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quarta-feira, abril 24, 2013

QUANDO A ALMA COMUNICA

Sobrevoando a cidade  do Porto (JG)
       
A alma comunica na sinceridade das palavras
Que fluem, sem entraves nem tabus.
Articulam o que a alma sente.
Seja dor, seja alegria,
Frustração, raiva ou amor.
Não procura palavras bonitas.
É espontânea. É natural.
Não guarda. Não fecha.
Abre-se e oferece o que tem
Sem medir ou pensar consequências.
A comunicação que vem da alma é espontânea.
Flui como um rio sem escolhos.
É contínua, necessária, premente.
Vence obstáculos e avança imparável.

Jeracina Gonçalves
"in" POEMAS DE AMOR E DOR (Livro para publicação)

domingo, abril 21, 2013

APELO



Ó Hípnos sublime e redentor
que à minha alma, 
cativa do sofrimento e da dor,
negas o calor reconfortante do teu abraço,
por onde andas?
Acode à minha dor!
Vem!
Vem até mim.
Afasta de mim este cansaço
Deixa descansar minha cabeça em teu regaço.
Traz-me o lenitivo do teu abraço protector!

Jeracina Gonçalves
                                                           "in" POEMAS DE AMOR E DOR (livro para publicação)

sábado, abril 20, 2013


INQUIETUDE



Indolência, modorra, marasmo amortecem, em mim,
qualquer gesto, qualquer vontade, qualquer querer.
Indolência, modorra, marasmo dominam todo o meu ser.

De pálpebras cerradas tento ler a minha alma
Sem nada conseguir decifrar
Sem mesmo conseguir penetrá-la.
A minha alma está trancada contida fechada.
Minha alma está fechada entre nuvens escuras 
Nuvens pesadas.
Vejo nuvens. Apenas nuvens. Mais nada.

Caminho por uma estrada em terra batida
Caminho em direção ao infinito.
Na alma contida, fechada, levo um grito.
Um grito surdo. Intenso. Profundo.
Um grito à espera de uma brecha
Uma saída para o mundo para a liberdade
Onde possa soltar-se expandir-se
Voar sem barreiras a tolherem seu passo. 
Jeracina Gonçalves
"in" POEMAS DE AMOR E DOR (Livro para publicação)

terça-feira, abril 09, 2013

DESALENTO



Hoje sou como o barro:
Informe
Inconsistente;
Um tosco pedaço de barro
Sem querer e sem vontade
Moldável ao sabor da corrente
Que passa e deixa marcas
Na massa incongruente
Do meu ser cansado,
Do meu ser triste e doente;

Sou palmeira vergastada pelo vento
Incapaz de resistir à tempestade.
Sem força, sem ânimo, sem talento
De moldar a minha força à do vento.
Vergar, mas não partir. Dar-lhe passagem.
Regressar, depois, altiva e forte,
À forma original. Recuperar o norte.

Quisera ser pluma
Que o vento agarra e leva pelo ar
Sem ponto certo, lugar para aterrar;
Quisera ser lua, ser terra, ser mar,
Quisera ser chão, planta a desabrochar
Quisera ser luz, ser sol e ser luar…

Sou barro disforme, inconsistente.
Sem querer e sem vontade
       Vogando ao sabor desta corrente.
Jeracina Gonçalves
"in" POEMAS DE AMOR E DOR (livro para publicação)

PASSOS DA VIDA



Quando o vento varre forte
A área do coração
Em pedaços o suporte
A luz, a vida, o norte
Em pedaços pelo chão.

Mas se a brisa é macia
Acalenta a ilusão
Traz consigo a fantasia
No coração a alegria
No olhar o coração.

A vida é feita de passos
Nem sempre certos, seguros
Por vezes tão imaturos
Sem ritmo nem direção

Passos de vida perdida
Quantas vezes na ilusão
Passos de vida perdida
Em passos de destruição.
Jeracina Gonçalves
"in" POEMAS DE AMOR E DOR (livro para publicação)

domingo, abril 07, 2013

CORES DE VERÃO


Abre as janelas do teu coração.
Deixa que a luz entre
Ilumine os cantos sombrios
Cantos onde se acoitam dor e solidão.
Deixa que o calor de verão
Aqueça o lajeado do teu coração.

Não voltes as costas à vida.
Olha-a, nos olhos, com determinação.
Veste-a com tecidos leves, vaporosos
Tecidos com fios d'amor e d'amizade
No tear precioso do teu coração.

Afasta de ti as cores negras da solidão.
Veste a vida com as cores de Verão.
Jeracina Gonçalves
in À DERIVA (livro para publicação)