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segunda-feira, dezembro 30, 2013

FELIZ ANO 2014!
QUE O ANO DE 2014
VENHA CARREGADO DE ENERGIAS DE MUDANÇA PARA UM MUNDO MELHOR.

PARA TODOS TRAGA SAÚDE, PAZ E MUITA ALEGRIA.

segunda-feira, dezembro 16, 2013

SENTIMENTO


Este sentimento que corre de mim
em mim permanece escoando-se em ti
qual rio, que permanece,
porque em outro rio se escoa
e noutro, e noutro, e noutro
até que no mar, enfim, fenece.

Jeracina Gonçalves
16/12/2013

domingo, setembro 22, 2013

A VIDA

A vida não é coisa pouca
Dejejum ou sobremesa
Que se desperdice 
Desdenhe.
É refeição completa
Composta de diferentes sabores
Mais doces ou mais amargos
Que dão à vida o sabor;

A vida não é coisa pouca
Mesmo com o amargo na boca
De alguns dos paladares
É refeição completa
Na mesa de cada um.
Briga por ela com força.
Desfruta-a com gratidão
E ânimo no coração.

A vida não é coisa pouca!
À vida vou dedicar
Toda a minha gratidão.
Por ela quero lutar.
Vivê-la com a alegria
E a força do meu coração.

A vida não é coisa pouca!

Jeracina Gonçalves
22 de Setembro/2013

sábado, setembro 14, 2013

ÁRVORE FERIDA II


Nesta Primavera não há flores a bordarem as várzeas do meu coração
Nem o gorjeio dos pássaros alinda a melodia do ar;
Nesta Primavera os campos estão áridos e despidos
E os pássaros cantores retardam o seu alegre gorjear;

Nesta Primavera não há ninhos a enfeitar os beirais da minha casa
As flores não vestem os canteiros do meu jardim
Nem os riachos brincalhões, de alegre gargalhar,
Fluem na planura árida e despida do meu coração...

Nesta Primavera sou árvore ferida
Terra seca, gretada
Vergastada pela fúria turbulenta deste tufão
Que assolou a minha vida e faz tremer o meu coração.

Jeracina Gonçalves
Junho/2013

domingo, maio 12, 2013

GRITO DA ALMA



Qual Shiva tenebroso lavrando a destruição
vibra vigoroso no centro da minha alma um grito.
Um grito silencioso, mudo. Um grito da alma.
Clama energicamente contra as injustiças que percorrem a Terra; 
Clama energicamente contra os bens desperdiçados
desprezando as bocas abertas a reclamarem uma migalha de pão
que destrone o aguilhão acre cravado nas suas entranhas...

Um grito.Um grito silencioso. 
Um grito mudo vibra vigoroso no centro da minha alma.
Clama energicamente contra o sangue inocente a correr pelas calçadas;
Clama energicamente contra os políticos imorais
que vertem dor e sofrimento sobre o povo indefeso, 
e alimentam  as suas robustas e anafadas contas bancárias
com o que subtraem à boca dos esfomeados…

Um grito.Um grito silencioso.Um grito mudo.
Vibra vigorosamente no centro da minha alma.
Vibra tão intensamente, preso no meu Ser.
Tão vibrante e estrondoso preso no meu Ser.
Qual Shiva tenebroso lavrando a transformação.
Vibrante. Estrondoso. Preso no meu Ser.
Não tenho forças para soltá-lo.
Jeracina Gonçalves
12/05/2013

sábado, maio 11, 2013

QUANDO A ÁGUA É O ESPELHO DO CÉU
A BELEZA QUE A IMAGEM REFLECTE
ATRAVESSA O OLHAR , INUNDA O CORAÇÃO,
E TRANSBORDA NO OLHAR!


domingo, maio 05, 2013

... aos 94 anos 
Partiste, Mãe.
Partiste para o Além,  
Aí espero rever-te um dia.
Mas ficaste em mim.
Viva. No meu coração.
E é a ti que vou buscar o ânimo
Que me ajuda a seguir em frente
E a enfrentar os percalços
Que vão atapetando o meu caminho;
É a ti que vou buscar o ânimo
Para  o desânimo, que tantas vezes me toma
E quer arredar de mim a esperança.
Onde quer que estejas
sei que me escutas.
Sei que me observas e entendes.
Sei que caminhas a meu lado
Com a tua coragem, com a tua força,
Com o teu ânimo a derrotar o meu desalento.
E eu resisto em ti;
Em cada pedaço de ti, que se renova em mim.
Na minha vida me dá sustento.
Jeracina Gonçalves
5 de Maio de 2013 – DIA DA MÃE
Aqui, da minha janela, aberta de par em par
sob a música dos pássaros no verde, em frente, a chilrear.

