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quinta-feira, julho 30, 2020


DO SONHO À REALIDADE

O sonho é alavanca, é motor, é alma
É a força que faz o mundo avançar
Sonhar de olhos abertos faz o mundo caminhar
Crescer, progredir
Criar novas estratégias para os obstáculo vencer
Armá-lo de novas armas, estorvar  suas tragédias

O sonho é alavanca, é força que faz o mundo avançar
E porque há sonhos, porque há gente a sonhar
Surgem as vacinas, surgem os antibióticos…
Criam-se novas armas para combater as moléstias
Para anular os defeitos, para a vida melhorar

O cientista é um sonhador
A sua mente sonhou. Trava então a sua guerra
Vai criando hipóteses, hipóteses sobre hipóteses…
Põe os pés na terra para fazer realidade
E de hipótese em hipótese o sonho faz-se vitória.

Jeracina Gonçalves
                  Barcelos, Portugal, 30/07/2020

sábado, julho 25, 2020


Sob o mote: 
“Deixei a mágoa escondida”, colhido na página do facebook 
"ACADEMIA DOS POETAS"

Deixei a mágoa escondida
Nos bolsos do avental
Abri minha alma prá vida
E olhei-a de igual para igual;

Sem reserva ou preconceito
Segui pela vida, em frente,
Deixei a mágoa escondida
E olhei nos olhos das gentes;

Olhei-os de igual para igual
Sem reserva ou preconceito
Deixei a mágoa escondida
Olhei o mundo do meu jeito;

Seu formato desigual,
Tanto sofrimento e miséria,
Fez feridas no meu peito.
Vi um mundo com defeito.

Olhei nos olhos das gentes
Sem reserva ou preconceito
Deixei a mágoa escondida
E vi o mundo de outro jeito…

Neste mundo imperfeito,
Sem reserva ou preconceito,
Escondamos nossas mágoas
Proponhamo-nos a amar!

Seja o rico seja o pobre…
Navegamos o mesmo mar.
Façamos o necessário
Para as naus aproximar.

As esquinas deste mundo
É tempo de arredondar,
Para o mundo rico e pobre
Se poder aproximar
E na barca do AMOR
Todos podermos embarcar.
Jeracina Gonçalves
                  Barcelos, Portugal/25-07-2020

sexta-feira, julho 24, 2020

A ÁGUA É VIDA!


 Mais uma imagem de seres humanos, esqueléticos, arrastando-se em espaços poeirentos e ressequidos chegou até mim e me despertou para o problema da falta de água em alguma regiões da Terra.
Leva-se o petróleo, o gás… de uns locais para os outros. Por que não se leva água?
A água é vida. Todo o ser vivo preciso dela, tem direito a ela, porque dela depende viver ou morrer. É algo que não pode ter dono. É de todos. E a todas cabe o direito e o dever de usá-la com parcimónia, sem desperdícios, e preservá-la, mantendo-a limpa e saudável. Tem de ser gerida com integridade, sentido de justiça e solidariedade. E é necessário tudo fazer para fazê-la chegar potável, tal como se faz chegar o petróleo, o gás… (ou isso é tecnicamente inviável?), onde faça mais falta à conservação da vida humana, repartindo-a com equidade e AMOR.
Sem ela a vida, qualquer espécie da vida que conhecemos, desaparecerá.

Jeracina Gonçalves
Barcelos, Portugal, 24/07/2020

segunda-feira, julho 20, 2020


É legal que o Twitter, o Facebook, a Microsoft, o Google, o Linkdin, possam pegar na tua propriedade intelectual (textos, poemas, livros, discos, cartões, ementas, fotografias… blogues… Sei lá! O que a tua criatividade, a tua sensibilidade, o teu conhecimento e o teu trabalho te permitirem produzir), usem, transformem, vendam… ou manipulem de qualquer maneira e à sua vontade, sem que te seja dada qualquer satisfação, sem que isso seja considerado crime? E digo isto porque não vai há muito tempo, no Twitter, quando retomei a minha conta a que não tinha acesso há um ano assim como a todas as outras, me atiraram essa palavreado para debaixo dos olhos. Não é abuso? Não é um roubo? Não é plágio? É uma coisa tua, produzida por ti, pela tua sensibilidade, pela tua criatividade, pelo teu trabalho. Como podem exercer sobre essa produção direitos que são (devem ser), exclusivamente teus, sem que te seja pedida autorização? Eles precisam de mim, de ti, do outro… para viverem e cresceram. Se não tiverem usuários… morrem. Precisamos uns dos outros. Respeitemo-nos.
Jeracina Gonçalves

sábado, julho 18, 2020


SOMOS TODOS VENCEDORES

Se esta praga for vencida
Somos todos vencedores
Vamos todos trabalhar
Apressar-lhe a despedida;

