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quinta-feira, outubro 29, 2020

CRÓNICAS DO MEU CAMINHO

 TODOS POR UM E UM POR TODOS

Neste tempo que nos cerceia os movimentos, o convívio, as pequenas ou grandes distrações que faziam a vida mais leve, e nos obriga a esconder o sorriso por detrás de uma máscara, assemelhando-nos a assaltantes prontos a entrarem em casa alheia, e,  para complicar ainda mais, tolhem a visibilidade a quem usa óculos provocando o seu embaciamento (Ninguém pense, porém, que sou contra o uso da máscara; sou completamente a favor, e para toda a gente. Estou apenas a constatar um facto que, apesar de tudo, não pode ser motivo para deixar de usá-la), não tendo uma atividade profissional que  obrigue a sair, a melhor opção é mesmo ficar entre as quatro paredes da sua casa, saindo, apenas, quando for estritamente necessário, e usando de todos os cuidados. 
Porém ficar em casa sem arranjar uma atividade que nos atraia e envolva,  será abrir o caminho rápido para a depressão. Temos de ter uma atividade que nos absorva e nos envolva a mente, os sentidos e o coração. 
E não podemos esquecer a parte física. Também precisa de ser exercitada e de se manter ativa. Todavia caminhar mais rápido pela casa, uns exercícios respiratórios à janela, alguns exercícios de distensão muscular de vez em quando, ajudarão a fazer a oxigenação de todo o organismo e a manter a flexibilidade dos músculos. 
Se assim fizermos o tempo correrá ligeiro, sem que nos faça sentir o afogamento da sua presença demasiada, a paz crescerá no coração, e a alegria encher-nos-á a alma. Porque estamos a fazer algo que está certo e que a nossa consciência cívica nos diz ser o nosso dever. Mesmo para quem vive só, a solidão não entra. Às vezes bate levemente à porta; mas não entra. 
Todavia é preciso que a atividade que criamos ou escolhemos para suporte seja a que o nosso coração acarinha. Pintar, escrever, ler, costurar, fazer crochet, fazer tricot, bordar, inventar receitas… tudo serve, desde que se sinta prazer nela. 
A mim prende-me a escrita. Transforma-me o tempo numa ave ligeira a voar no espaço azul. E embora sinta saudades do tempo libertado desta pressão, do tempo gozado em liberdade sem restrições às obrigações e distrações que o tornavam útil, rico e variado, não o sinto como um garrote a apertar-me a garganta. Flui rápido. Mal amanhece já é noite. E, quando me apercebo, já não são horas de ligar a quem queria e devia ligar, por exemplo. 
O que mais me dói, neste tempo aprisionado, é ouvir nas notícias a avalanche de contagiados e mortos que corre o mundo, e o crescimento rápido e avassalador que está a ter no nosso país. Receio que cheguemos ao ponto em que deixe de haver capacidade para tratar quem adoece. 
Está também nas nossas mãos não deixarmos que Portugal atinja esse limite. Façamos o nosso dever: cumpramos as regras reconhecidas como necessárias para cortar as correntes de transmissão. 

TODOS POR UM E UM POR TODOS
Jeracina Gonçalves
Barcelos, Portugal - 29/10/2020

terça-feira, outubro 27, 2020

Turismo de Natureza: procuram-se ideias!

 O Fórum Turismo e o Super Bock Group lançaram, com o apoio do Turismo de Portugal, o Tomorrow Tourism Leaders – Super Edition.

Esta é uma edição especial do concurso que passa agora a estar aberto a todas as pessoas, nomeadamente empreendedores, com “vontade em fazer a diferença e dar um contributo para tornar Portugal um destino turístico mais sustentável, desta vez através do produto Turismo de Natureza”.

Tomorrow Tourism Leaders – Super Edition decorre em formato de competição nacional com o objetivo de encontrar novas soluções e criar oportunidades para uma das sete regiões turísticas nacionais (Açores; Alentejo e Ribatejo; Algarve; Centro; Lisboa; Madeira; e Porto e Norte).

Quem quiser participar, poderá fazê-lo até 22 de novembro.