A COR DA ESPERANÇA

O Sol sobe e desce dia a dia no horizonte.
Às vezes, encoberto por nuvens densas,
Não deixa que lhe admiremos o brilho,
Que usufruamos da sua luz resplandecente;
Mas, invariavelmente, continua lá, no seu posto,
A iluminar e a fomentar a vida na Terra.
Assim também o meu coração,
Subjugado ao peso de nuvens densas,
Mantém viva a cor da esperança,
A crença de que o sol, em breve, brilhará.
E nessa esperança viverá. E lutará.
Até ao romper da nova aurora.
Jeracina Gonçalves
 Barcelos, 6 de Setembro de 2012

quarta-feira, abril 24, 2013

QUANDO A ALMA COMUNICA

Sobrevoando a cidade  do Porto (JG)
       
A alma comunica na sinceridade das palavras
Que fluem, sem entraves nem tabus.
Articulam o que a alma sente.
Seja dor, seja alegria,
Frustração, raiva ou amor.
Não procura palavras bonitas.
É espontânea. É natural.
Não guarda. Não fecha.
Abre-se e oferece o que tem
Sem medir ou pensar consequências.
A comunicação que vem da alma é espontânea.
Flui como um rio sem escolhos.
É contínua, necessária, premente.
Vence obstáculos e avança imparável.

Jeracina Gonçalves
"in" POEMAS DE AMOR E DOR (Livro para publicação)

domingo, abril 21, 2013

APELO



Ó Hípnos sublime e redentor
que à minha alma, 
cativa do sofrimento e da dor,
negas o calor reconfortante do teu abraço,
por onde andas?
Acode à minha dor!
Vem!
Vem até mim.
Afasta de mim este cansaço
Deixa descansar minha cabeça em teu regaço.
Traz-me o lenitivo do teu abraço protector!

Jeracina Gonçalves
                                                           "in" POEMAS DE AMOR E DOR (livro para publicação)

sábado, abril 20, 2013


INQUIETUDE



Indolência, modorra, marasmo amortecem, em mim,
qualquer gesto, qualquer vontade, qualquer querer.
Indolência, modorra, marasmo dominam todo o meu ser.

De pálpebras cerradas tento ler a minha alma
Sem nada conseguir decifrar
Sem mesmo conseguir penetrá-la.
A minha alma está trancada contida fechada.
Minha alma está fechada entre nuvens escuras 
Nuvens pesadas.
Vejo nuvens. Apenas nuvens. Mais nada.

Caminho por uma estrada em terra batida
Caminho em direção ao infinito.
Na alma contida, fechada, levo um grito.
Um grito surdo. Intenso. Profundo.
Um grito à espera de uma brecha
Uma saída para o mundo para a liberdade
Onde possa soltar-se expandir-se
Voar sem barreiras a tolherem seu passo. 
Jeracina Gonçalves
"in" POEMAS DE AMOR E DOR (Livro para publicação)

terça-feira, abril 09, 2013

DESALENTO



Hoje sou como o barro:
Informe
Inconsistente;
Um tosco pedaço de barro
Sem querer e sem vontade
Moldável ao sabor da corrente
Que passa e deixa marcas
Na massa incongruente
Do meu ser cansado,
Do meu ser triste e doente;

Sou palmeira vergastada pelo vento
Incapaz de resistir à tempestade.
Sem força, sem ânimo, sem talento
De moldar a minha força à do vento.
Vergar, mas não partir. Dar-lhe passagem.
Regressar, depois, altiva e forte,
À forma original. Recuperar o norte.

Quisera ser pluma
Que o vento agarra e leva pelo ar
Sem ponto certo, lugar para aterrar;
Quisera ser lua, ser terra, ser mar,
Quisera ser chão, planta a desabrochar
Quisera ser luz, ser sol e ser luar…

Sou barro disforme, inconsistente.
Sem querer e sem vontade
       Vogando ao sabor desta corrente.
Jeracina Gonçalves
"in" POEMAS DE AMOR E DOR (livro para publicação)

PASSOS DA VIDA



Quando o vento varre forte
A área do coração
Em pedaços o suporte
A luz, a vida, o norte
Em pedaços pelo chão.

Mas se a brisa é macia
Acalenta a ilusão
Traz consigo a fantasia
No coração a alegria
No olhar o coração.

A vida é feita de passos
Nem sempre certos, seguros
Por vezes tão imaturos
Sem ritmo nem direção

Passos de vida perdida
Quantas vezes na ilusão
Passos de vida perdida
Em passos de destruição.
Jeracina Gonçalves
"in" POEMAS DE AMOR E DOR (livro para publicação)

domingo, abril 07, 2013

CORES DE VERÃO


Abre as janelas do teu coração.
Deixa que a luz entre
Ilumine os cantos sombrios
Cantos onde se acoitam dor e solidão.
Deixa que o calor de verão
Aqueça o lajeado do teu coração.