Somos todos vencedores
Se no caminho cruzarmos
Honestidade e trabalho
Com solidariedade e amor;

Se juntamente lutarmos
Esta praga venceremos
E juntos, então, seremos
Merecidos vencedores
Livres para comemorar
Beijar, rir, abraçar,
Cantar, dançar, amar…
Retomar as nossas vidas
Livremente passear
Beber na berma da praia
Amar entre as águas do mar
Sem a trela do Covid
O nosso querer controlar;

Se cruzarmos os caminhos
Com solidariedade e amor
Pra esta praga vencermos
Somos todos vencedores;

Não é por mim nem por ti
É pelo mundo que somos
O barco em que navegamos
Mareia o mesmo mar…
Jeracina Gonçalves
Barcelos, 18/07/2019

sexta-feira, julho 17, 2020


Hoje fui colocada perante a pergunta, a favor ou contra legalização prostituição como profissão. E a minha reacção espontânea e imediata foi o não à legalização. 
Mas o assunto ficou a bailar na minha cabeça. O que quer dizer que não ficou resolvido. E incomodava-me. Resolvi dedicar-lhe alguns minutos de atenção. Parece-me ter vários contornos a pedir reflexão.
Por princípio custa-me a entender como é que alguém (mulher ou homem) entrega o seu corpo a outrem, que não conhece de lado algum, e permite que o manuseie a seu bel-prazer, como mercadoria que pagou e, portanto, lhe pertence. Especialmente num tempo em que a liberdade e a promiscuidade sexual são bem presentes nas sociedades atuais, e cada um vive a sua sexualidade como entende e quer, sem que isso seja motivo de descriminação ou falatório.  
Mas a prostituição existe desde sempre. E existe nos nossos dias, apesar de toda essa liberdade. E, se calhar, cada vez mais dominará a sociedade nos tempos próximos, dada a crise económica que se aproxima.
Para uns existe por vício, provavelmente; para outros porque é rentável e podem ganhar numa hora o que outros não ganham num mês. E, para outros, se calhar, por necessidades económicas.
Que sei eu das necessidades, aspirações e vícios de cada um?
Lembro-me de há uns anos, na sala de estar de um consultório médico, uma mulher casada dizer, perante quem lá estava, que a sua grande aspiração era ser prostituta.
Por isso repito: que sei eu das aspirações e dos vícios humanos?
Todavia, legalizá-la como qualquer outra profissão, parece-me exagerado. Não consigo vê-la como uma profissão; muito menos como uma profissão igual a qualquer outra.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal/17/07/2020


Na abóbada celeste, que me protege e abraça com seu brilho transparente, flutuam pétalas brancas, símbolos de pureza, de verdade, de amor singelo e puro, e enchem-me o coração de esperança em que um dia tudo  será diferente.
Estes vampiros que me perseguem, não me deixam a liberdade de conversar com as teclas do meu computador, confiante de que o que lhes confesso é apenas meu e só os meus olhos e o meu coração o acariciam ou rejeitam. E, só quando eles (o meu coração e a minha mente) os aceitam plenamente, poderão ser expostos a outros olhares. Mas deverão ser eles (o meu coração e a minha mente) a decidir quando e como. São coisas suas. Coisas que a minha alma sente. E ninguém tem o direito de espionar, nem conspurcar com os seus olhares cobiçosos e perversos. Acredito que, um dia, hão de saciar-se e soltar a presa, e deixarem que possa voar sem grades nem ferrolhos. Hão de entender e sentir que ser dá muito mais felicidade que ter. E, cada um, tem direito à sua privacidade de ser, que deve ser respeitada. Mas cada um, e todos, numa corrente de solidariedade e amor, têm o dever de repartir voluntariamente um pouco do seu ter, para que todos tenhamos um pouco mais, que permita ser e viver com dignidade.
Se todos tivéssemos esse pouco, que não seria difícil se esses gananciosos do ter, que vasculham e roubam a criatividade e o trabalho de outros para a rentabilizarem em proveito próprio, manipulam e compram consciências, traficam seres e coisas, fomentam as guerras, vendem-se e vendem a humanidade, tivessem um pouco de luz e humanidade no coração, seria bem diferente este mundo tão maravilhosamente belo, mas onde tanta gente nada tem e tantos esqueletos se arrastam por autoestradas poeirentas de fome, de tristeza, de sofrimento até caírem mortos, com a boca a morder o pó ressequido da estrada, enquanto outros têm em demasia. E cada vez querem mais, e mais, e mais, não olhando a meios para o atingirem.
Essa demasia mata o ser humano.
Jeracina Gonçalves
Barcelos, Portugal, 17/07/2020

