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terça-feira, março 22, 2016

AS LÁGRIMAS DO CÉU


O céu derrama copiosas lágrimas sobre o rosto da terra.
Deslizam sobre o seu rosto enrugado
Infiltram-se sob as rugosidades da sua pele
E acumulam-se nas arcas ocultas nas entranhas da Terra/Mãe.
São tesouros sem preço, que sustentam a Vida;
São fios de prata serpenteando por entre colos fecundos;
Vestem o corpo da terra com trajes coloridos de vaporosas sedas
Tecidas com fios de alegria, cor, beleza e abundância.
Ou deslizam atabalhoadamente sobre o seu rosto enrugado
Correm enfurecidas, selvagens, sem travão,
E rasgam sulcos profundos sobre o seu corpo mártir.
Arrasam, destroem, matam a vida e tudo que lhes faça frente
E seguem rumo a destinos incertos.
São fealdade, tristeza, sofrimento;
São a destruição em movimento...
Marcam o rosto da Terra/Mãe com marcas profundas
E destroem os seus filhos sem compaixão.

O céu derrama copiosas lágrimas sobre o rosto da terra.
A dualidade as define. São moeda de duas caras:
Quais pintoras exímias pintam quadros de requintado encanto,
Sobre telas de linho, em paleta de cores aprimoradas com génio.
Primaveras renascidas... Renovação… Alegria!  
Brilho maternal no olhar da Terra/Mãe sobre seus filhos queridos!
Ou, como perversos carrascos, desferem golpes profundos no rosto da Terra/Mãe.
Marcam o seu rosto com sulcos de tristeza, sofrimento, destruição…
E destroem os seus filhos sem pudor nem compaixão.
Nesta sua dualidade, são bênçãos e são vida!
Da vida são o cerne e a medula.
Ou são o cancro, que ataca e destrói a beleza  da vida e a própria vida.

05/01/2016 – 6h 12m
Jeracina Gonçalves