Para mais informações (+)

domingo, outubro 25, 2020

O COVID-19 HOJE

O Covide-19 está a tomar proporções incomportáveis para os Serviços de Saúde em vários países da Europa, com números assustadores de pessoas contagiadas a que nenhum Serviço de Saúde teria, ou terá, capacidade de fazer frente. E o único caminho é deixar morrer os que fere com mais violência. 
E ainda assim se discute se é legal impor o uso obrigatório de máscaras, ou qualquer outra medida que impeça o contágio galopante desse vírus oportunista, que de tudo faz caminho para atingir os seus objetivos predadores? 
A Democracia dá liberdade ao cidadão. 
Mas não há liberdade sem responsabilidade. 
A liberdade acarreta responsabilidade. 
Se sou livre, tenho o direito de exigir respeito para comigo e o dever de respeitar o outro. E, portanto, na minha liberdade, não posso ir além do ponto em que ela colide com a do outro. 
Se sei que o uso da máscara pode evitar, que eu, que carrego comigo o vírus sem o saber, o transmita a outro e assim estender a rede de contágio, como pessoa democrática e responsável, uso máscara voluntariamente. É o meu dever. 
Por mim, pelos outros, e pelo país em que vivo (que é o meu) e quero vivo e forte, capaz de proporcionar aos meus concidadãos e a mim, uma boa qualidade de vida. 
Se há neste país quem não compreenda este princípio democrático e solidário, terá de lhe ser imposto. Para o bem de todos. Impondo a obrigatoriedade de uso de máscara para novos e menos novos, em qualquer lugar onde circule gente. Assim como quaisquer outros meios que sejam necessários ao corte de correntes de transmissão. 

Jeracina Gonçalves 
Barcelos/Portugal - 25/10/2020

 


Peço a todos que amam a natureza que publiquem uma foto. Uma foto que tenha tirado. Apenas uma imagem, sem descrição. O objetivo é criar um pouco de paz e equilíbrio no ambiente negativo. Você está dentro? Copia este texto e publica uma foto da natureza na tua própria cronologia. Então todos nós podemos aproveitar juntos. Aqui está a minha fotografia :..

sexta-feira, outubro 23, 2020

quarta-feira, outubro 21, 2020

CRÓNICAS DO MEU CAMINHO

 A ÁRVORE NÃO MORREU Por Jeracina Gonçalves - Barcelos/Portugal

Lentamente a árvore envelheceu. Envelheceu devagar. Pouco a pouco. Sem pressas, dando provas da fibra de que era feita: primeiro um ramo morreu, depois outro e outro e outro… e outro… 
Foi amputada, desmembrada, e corajosamente se renovou e continuou em frente cheia de alegria, de força, amando e acarinhando quantos dela se aproximavam. Mas o tempo não desistiu de levá-la consigo: levou-lhe o viço e o vigor. E a velha árvore não encontrou mais energia para enfrentá-lo, para debater-se com ele. Deixou-se vencer e foi nos braços do tempo. O seu sangue deixou de alimentar-lhe o corpo cansado; deixou de circular nos seus vasos. Paralisou. E a velha árvore, esgotada, morreu. 
Porém a sua vida não foi vã. Teve uma vida longa, plena e espalhou amor e bem-estar pelos que dela se aproximaram: alimentou e abrigou pássaros, formigas, gafanhotos e todos os demais bichinhos que nela procuraram sustento e abrigo; floresceu e frutificou, e anos e anos a fio ofereceu a graça da sua copa florida ao espectador sensível, rendido à sua beleza, e o sabor dos seus frutos mataram a fome e a sede a passantes famintos e sequiosos; a sombra amena dos seus ramos acalmou a canícula nos dias ardentes de Verão e abrigou risos e gritarias de crianças, que sob a aprazível sombra da sua frondosa copa, brincaram, riram, choraram, jogaram à bola, à patela e muitos e muitos outros jogos inventados pela suas jovens e criadoras imaginações; e quantos e quantos segredos, quantos e quantos beijos, quantos e quantos abraços e juras de amor foram trocados com a cumplicidade da sua ramagem frondosa! Foi conivente de amantes e de apaixonados. Foi casa, foi alimento, foi abrigo de tantos e tantos seres. Com sua beleza transformou e iluminou a paisagem ao longo das quatro estações, por muitos e muitos anos. Sempre diferente; mas sempre igualmente bela. 
Radiosa e coquete na Primavera, plena e intensa no Verão, adulta e completa durante o Outono, sonolenta e cansada no Inverno. E multiplicou-se: as suas raízes estenderam-se sob a terra e, curiosas, emergiram aqui e acolá, dando origem a outras como ela; os seus frutos transportados pelas águas, pelos pássaros e por outros seres que a habitaram, levaram a sua semente a distâncias longínquas. Por lá germinaram e deram origem a filhas iguais a si. 
Os seus genes dispersaram-se por largas áreas e por aí cresceram e se multiplicam os seus descendentes. Viveu, e a sua vida deu vida a muitos e muitos seres. O tempo fez parar o sangue em seus vasos, mas a árvore continua viva nas descendentes dispersas pelos espaços onde chegou a sua semente e nos seres que alimentou, aos quais deu vida. 
A árvore não morreu.
Jeracina Gonçalves 
21/10/2020 

