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terça-feira, outubro 26, 2010

LÁGRIMAS


Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas!
Lágrimas pelos muitos milhares de portugueses sem emprego, já sem dinheiro para comerem, muitos a viverem na miséria e, muitos outros, a sobrecarregarem as parcas reformas (cada vez mais parcas) dos seus progenitores;

Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas!
Lágrimas pelos milhares de portugueses velhos, doentes, com reformas de miséria, sem dinheiro para os medicamentos de que precisam, nem para pagarem quem os cuide, a morreram ao abandono;

Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas!
Lágrimas pelos jovens à procura de um emprego, que os torne úteis e produtivos para a sociedade e, não o encontrando, desocupados, enveredam pelos caminhos do crime ou deixam-se agarrar por vícios destrutivos para si e para a sociedade;

Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas!
Lágrimas pelos jovens licenciados que têm de partir no fim do seu curso, para poderem trabalhar, e, assim, enriquecem os países que os acolhem, perdendo o meu Pais o que neles investiu;

Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas!
Lágrimas pela insensibilidade, pela ignorância, pela insensatez dos nossos governantes, que não entendem que a Educação e a Saúde são a força de um Povo e, portanto, tudo é preciso fazer para manter no Pais os quadros que saem das Universidades;

Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas!
Lágrimas pela insensibilidade, ignorância e insensatez dos nossos governantes, que não entendem que trabalho é dignidade, dignidade é caminho para a felicidade, felicidade é caminho para a saúde, logo a criação de emprego será o melhor investimento;

Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas!
Lágrimas pela má gestão que os nossos governantes fazem da coisa pública, dos dinheiros de todos nós, porque são dos nossos impostos e deveriam ser utilizados em benefício de todos e não em carros de luxo, em comissões disto e daquilo, que comem dinheiro e empatam os problemas, sem nada resolverem;

Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas!
Lágrimas pelo desperdício de milhões e milhões de euros, que deveriam ser utilizados para criar emprego, melhorar as condições de Saúde e de Educação para todos os Portugueses, e são desbaratadas em coisas supérfluas e na corrupção desenfreada que enferma a coisa pública;

Lágrimas… Lágrimas… Lágrimas é o que o meu Pais, o Pais que eu amo, me suscita desde algum tempo.

O nosso País precisa de Acção. Trabalho. União!
Jeracina Gonçalves

terça-feira, outubro 05, 2010

QUIMERA


És imagem desfocada em minha mente
a cada momento, constante
sempre presente!
Não distingo as linhas, que definem o teu rosto
não reconheço o som que dá corpo à tua voz
dos teus beijos não conheço o gosto
não sei qual a cor dos teus cabelos
nem a luz que ilumina o teu olhar...



És imagem presente, em meu caminho,
a qualquer hora e em qualquer lugar!



Vejo-te nas árvores a baloiçar
em frente à minha janela
no chilrear dos pássaros, na fluidez do ar;
vejo-te no brilho cintilante das estrelas
na luz mortiça das velas
na luz branca do luar;
vejo-te no ar que me envolve e abraça
no ulular do vento que passa
na nuvem mansa, a chorar;
vejo-te na chama triste do fogão
no livro aberto na minha mão…



És imagem presente, em meu caminho,
a qualquer hora e em qualquer lugar!



Sentas-te, a meu lado, à mesa em que escrevo
corres veloz em frente da caneta
e tomas a forma de cada letra;
vejo-te na mesa de jantar, sobre a toalha de linho
vejo-te nas pedras, que piso, no caminho…



És imagem presente, em meu caminho,
a qualquer hora e em qualquer lugar!



Estás no ar, estás no chão
Estás na terra, estás no mar…
Entras pela minha janela, aberta de par em par
a qualquer hora e em qualquer lugar.



Não reconheço a luz que ilumina o teu olhar
nem o timbre que dá forma à tua voz
mas onde estou… tu estás…



És imagem presente, em meu caminho,
a qualquer hora e em qualquer lugar!


Jeracina Gonçalves

segunda-feira, outubro 04, 2010

No colo da Terra


Dança e canta com volúpia
Com as bailarinas de verde
Em seus braços a rodar
Fio de prata cristalino
Do colo da Terra a brilhar.

Adoro ouvi-la cantar
Adoro seu rodopiar
Entre penedos e pedregulhos
Desce da serra para o mar.

Jeracina Gonçalves