitam só adensa o mistério. E obriga a aguçar o engenho dos exploradores.

“De repente, no meio de uma área semidesértica e plana, temos uma autêntica ilha de rocha que se eleva mais 1900 metros relativamente a tudo a que a rodeia”, descreve Luís Ceríaco, que já enfrentou esta massa rochosa por duas vezes. É como estar “num barco”, no meio do oceano, e descobrir uma ilha “que é das zonas mais intocadas de Angola”.

Localizada na província do Namibe, em Angola, a Serra da Neve é uma cadeia montanhosa, coberta pela vegetação da floresta de Miombo, que emerge em contraste com a aridez das savanas circundantes de Mopane. Uma espécie de oásis de vegetação a boiar no deserto. As suas características únicas são o íman que atrai os investigadores.

“É o tipo de sensação que qualquer cientista procura”, reconhece o explorador, mesmo que as condições sejam bastante adversas. “O terreno é duro, quente e sem espaço para erros de logística. Não há estradas e os caminhos são precários. Vale a força dos jipes e a audácia dos condutores”.                                                                                                

    De: "Casa Comum" - Universidade do Porto                                                                                      

quinta-feira, abril 22, 2021

Vinte e dois de Abril – DIA MUNDIAL DA TERRA


Neste Dia Mundial da Terra convém que cada um reflita e se debruce sobre os seus comportamentos e atitudes em relação a esta casa que nos foi emprestada e que todos habitamos, juntamente com outros seres viventes, e analisemos as crises diversas que estão a afetar a vida; a nossa vida na Terra. E refiro-me concretamente à crise sanitária, que hoje atinge tão profundamente toda a humanidade, à crise económica por ela agravada em alguns países e, desencadeada, noutros, que veio acentuar as desigualdades preexistentes, e à crise climática, se calhar, a dinamizadora mais ativa das duas anteriormente referidas.

Se olharmos retrospetivamente, com atenção, o comportamento da Terra, verificaremos que há muito tempo geme e nos manifesta o seu desagrado pela forma como tem vindo a ser tratada por nós. Grita-nos o seu desespero com cataclismos diversos em todas as latitudes e longitudes, cada vez mais acentuados e profusos, expressando o seu pedido de socorro. Mas, surdos para os seus pedidos de auxílio, não lhe temos dado ouvidos. Continuamos a maltratá-la e a degradar o ambiente que nos sustenta. E o seu acentuado aquecimento global tem vindo paulatinamente a crescer, manifestado nos degelos que estão a acontecer nas calotes polares, na alteração do clima das diferentes regiões, nas diferentes catástrofe que vão sucedendo por todo o lado… 

E, agora, esta crise sanitária que afeta toda a humanidade, juntamente com a económica de que se faz acompanhar, não será mais uma forma de nos lembrar, de nos fazer compreender, que somos parte de um todo uno, que só em união, em comunhão solidária, poderemos enfrentar as diferentes crises, sairmos delas e sobreviver-lhes?

Analisemos a História. Atentemos nas inúmeras civilizações evoluídas, que viveram antes de nós e nos deixaram marcas tão preciosas de culturas e de saberes tão diversos, e pereceram no tempo por razões ainda não compreendidas. Não queiramos ser, tão cedo, mais uma civilização desaparecida na Terra. Não percamos mais tempo. Avancemos todos (Humanidade) em comunhão (ricos dando a mão aos pobres), contra as crises que afetam o Mundo, num combate unido e determinado.

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 22/04/2021

segunda-feira, abril 19, 2021

TUAS MÃOS NAS MINHAS MÃOS

Num gesto de despedida estendes-me a tua mão.
Tomo-a entre as minhas mãos palpitantes
ansiosas por essa entrega doce.
Aperto a tua mão entre as minhas mãos;
Levo-a ao meu coração.
- Sentes? – Pergunto.
Sorris.
O teu sorriso enleado
Fala o que meu coração quer ouvir.
Diz-lhe que o compreendes.
Ouviste o seu apelo gritante.
O meu coração abraça o teu.
Silenciosamente.
Leva a certeza que aspirava conhecer:
Os nossos corações estão unidos por esse fio invisível
Distância alguma os poderá separar.
Sei que te encontrarei quando enfim regressar.
De novo apertarei a tua mão
Entre as minhas mãos palpitantes
E os sonhos que sonhamos
Iremos concretizar.