Não voltes as costas à vida.
Olha-a, nos olhos, com determinação.
Veste-a com tecidos leves, vaporosos
Tecidos com fios d'amor e d'amizade
No tear precioso do teu coração.

Afasta de ti as cores negras da solidão.
Veste a vida com as cores de Verão.
Jeracina Gonçalves
in À DERIVA (livro para publicação)

domingo, março 31, 2013


TRADIÇÕES
  
Fecho os olhos e toda a azáfama, toda a alegria, toda a magia desse tempo bonito da Páscoa da minha infância, na pequenina aldeia transmontana onde  nasci, numa das encostas do Marão, são imagens vivas a passarem no ecrã da minha memória.
Com que entusiasmo  eu vivia esses dias! Os dias que precediam o Domingo de Páscoa e o vasculhar dos cantos da casa na remoção dos lixos mais escondidos e teimosos, e das teias de aranha mais renitentes; o cuidado posto no lavar e esfregar do soalho, no limpar dos vidros, na procura das flores: lírios brancos e roxos, camélias, aleluias (e não podia faltar o alecrim para benzer e guardar para as trovoadas), flores dessa época, para embelezar a casa, preparando-a para receber Jesus Ressuscitado, que nos era apresentado na Cruz para beijarmos.
Na aldeia havia apenas uma cameleira. Ficava num quintal murado, sobranceiro à rua principal, que liga um extremo da povoação ao outro, e era da senhora Carminda, a professora. Toda a gente ia pedir camélias - japoneiras, como dizíamos - à senhora professora. Ela emprestava-nos a chave do portão e lá íamos nós cortar lindos ramos de camélias vermelhas e suas folhas de um verde muito escuro e brilhante. Lindas!
Era trabalho de crianças. Fazíamos uma enorme algazarra à volta da cameleira,  que soa ainda, viva, aos meus ouvidos.
E a azáfama na cozinha em volta da confeção das roscas de pão de ló e o cheirinho que se espalhava pela casa quando saíam do forno, douradinhas, e se estendiam fumegantes sobre a tampa da “masseira”. E o repenicar alegre dos sinos, no Sábado Aleluia, anunciando a Ressurreição de Jesus. E, depois, no domingo, a ansiedade com que esperávamos o tocar da sineta da Capela da Senhora da Ajuda anunciando que o Compasso tinha chegado à povoação:
"Vai começar pelo Povo de Cima!...”
"Está no cimo da Costa da Fonte!..."
"Vai pela Poça Velha!..."
"Está no Fundo do Povo!..." 
"Está a chegar à casa da senhora Constança!..."
Eram expressões usadas enquanto os nossos coraçõezinhos batiam apressadamente dentro do peito.
 Quando chegava à casa da senhora Constança, corríamos todos para a sala; a próxima casa, embora um pouco distante, seria a nossa.
Como eu gostava de todo o ritual religioso que antecedia o Domingo da Ressurreição: a "Via-Sacra", que todos os dias à noite, durante a quadra da Quaresma, era rezada na Capela da Senhora da Ajuda; a subida ao "Calvário", monte acima, dramatizando o percurso feito por Jesus até ao Calvário quando da Sua Paixão e Morte, geralmente aos domingos à tarde; os sermões na Igreja de Louredo, caminhando meia hora para lá e meia hora para cá, descendo a encosta até ao rio e do rio à igreja, e vice-versa, que durante três dias preparavam as pessoas para a Confissão Pascal...
Tenho saudades desse tempo. Desse tempo bonito e mágico da minha infância.
Tempo de tradições, que tão deliciosas lembranças deixaram na minha alma.
Jeracina Gonçalves

quinta-feira, janeiro 10, 2013

FIOS DE LUZ



O verde enche os meus olhos
iluminados no sol
que escorre do meu coração
em torrentes líquidas de saudosa ternura
a soltarem-se do meu olhar
sobre as coisas em meu redor.

O verde enche os meus olhos
perdidos no tempo, que se foi
mas deixou fios de luz no coração.
Jeracina Gonçalves
in "POEMAS DE AMOR E DOR"

quarta-feira, janeiro 09, 2013

O BAÚ DOS MEUS TESOUROS



Naquele abraço forte, estreitado
Vem um baú recheado de tesouros;
Tesouros de vida. Iluminados
Na força luminosa daquele abraço
Trazido pelos braços da criança.

Naquele abraço forte, estreitado
Está o renovo e a força do passado.
Projeção íntima, que renova o sol
A iluminar caminhos de futuro
Nos braços apertados da criança!


Jeracina Gonçalves
in "POEMAS DE AMOR E DOR"