Pesquisar neste blogue

sábado, maio 29, 2021

SANGUE NOVO EM VEIAS ANTIGAS

29 de maio 2021 | 18h30

O Mosteiro de Santa Maria de Salzedas recebe o primeiro espetáculo do projeto Sangue Novo em Veias Antigas, com dois momentos de música conduzidos pela Escola Profissional de Artes da Covilhã (EPABI) e pela Academia de Música do Município de Tarouca (AMMT).

Sangue Novo Veias Antigas é um conceito singular na promoção do património e na divulgação artística de jovens criadores e intérpretes.

Uma iniciativa organizada pelos Monumentos do Vale do Varosa e Teatro Solo, conta com a parceria dos municípios de Tarouca e de Lamego e com o apoio da Antena 2.

Fonte: DRCN
Para mais informações (+)
De: pporto.pt
Publicado por: Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal

terça-feira, maio 25, 2021


 

A MORTE DESCE DO CÉU

Ouvi ontem uma entrevista, de uma jornalista estrangeira, a uma israelita e a um palestiniano (intercaladamente), a quem esta peleja entre os dois povos já feriu profundamente: ele com a perda de uma filha de dez anos, ela um filho, homem, com uma vida promissora.
Essa entrevista suscitou-me este poema:


A morte desce do céu.
Agarra os seres mais inocentes, mais desprovidos
transforma-lhes a carne e os abrigos
numa amálgama de escombros terra e sangue.
E assim seguiu e segue pelo tempo,
de surto em surto, de tempos a tempos,
neste feroz entendimento de sangue e fogo.

É tempo de por cobro neste flagelo.
Não importam as razões que cada um invoca.
O sofrimento, a dor, a destruição,
e o ódio, que estimula nas futuras gerações,
é o que importa.
É tempo das partes se sentarem à mesa das negociações.
Facilitarem a harmonia, entre os dois povos, sem condições.
Dois países, duas nações, com fronteiras a respeitar,
sem subordinados nem subordinadores.
Independentes. Livres.
Dois países duas nações, que mutuamente se respeitem.
Cada um, o seu caminho, livremente caminhar
com respeito pelos espaços inerentes ao vizinho.
Àquele que mais precisar, o outro estenda a mão
sem intenções reservadas. Apenas para o ajudar.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 25/05/2021

domingo, maio 23, 2021

LIANAS MALÍGNAS/CAVALO DE TRÓIA


A noite chega,
longa, solitária, e quer envolver a minha alma.
A minha alma luta.
A minha alma luta contra o véu negro
a querer enredá-la na teia de lianas demoníacas
das lianas emaranhadas, negras, que o tecem.

A minha alma luta!
A minha alma luta!
Luta! Luta! Luta!

Porém…
A minha alma vai perdendo energia pelas feridas abertas nesta luta desigual
nesta luta contra as lianas negras, emaranhadas
contra as lianas do mal.

Nesta luta desigual
a minha alma, solitária, não se deixa acobardar.
E luta! E luta! E luta! E luta ainda
luta contra as forças do mal.

Todavia…
As lianas malignas, negras, emaranhadas apertam o cerco.
Apertam, apertam, apertam…
E apertam mais.
Apertam ainda mais o cerco à volta da minha alma.

E a minha alma luta!
E a minha alma luta!
E a minha alma luta!

E o cerco aperta mais e mais e mais.
E a minha alma luta, e luta e luta ainda.
Mas a luta é desigual.
As lianas negras, malignas, emaranhadas,
apertam, apertam, apertam…
Fecham o cerco.

Mas nem assim a minha alma deixa de lutar.
Nem assim a minha alma se deixa acobardar.
Luta quase desfalecida
mas luta. E luta e luta ainda.

No cerco uma pequena brecha deixa vislumbrar um retalho de azul.
Será?! Será a liberdade a chegar?!
A minha alma solta um grito de esperança.