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, Agosto/2020

Cartas Portuguesas’ de Mariana Alcoforado editadas em Espanha



As ‘Cartas Portuguesas’ atribuídas a Mariana Alcoforado (1640-1723), um dos primeiros exemplos de uma “novela epistolar”, foram publicadas em Espanha com notas e introdução do historiador José António Falcão, numa tradução de María Jesús Fernández.
As ‘Cartas Portuguesas’ são cinco missivas de amor, “cheias de ardor”, alegadamente escritas por uma freira de um convento de Beja a um aristocrata ao serviço do exército francês “num período culminante da Guerra da Restauração”, cujo nome não é revelado, e que foram publicadas pela primeira vez em 1668 por um editor parisiense.
Na opinião de José António Falcão, as “Cartas Portuguesas” são “um dos primeiros exemplos, senão o primeiro, de um género original, a novela epistolar” que surgiu no século XVII”, referindo ainda a “aura criada em torno da sua autoria”.
Para uns, estas cartas são uma criação apócrifa, ou seja, cuja autoria não é a da freira de Beja, mas sim de origem francesa, outros “veem nelas o reflexo da identidade portuguesa”.
A edição original francesa esclarece desconhecer o destinatário das cartas e quem as traduziu, mas a dúvida da sua autoria paira entre a freira portuguesa e Gabriel-Joseph Guilleragues, pseudónimo de G.-J. Lavergne (1628-1685), que foi embaixador de Luís XIV de França no Império Otomano, e cujo talento literário era apreciado, tendo sido redator chefe da “Gazette de France” e referenciado como tradutor das “Cartas” numa “edição pirata” de 1669.
Para Falcão, “a história das ‘Cartas Portuguesas’ constitui em si uma novela”, referindo que Mariana “recorreu a uma prosa distinta da usada habitualmente na época” com uma estrutura sem períodos nem parágrafos, o que “suscitou críticas por parte dos literatos”, nomeadamente Gabriel Guéret.
Falcão faz referência à evolução da crítica histórica e literária sobre as “Cartas”, que assumiram interesse em Portugal no século XIX, com Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco, que consideraram terem sido escritas originalmente em francês.
José António Falcão cita os contributos de vários investigadores sobre esta temática, designadamente Teófilo Braga, Luciano Cordeiro, responsável pela “redescoberta e reinvenção nacional da freira de Beja”, e Edgar Prestage que escreveu sobre Mariana na Enciclopédia Britânica em 1911.

Fonte: Notícias ao Minuto
De: PPporto.pt
Publicado por: Jeracina Gonçalves

terça-feira, abril 13, 2021

 

DigiTraining: programa de capacitação para museus de pequena e grande dimensão


DigiTraining, Digital & Audiovisual Capacity Building for Accessible Heritage, co-financiado pelo Europa Criativa, é um projeto europeu dirigido a pequenos e médios museus, bem como outras organizações de património material ou imaterial com instalações abertas, acessíveis ao público.
O DigiTraining lançou uma call, até ao dia 31 de maio de 2021, para apresentação de propostas com o objetivo de fornecer a estas organizações novas competências, ferramentas digitais e recursos de gestão para que estas melhor enfrentem o desafio da transformação digital.
Este projeto é liderado pela Foundation for Research and Technology – Hellas (FORTH) e conta com a parceria de ARMINES, Khora Virtual Reality, CUMEDIAE – Culture & Media Agency Europe e Manufacturing Curiosity / C-Factor, sendo que INOVA + é o parceiro português do projecto.

Para mais informações (+)

De: PPorto.pt
publicado por Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal

segunda-feira, abril 12, 2021

 

Encontrada “cidade dourada perdida” com três mil anos no Egito

golden_city_egipto

Uma equipa de arqueólogos descobriu a famosa “cidade dourada perdida”, que permaneceu escondida durante 3000 anos entre as areias de Luxor, no sul do Egito. Procurada há vários anos, esta deverá ser a maior cidade já encontrada no antigo Egito.
Segundo os arqueólogos envolvidos na exploração, trata-se de uma das mais importantes descobertas desde que o túmulo do faraó Tutankhamon foi encontrado. De acordo com o arqueólogo egípcio Zahi Hawass, que liderou a missão, a construção terá três mil anos e remontará ao reinado de Amenhotep III, um dos faraós mais poderosos do Egito, que governou de 1391 a 1353 a.C.
Na operação, que começou em setembro de 2020, os arqueólogos começaram a desenterrar materiais que pareciam pertencer a uma cidade, sendo surpreendidos por “camadas arqueológicas intactas há milhares de anos, tal como deixadas pelos antigos residentes ou como se tivessem sido usadas ontem”.
Além de peças de barro e cerâmica, a equipa conseguiu ainda identificar alguns dos edifícios, como uma padaria, uma cozinha, um cemitério, zonas administrativas e residenciais, e ainda algumas tumbas. Junto à edificação, foram também encontradas peças de joalharia, entre os quais anéis, amuletos com o formato de escaravelho e tijolos com os selos de Amenhotep III. “O que eles desenterraram foi o sítio de uma grande cidade em bom estado de conservação, com paredes quase completas e salas repletas de utensílios do dia-a-dia”, detalhou Hawass, em comunicado.
A cidade, situada entre o Templo de Amenhotep III e Ramsés III, terá permanecido em funcionamento durante os reinados seguintes, tanto do filho do faraó e futuro herdeiro do trono, Amenhotep IV, como do sucessor, Tutankhamon.
Com esta descoberta, Betsy Bryan, professora de Arte e Arqueologia egípcia na Universidade Johns Hopkins, afirma que a cidade demonstrará “um raro vislumbre da vida dos antigos egípcios” durante a época em que “o império era mais rico”. Além disso, é ainda possível que a escavação venha a desvelar “túmulos quase intocados e cheios de tesouros”, adiantou.