PS: Este texto foi escrito há uns anos. Julgo que está publicado numa das revistas do Lions Clube de Barcelos. Hoje encontrei-o numa pen que já não abria há algum tempo. Resolvi publicá-lo.

sábado, outubro 17, 2020

CRÓNICAS DO MEU CAMINHO

COGITAÇÕES DA ALMA – 14/12/2005 -Por Jeracina Gonçalves, Barcelos/Portugal

Sem qualquer sinal que o anuncie, quando menos se espera, a luz dá lugar à treva, o verde-esperança cede lugar à escuridão, como se forças cósmicas estejam acoitadas à espera de provocarem a derrocada; e a derrocada acontece. Destrói sonhos e levanta barreiras entre seres que antes se estimavam e se respeitavam. Cava fossos profundos de incompreensão, de animosidade e mata sentimentos que se julgavam firmes e ancorados em alicerces robustos, sólidos e resistentes. 
Como meras bolas de ping-pong, dispostas à vontade dessas forças invisíveis, somos jogados a seu bel-prazer neste espaço cósmico em que nos movimentamos. Manobram nossas atitudes, sentimentos e vontades. E, como folhas secas volteando pelo ar levadas pelo vento, somos arrastados para sítios esconsos, perversos, onde morrem espezinhados os nossos ideais, sentimentos e ilusões mais profundos e generosos. 

A vida, fera traiçoeira, 
Ataca e derruba 
Sem aviso prévio. 
Quando menos o esperas 
E na vida estás serena 
Domina o teu canto 
Tua doce ilusão 
o teu doce encanto 
E a casa, que crias segura, 
Bem depressa se converte 
Em triste montão 
De sonhos desfeitos 
Em cacos espalhados pelo chão. 

Como uma fera traiçoeira e sangrenta, a vida ataca e destrói os sonhos, os projetos, e o próprio edifício já construído. Transforma tudo num montão de sucata velha, sem préstimo. Lixo. E deixa na boca o sabor amargo da desilusão e da traição. É cobarde. A vida é cobarde! E, como todos os cobardes, ataca quando estamos desprotegidos, serenos, confiantes. Quando tudo à nossa volta parece bem iluminado e colorido. Seguro. 
A única forma de vencer os cobardes é voltarmos o nosso olhar firme e digno na sua direção. Olhá-los de frente, sem mostrar medo. A força, a verdade, a transparência do nosso olhar assusta-os. 
Do mesmo modo acontece com a vida. Também ela nos teme e obedece se a olharmos de frente, com coragem e determinação. Temos de olhá-la de igual para igual, sem mostrar temor. Olhá-la com o olhar firme de um coração livre, leal, que não se deixará vencer por mais golpes baixos que lhe sejam cravados. Sempre se levantará nobre, honesto, altivo e generoso. 
Sinto a minha alma abalada. Triste. Mas nela está a força para orientar meus passos e caminhar em frente. Sempre encontrei nela o ânimo para vencer as tempestades e vendavais da vida. Não me vai deixar mal desta vez. É apenas mais um. Mais um vendaval, que a minha alma terá de ultrapassar com coragem e dignidade, caminhando em frente, sem vender os seus princípios e integridade moral. 