Triste ilusão…
Tudo não passa de uma manobra:
Um Cavalo de Tróia para maior invasão.
Mas a minha alma luta e luta e luta
e sempre lutará.

Para lá da minha janela brilha o sol intensamente.
Todavia, a sua energia, o seu calor, não atingem agora a minha alma
(flor murcha de onde a seiva se esvai pelas feridas abertas nesta luta desigual)
Nesta luta contra as forças do mal.

Com elas tem lutado destemidamente.
Com elas tem lutado E…NER…GI…CA…MEN…TE.
Com as armas que tem
Com as armas de um coração
que ama as forças do bem.
Um coração que não se rende às investidas das lianas malignas.
Hoje, porém, cansada de há tanto lutar,
a minha alma está prestes a soçobrar.

Não!
Não vai acontecer tal!
É apenas uma queda de tensão arterial.
É apenas o cansaço desta luta desigual.
A minha alma recobrará.
Recuperará intactas a sua força, a sua energia.
Nunca o poder do mal há de vencer a minha alma.

A minha alma é forte.
A minha alma nunca se deixará derrubar pelas forças do mal.
Enquanto lhe restar um pingo de vida continuará a lutar.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 07/07/2020

* Imagem da Internet

.


sábado, maio 22, 2021

QUERO VERSOS DE AMOR


Tento esquecer a dor do meu coração
Mas a dor filou-se em mim
Dela busco afastamento entre as rosas do jardim
No seu frescor e beleza procuro consolação.

Mas a dor filou-se em mim e toma ângulos diversos
Procura lugar, assento, nos fonemas dos meus versos
Dela busco afastamento, procuro exorcizá-la
Tirá-la do meu coração, mandá-la para outros espaços…

Quero versos de amor, carinhosos como abraços,
que neste mundo, em dor, sejam laços de união,
sejam paz, sejam luz e sejam pão em movimento
a aliviar o sofrimento daqueles que não têm pão

Quero versos de amor, carinhosos como abraços,
que disseminem pelo ar o perfume inebriante da flor
a dispersar pelo solo sementes de justiça e de amor
que germinem equidade, sensibilidade, alegria, paz.

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 22/05/2021

quinta-feira, maio 20, 2021

O PÃO DESPERDIÇADO


O meu olhar
é uma nau em convulsão
neste convulso mar
cobrindo a distância
que a separa do lugar
sinalizado pelo meu coração
onde não chega a paz nem o pão
e em tantos outros lugares
deste mundo redondo
onde a paz e o pão não deviam faltar.

Se o pão desperdiçado
fosse bem aproveitado
a todos poderia chegar.

A fome batalha com o mar
em busca desse lugar
onde pão e paz possa encontrar.
E, tantas vezes…
A fome é enterrada no mar.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 09/05/2021

*Imagem da internet

quarta-feira, maio 19, 2021

O TEMPO

 

Olho a brisa doce, suave, meiga, acariciadora,
a afagar o corpo do majestoso plátano, em frente da minha janela,
como mãos maternais acariciam as faces sedosas do seu bebé amado,
enquanto lhe segreda palavras ternas, que só uma mãe sabe dizer.
Desce sob o meu olhar a nostalgia do tempo.
Do tempo que foi, mas já não é. E o meu coração interroga-se:
O tempo! O que é o tempo? O que é o meu tempo?
O meu tempo é apenas o momento. Este momento.
Este momento, aqui, sentada em frente do meu computador.
O tempo em que digito esta letra, e apenas esta.
Não sei se terei tempo para digitar a segunda,
Não sei se terei tempo para continuar no tempo,
Ou se o tempo me será cortado.
O tempo! O tempo de cada um é algo tão efémero!
É algo sobre o qual não temos qualquer controlo.
Aqui, neste planeta tão belo, que habitamos,
somos apenas marionetas com tempo marcado.
Sabemos o dia em que chegamos e, geralmente,
festejámo-lo com alegria: o nosso aniversário.
Mas não sabemos o dia em que fecharemos os olhos e partiremos.
Somos apenas marionetas manobradas por um alto comando
que está para além de nós.

