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sexta-feira, janeiro 28, 2022

UM CLIMA QUE NÃO É DESTE TEMPO

Abro a janela do meu quarto e os meus olhos sorriem encantados. 
Por eles entra o azul límpido e transparente bordado a filigrana de prata pelas árvores de folha caduca e desenhado pelas aves brincalhonas, que o riscam aleatoriamente em vários sentidos. 
Uma imagem que encanta o meu olhar, mas sombreia o meu coração. Esse traz-me imagens de dor, de sofrimento, de morte, colhidas há anos (não muitos) no nosso querido Portugal, quando foi necessário levar a água em camiões-cisterna às populações de diversas regiões de Trás-os-Montes, Beiras, Alentejo e Algarve,  para sobreviverem. E animais morreram nos pastos, vitimados pela fome e pela sede. 
O meu coração mostra-me agora essas imagens, que ficaram lá indelevelmente gravadas, quando na primavera seguinte regressava do Algarve e visualizou na berma da autoestrada as carcaças dos animais mortos no verão anterior.
O clima está indubitavelmente a mudar a passos largos. 
Façamos a nossa parte para tentar conter o seu avanço. Cada um, individualmente, pode reciclar, compustar, travar o consumismo, poupar energia, poupar água, plantar árvores… e muito mais. São ações que todos podemos executar e que poderão ajudar a travar este grito angustiante da Terra, que entoa por todo o planeta das mais diversas formas. 
É pouco? Pois é. por isso não custa nada. E se todos fizermos um pouco… o pouco, muitas vezes repetido, faz o muito. O importante é que todos caminhemos no mesmo sentido, e digamos ao Universo que estamos cá e gostamos de cá estar, e queremos continuar cá. E queremos que os nossos descendentes continuem por cá a usufruir da beleza deste planeta maravilhoso, que é a nossa casa – A TERRA.

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 28/01/2022

sexta-feira, janeiro 07, 2022

OS CAMINHOS DA VIDA (2)


Todas as manhãs abro a minha janela para o mundo
Absorvo as coisas belas que apascentam o meu coração.
As outras, as que o fazem chorar,
Vou regendo, pouco a pouco,
De forma a não deixar o meu coração soçobrar.

O caminho da vida é feito de silvas e rosas.
No aroma das pétalas das rosas
Está a força para as silvas domar
Pela  jornada continuar
Até ao término da estrada.

Não deixes que as silvas avancem sobre o teu coração.
Enche-o de rosas perfumadas, 
Rosas cuidadas, bem arrumadas
As silvas não encontrão espaço para crescer, 
Definhadas, morrerão.

                                                             Jeracina Gonçalves
                                                              Barcelos/Portugal, 09/05/2021

sábado, janeiro 01, 2022

UMA CARTA À ACEITAÇÃO


 Olá, querida amiga:

Somos conhecidas de longa data e creio poder chamar-te de amiga pelo muito que me tens ensinado sobre a vida e a sua volubilidade. 
Mostraste-me que deveria ter sempre presente que na vida nada é permanente: tão depressa sorri, cheia de alegria, entusiasmo e dinamismo, levando-nos a caminhar por paisagens soalheiras e campos de flores perfumadas, como nos atira para abismos apertados, escuros, entre altas e abruptas falésias agrestes. E, se tu não apareces para nos abraçares e socorreres, quando, desesperados, desarmados, sem saber o que fazer para encontrar a saída desse lugar escuro, fechado,  agressivo para o nosso coração, não sei o que poderia suceder-me. Não sei o que seria de mim, sem ti, nesses momentos. 
Felizmente sempre me apareceste com a tua serenidade, a tua sabedoria, o teu bom senso, dizendo-me docemente: “minha querida, estou contigo, não desesperes. É apenas um momento menos bom, mas vai passar. Vais encontrar de novo o caminho da planície e tudo sorrirá novamente. Olha em frente, sem desespero, e caminha. Olha em frente e caminha. Não permitas que o desalento tolha a tua passada. Caminha de braços abertos, disponível para dar e receber, com a firme certeza de que nada é permanente; nada é para sempre. E tudo o que acontece tem um sentido, um objetivo próprio facilitador do crescimento e do enriquecimento pessoal, se for compreendido e aceite.”
Obrigada, querida amiga, pelo amparo, pelos ensinamentos, pelo acolhimento que tens dado às minhas dores. 
Ser-me-ia difícil a caminhada sem ti.
Mas, tendo-te comigo, basta-me olhar em volta, para esta bela engrenagem de correlações que é a vida neste todo universal de que todos fazemos parte e, cada um, é uma ínfima partícula entre as muitas constituidoras, para perceber o quanto tenho a agradecer, em comparação com o que tenho a reclamar, e aceitar o que vem e o que vier, nesta interdependência que nos liga ao todo uno que é o universo, de olhar firme, entendendo bem este vai e vem que é a vida. E perceber o quanto é urgente aprendermos a tratar uns dos outros, esquecendo um pouco o “eu” para pensarmos plural: NÓS.
Abraço-te, Amiga.

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal – Novembro/2021


01/01/2022

Neste Dia Mundial da Paz, que a Paz cresça no coração de cada um de nós e, num cordão universal, se alargue a toda a Humanidade.

FELIZ DIA MUNDIAL DA PAZ PARA TODA A HUMANIDADE!


Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 01/01/2022