segunda-feira, julho 13, 2020

PALAVRAS ÁSPERAS



As palavras ásperas não atingem os meus ouvidos.
Rolam em silêncio.
Caem e dissolvem-se no fluir das águas mansas
do rio que percorre hoje a planície do meu coração:
reflexo do belo e majestoso palco verde e anil,
abrigo e palanque dos alados cantores,
que todas as manhãs exercitam as suas vozes
e aprimoram coreografias para a serenata do entardecer.

Jeracina Gonçalves
Barcelos, 13/07/2020

sexta-feira, julho 10, 2020

TRAIÇÃO



…Tal qual o lobo disfarçado de cordeiro, entraste na minha vida com palavras mansas de compreensão e solidariedade, com solicitude, pronto a ajudar-me a desenvencilhar a teia de problemas que, então, me eram sofrimento e angústia. E eu, confiante da tua solidariedade e desejo desinteressado de ajudar, abri-te todos os ferrolhos e escancarei-te as portas por onde fizeste entrar as tuas armas pérfidas e estabeleceste as correntes de caos assassino em volta de mim…

quinta-feira, julho 09, 2020

TAUROMAQUIA


Ouvi, de manhã, na TSF, uma discussão sobre a tauromaquia, que me inspirou escrever o que há longo tempo me sugere esse tema, e que vai em desencontro à opinião expressa pela maioria dos intervenientes no programa “A Quadratura do Circo”(acho que é esse o nome). Apenas Pacheco Pereira exprimiu um pensamento muito parecido com o meu.
Penso que a tauromaquia é um espectáculo sádico e desperta os sentimentos mais baixos do ser humano. 
Tirar prazer do padecimento de um animal (racional ou irracional) é sadismo. É dar expressão aos sentimentos mais primitivos, mais bárbaros que cada um carrega. E explorar esses sentimentos para obter rendimento é duplo sadismo. Do meu ponto de vista. 
É cultura. É tradição. Defendem os apoiantes desse bárbaro espectáculo.
Ora as tradições, que apelam à violência propositada, gratuita, para infligir dor a qualquer Ser, com o objectivo de divertir-se e divertir com o sofrimento do outro, é tempo de acabarem.
Foi cultura, foi tradição. Não deve continuar a sê-lo.
Ainda quando é o homem apeado, sozinho, enfrentando o touro…É um corpo contra outro corpo: um tem as bandarilhas para se defender; o outro tem os chifres.
De qualquer maneira o touro não pediu para ir para ali. Foi levado. E é o homem que o incita, que enfurece o animal…
Mas o cavaleiro, do alto do seu pedestal, a enfurecer o touro para lhe espetar a farpa, e só desiste quando o touro espuma e sangra por todos os lados...
Não, touradas não! 
Espectáculos sádicos, que acordam os piores sentimentos, em muitos ainda meio adormecidos, da pessoa humana, não fazem falta ao mundo.
O que está a fazer falta ao mundo actual (em que a violência circula em todos os meios sociais e em todas as direcções), são espectáculos que despertem sentimentos nobres de bondade e solidariedade. Esses estão a fazer falta ao mundo.
E os cavalos a dançarem na arena ao som de música, proporcionam espectáculos deliciosos. Vi um há anos, há muitos anos, na região de Santarém (perdi o nome da terra, mas não a emoção que o espectáculo me proporcionou); revejo-o agora, neste momento em que escrevo este texto, e ainda me faculta uma emoção deliciosa.
Jeracina Gonçalves
Barcelos, 09/07/2020

domingo, julho 05, 2020

A ÁGUA É VIDA


OS CAMINHOS DA VIDA

Um dia atrás de outro dia
Fazem o caminho da vida.
Às vezes esburacado
Deixa os pés a sangrar
E feridas gangrenadas
Causam dores profundas;
Às vezes é estrada seguida
Plana e asfaltada
Com alegria percorrida.

São os caminhos da vida.
Vão deixando rugas no rosto
E também no coração.
Cada ruga é um sorriso
Ou  uma lágrima chorada
É uma marca do tempo
Que dura a caminhada.
                                      Jeracina Gonçalves
                                     Barcelos, 05/07/2020