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 19/05/2021

terça-feira, maio 18, 2021

INSÓNIA

Entre o sol-posto e o amanhecer, na hora de descansar, o meu pensamento multiplica-se por caminhos diversos, que se dispersam pelas encruzilhadas do tempo e me afastam da linha de conduta que lhe quero impor e é premente seguir para reconforto de todos os meus órgãos vitais; mas nada me permite fazer. Domina. Toma a diretriz e comanda toda ação. Não me deixa alternativa senão a de segui-lo. Ir atrás. “Se não os consegues vencê-los, junta te a eles.” É o que faço: deixo-me ir. Sigo atrás dele pelos caminhos que me vai abrindo. Talvez assim consiga apanhá-lo, retê-lo, trazê-lo para mim, e guiá-lo de acordo com a minha vontade e as minhas necessidades; dizer-lhe que é tempo de acalmar, dizer-lhe que é tempo de se aconchegar, que é tempo de nos aconchegarmos nos braços de Morfeu e recuperarmos as energias para o dia preste a chegar. Mas nem sempre consigo acordá-lo para as minhas razões. Nem sempre ouve o meu apelo e me liberta do seu poder dominador, e arrasta-me pelos caminhos da sua razão até que a luz penetra pelos interstícios da persiana e me diz que o novo dia acordou.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 18/05/2021

quinta-feira, maio 13, 2021

ASSIM VAI A TERRA

A metralha risca o céu de lado para lado
o sangue dispersa-se na terra
de um e do outro lado
nessa contenda idosa e nunca sanada.
As armas, porém, são desequilibradas.
“O homem tenta segurar a mulher
A mulher tenta segurar o filho
Só as cabeças emergem das águas revoltas”
O medo e a fome os impelem à evasão
A esperança os conduz e lhe dá a coragem.
Buscam um lugar seguro para o filho crescer
livremente viver em paz e com pão
porém, tantas vezes, o mar se faz o seu caixão.
“Pelo mato seis dias só água bebemos.”
Fogem da fúria assassina de abutres
sôfregos de cobiça do que a terra esconde.
Deixam as casas, os bens, os ninhos de amor
e  a sua ninhada é dispersa destroçada 
levada por abutres traidores da terra amada.
Assim vai a Terra. 
Este planeta azul, que a todos abraça,
mas nem a todos abraça com igual verdade. 
De norte a sul, de este a oeste
a fome e a guerra, em tantos lugares é a realidade. 
A ganância se faz guerra, fome, dor, mortalha.
A crueldade, a tirania, o egoísmo
pisam com pé pesado e a direito
tudo e quem no seu caminho acontece.
E nem a pandemia 
difundindo mais pobreza, mais dor, mais mortalha
a lastrar por todo o lado,
põe cobro nesta avidez, 
neste despotismo predador.
Nem a pandemia esmorece o seu pendor
e os faz entender
que neste planeta tão belo, 
todos poderemos serenamente viver
se entre todos respeito houver 
equidade e AMOR. 

Jeracina Gonçalves
                   Barcelos/Portugal, 13/06/2021



sábado, maio 08, 2021

 

Galeria da Biodiversidade inaugura “Entre Folhas, Sobre Paredes”

Exposição de desenhos de António Faria vai estar patente ao público até 6 de junho, na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do MHNC-UP.

São obras de grande formato que obrigam a dar uns passos atrás, para poder ver melhor. Entre Folhas, Sobre Paredes é o nome da exposição que ficará  patente a partir desta terça-feira, 4 de maio, e até início de junho, na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP).

Com curadoria de Cristiana Vieira, Curadora do Herbário do MHNC-UP, e Emília Ferreira, Diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC), trata-se de uma exposição de desenhos de António Faria.

A ilusão do mergulho na floresta

Vive e trabalha em Lisboa, onde nasceu em 1966, mas é essencialmente a paisagem verde de Sintra, onde também viveu, que marca o trabalho deste designer gráfico, professor e artista plástico.