(…)                                                                          
                                                                                                                                        Fonte: pporto.pt

Publicada por Jeracina Gonçalves em 12/04/2021

domingo, abril 11, 2021

A FONTE E A VIDA

Um templo de luz de fluida chama
Em cascata a descer pela montanha
Inunda toda a vertente
Espraia-se pelo vale em forma de fecundo lago.
Lago de vida a crescer e a multiplicar-se
Sob o amplexo do seu abraço criador,
Que é vida, que é alimento, que é beleza,
Que é cor e é sabor.
E cria belos recantos de puro encantamento
Para a minha alma
E para o meu corpo profícuo e salutar alimento.

Lago fecundo, em vida e em beleza,
Em permanente mutação.
Assim como a vida. A nossa vida.
Essa linha irregular tão frágil, tão insegura…
Feita de mutações variadas ao longo de toda a vida.
Nem todas aconchegantes entre aveludados coxins.
Algumas são pedra britada e muros caídos,
Que só a custo, muito a custo, são reerguidos;
Outras são planuras estéreis, insípidas,
Despidas dos outeiros e dos vales que à vida dão a beleza e o sentido;
Algumas são cânticos, são risos…
Fluem por alamedas de rosas alegres e perfumadas.

A vida. A nossa vida
É feita de mutações inconstantes, volúveis…
Variadas.
De personalidade instável.

A vida. A nossa vida
É um rolar permanente de dúvidas, de incertezas.
Tão depressa nos abraça e nos abre caminhos perfumados,
Como nos atulha o caminho de pedra britada.
Pedra angulosa, que nos fere os pés. Deixa-os a sangrar.

A vida. A nossa vida.
É feita de mutações variadas, inconstantes, volúveis.
De personalidade instável.

Um templo de luz de fluida chama
Em cascata a descer pela montanha
Inunda toda a vertente
Espraia-se pelo vale em forma de fecundo lago.
Lago fecundo, em vida e em beleza,
Em permanente mutação.
Assim como a vida. A nossa vida.
Essa linha irregular, tão frágil tão insegura…
Um rolar permanente de dúvidas, de incertezas.
Mas é a vida. A nossa vida.
Tempo para amar, para rir, brincar, chorar…
Viver!
Há que agarrá-la com a alma, com o coração
E com ela caminhar, sem esmorecer,
Tendo por guia a esperança a iluminar o olhar.

É a vida. A nossa vida:
Tempo para amar, rir, brincar, chorar: Viver!
Há que agarrá-la com alma e coração
Com ela caminhar sem esmorecer!

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 23/08/2020

sexta-feira, abril 02, 2021

PÁSCOA É RESSURREIÇÃO, É LUZ, É VIDA

Páscoa é Ressurreição, é Luz, é Vida.
É a Esperança renovada numa vida transformada para melhor.
Que esta Páscoa, que agora se aproxima, traga a tão desejada transformação para um mundo melhor:
Onde haja caos, sofrimento, dor, renasça a vida repleta de vitalidade e de AMOR;
Onde persista a escuridão, a indiferença de corações fechados, a LUZ os  ilumine 
e provoque caminhos de solidariedade e AMOR;
Onde haja caminhos perversos de maldade e rancor, 
se transmutem  em caminhos de Paz, de Solidariedade, de Alegria e de AMOR;
AMOR UNIVERSAL, de interligação  pacífica e solidária:
Onde haja guerra se faça paz; 
Onde haja dor se faça refrigério; 
Onde haja tristeza se faça alegria;
Onde haja ódio se faça  amor:
Onde haja desilusão se faça Esperança
Onde haja cobiça e egoísmo se faça solidariedade e partilha...

Que nesta Páscoa, se faça Páscoa sobre toda a Humanidade.

    FELIZ PÁSCOA!

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 03/04/2021