Foi desde muito cedo que António Faria se ocupou do “mistério do movimento das linhas”, refere Emília Ferreira, um mistério que reside “no silêncio e entre as exigências de um sentimento de melancolia”.

O seu trabalho coloca-nos perante “um labirinto de linhas que, entre as sombras e a luz, deixa passar a ilusão do mergulho na floresta”, acrescenta a Diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea.

Embora resultem de uma composição modular, uma vez que são constituídos por diferentes partes, como um puzzle, cada desenho constitui uma ideia apenas. É a escala que esta ideia assume que nos faz dar um passo atrás e usufruir do carácter imersivo da obra de António Faria.

O recurso à cor, no trabalho do artista, surge como resposta a uma necessidade de luz e vibração, alimentando questões mais emocionais do que simbólicas, enquanto que o carvão, presente em desenhos mais recentes, lhe trouxe uma maior liberdade ao gesto.

A força do vento como antítese à melancolia

António Faria começou por querer fazer cinema de animação. Depois banda desenhada. Mas tinha pouca paciência… Até que o pai lhe disse: “Se pensares que uma só imagem contém todo esse movimento…” Foi esta a pista que seguiu até chegar à ideia de introduzir movimento no desenho. Daí “a presença do vento” na sua obra plástica, o que resulta, precisamente, “da grande necessidade de movimento, de ação”, do “ir para além da melancolia”, conta António Faria numa entrevista a Emília Ferreira e Lúcia Saldanha, coordenadora do projeto “Portugal entre Patrimónios” do MNAC.

Para o artista, a Floresta é um espaço onde faz sentido estar. Já fez várias vezes o Caminho de Santiago de Compostela e acha até “que é uma coisa um pouco espiritual”.

A Floresta é o tema comum às obras em exibição na Galeria da Biodiversidade. (Foto: MHNC-UP)

Hoje, é como professor de desenho que aprende muito com os alunos sobre animação de videojogos e cultura manga, enquanto partilha com eles “outras referências que vêm da banda desenhada franco-belga das vanguardas e cultura underground americana”.

A propósito do “desvio” do cinema de animação, lembra o que disse, uma vez, Ana Hatherly, numa aula. A professora, escritora, realizadora e artista plástica portuguesa confessou que, na realidade, queria ter sido cantora lírica, o que, por questões de saúde, não aconteceu. Ainda assim, não esqueceu o que o médico, na altura, lhe terá dito: “a criatividade é como um prego num saco plástico, acaba sempre por sair”.

Entre Folhas, Sobre Paredes surge no âmbito do projeto “Portugal entre Patrimónios“, do MNAC, e estará patente até 6 de junho, na Galeria da Biodiversidade – Centro Ciência Viva, ao Jardim Botânico do Porto.

Com entrada gratuita, a exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 (último acesso às 17h30).
Fonte: Notícias U.Porto

De: Casa Comum - Universidade do Porto
Publicado por: Jeracina Gonçalves, Barcelos/Portugal

sexta-feira, maio 07, 2021

“Todo o homem tem um preço”

Como um cancro insidioso, perverso, que mina silenciosamente as células do organismo, assim a corrupção vai minando a sociedade atual, estendendo a sua teia em todas as direções, em todos os meios e das mais diversas formas.

Da pequena corrupção (pequenos “favores”, pequenas negociatas “por de trás do pano”, à grande corrupção envolvendo milhões, a corrupção percorre toda a sociedade. E sempre existiu. Não, talvez, em tão grandes proporções como agora, mas sempre existiu. Mais camuflada e embrulhada, muitas vezes, na capa da amizade, ela foi “comprando” benefícios para uns em detrimento de outros mais merecedores. É o cabrito que se leva ao amigo em determinado lugar, para facilitar a entrada naquele emprego; é a palavra que se dá ao colega para dar um “jeitinho” na nota daquele aluno, possibilitando-lhe a entrada no curso que pretende, lugar que já não poderá ser ocupado por outro com direito a ele por mérito; É a nota de fim de curso, que se “engorda”, …(e recordo-me de uma colega que se gabava de ter tido determinada nota no fim do curso porque o pai era amigo de… Como se isso lhe enaltecesse o carácter!); e muitas outras pequenas/grandes coisas, que não são vistas como corrupção, mas como “provas de amizade”, mas que favorecem uns, em detrimento de outros mais merecedores, e que são corriqueiras na nossa sociedade, desde sempre, à grande corrupção que envolve somas avultadas e estende os seus tentáculos por todas as áreas, minando, corrompendo, roubando.
“Todo o homem tem um preço”. E, se calhar, todos seremos capazes de nos deixar comprar: uns por amizade, por amor, outros por ambição. E cada vez mais. Os princípios morais, a ética, o respeito pelo outro caminham pelas “ruas da amargura”. Hoje é um “salve-se quem puder”, sem atenção ao que é pisado para atingir o que se quer. E é urgente mudar este estado de coisas. Há que combater, por todos os meios legais, todas as formas de corrupção. Não basta ter leis justas. Há que aplicá-las com justiça. E só pode haver justiça numa sociedade, se todos, todos, sem classe, cor ou religião, ascenderam aos patamares superiores da sociedade, apenas e só, pelo seu mérito: pelas suas capacidades intelectuais, de trabalho e de relacionamento humano.

NÃO À CORRUPÇÃO
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 07/05/2021

quarta-feira, maio 05, 2021

DO DEVANEIO À REALIDADE

Da janela do meu quarto
Vejo o sol, vejo a lua, vejo o luar
Vejo as crianças no recreio a rir e a brincar.
Os seus alegres gorjeios
Como gorjeios de pássaros pelo azul a voar
Trazem até mim os teus braços
Para com eles me abraçares;

Da janela do meu quarto
Vejo pássaros felizes em piruetas pelo ar
E a cantar…

Num firme golpe d’asa
A minha alma em teus braços
Em piruetas pelo ar
Com os pássaros pelo azul a voar.

Todavia o devaneio a outrem cede o lugar.
Na voz do locutor, que me chega pela rádio:
“Há mais um caso suspeito.
Já são vinte e cinco os casos confirmados.”

De fantasia já basta. Toca a por os pés no chão.
Esses são os factos que se opõem à ilusão.
Minha alma em breve está de volta
Num breve “fechar de mão”:
Não é tempo de sonhar, mas de por os pés no chão.

Essa sombra negra e crua, a crescer do oriente
com a rapidez do relâmpago, propaga-se pelo mundo
de segundo em segundo. Toma grande expansão.
Já são mais de noventa os países contaminados
e muitos são os seres sob o seu hálito finados.
São porém muitos mais os que já foram curados!

Há que ter a consciência de que é necessário agir
enquanto na sombra maligna temos ainda mão.
Há que agir rapidamente para deter sua incursão.
Cerrar caminhos, carreiros, por onde possa caminhar.
Encarcerá-la entre muros para a sombra não voar.
Se a sombra toma asas não haverá como a parar!

“Hoje, em Portugal, são já trinta os infetados.”
Há que agir rapidamente!
Travar o seu avanço também está na nossa mão.
Cada um, no seu lugar, deve tomar consciência
do seu viver coletivo neste mundo global
e que suas atitudes têm repercussão geral.

Há que agir rapidamente para deter a invasão.
Travar o seu avanço também está na nossa mão!

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 09/03/2020

PS: Este poema, escrito em 09/03/2020, publicado na altura no Facebook, revisto agora, aqui fica para que relembremos o início desta pandemia e tudo o que aconteceu durante estes catorze meses. Apesar de agora estarmos no bom caminho e da vacinação, é preciso não abusar da liberdade/responsabilidade. Ninguém quer, com certeza, voltar atrás.