Não sei se vou ou se volto 
Desta dor que em mim sinto 
Por este caminho agreste, solitário, que piso. 
Caminho pejado de pedras e silvados 
Que ferem e arranham os meus pés. 
Sujeitam os meus pés à dor, ao sofrimento, à gangrena… 
Talvez à morte. 

A minha alma é forte. 
Mas, como qualquer árvore ferida na raiz 
À qual é negado o alimento, 
A minha alma definha, à míngua, 
Açoitada pela sede e pela fome que a invadem. 

Não posso deixar que a morte fira a minha alma. 
Preciso de alimentá-la. 
Preciso de mantê-la viva, forte, sensível, 
Doce e terna, 
Impondo-se generosa perante a dor, 
Mesmo quando a dor a faz sangrar.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal,17/10/2020

quinta-feira, outubro 15, 2020

CRÓNICAS DO MEU CAMINHO

…NÃO, OBRIGADA!

 

A hora de ponta há muito ficara para trás e automóvel rodava pela A1, com pouco trânsito àquela hora, aproveitada pela maioria dos condutores de longo trânsito para jantar. Circulava-se à vontade, sem nada que atrapalhasse a condução. O tempo seco e o ar manso de um crepúsculo doce e tranquilo como um sorriso de mãe espiando as inocentes traquinices do filho, tornavam a viagem calma, pacífica, sem pressas nem atrapalhações. Não era ultrapassado o limite de velocidade imposto pela lei. Só a vontade de me aninhar placidamente nos braços carinhosos de Morfeu (talvez induzida pela maciez do crepúsculo) me atrapalhava um pouco. Mas, com maior ou menor facilidade, logo afastava a ideia, pois não queria deixar-me adormecer, não fosse contagiar o condutor, o meu marido. Tudo se poderia complicar, então, para além do aceitável. Na Área de Serviço de Aveias de Cima ligamos o GPS (estávamos na era do “Tom-Tom”), confiantes que assim chegaríamos mais facilmente ao hotel. E continuámos sem contratempos até à entrada da cidade. Aí começaram os problemas: a falta de obediência rápida às ordens emanadas da voz da “espanholita” fez-nos rodar várias vezes sobre as rodagens anteriores, dar voltas sobre voltas, até que, deveras transtornada, não sabia já para onde nos encaminhar. E foi sem a sua ajuda, desobedecendo-lhe resolutamente, que chegámos ao hotel. De contrário continuaríamos a rodar sobre os mesmos rodados, em redor do mesmo, sem sairmos do sítio. 
Sabíamos que o hotel ficava na Marginal. Chegaríamos lá, facilmente, sem o tal instrumento, se resolutamente tivéssemos ido directos à marginal, seguindo-a no sentido de Belém. Mas… Quando chegámos já há muito dobrara a barreira da meia-noite. 
Também no regresso o tal instrumento nos complicou a vida. E, em obediência às suas ordens, circulámos por “trancos e barrancos”, desobedecendo às placas indicativas que encontrávamos no caminho (era ao tal instrumento que devíamos obediência), para chegarmos ao Convento de Mafra. Sem que aí nos levasse. 
Levou-nos a um estreito vale, no meio dos campos de cultivo, sem qualquer casa ou barraco por perto, por uma estrada rural, em terra batida, estreita e em péssimo estado e, chegados aí, “Destino” – disse a voz guapa da referida espanhola, e terminou a sua missão. Nem mais “piou”. Levou-nos ao «destino» e nada mais havia a acrescentar. Emudeceu. 
Estávamos no meio de uma zona rural, entre terrenos de cultivo, longe de qualquer povoação e não havia nada que nos orientasse: nem uma placa, nem uma casa, nem pessoa alguma a quem pedir informações. E a única possibilidade era seguir em frente. Até porque não havia como fazer inversão de marcha. Seguir em frente e fé em Deus era a única possibilidade que havia. A algum lado haveríamos de chegar. 
Quilómetros à frente, não sei quantos, mas uns tantos, surgiu um cruzamento sem placas. Levantou-se a questão: para a direita ou para a esquerda? 
Em boa hora optamos pela esquerda. Após alguns quilómetros rodados apareceu finalmente uma placa indicadora do Convento de Mafra. Ainda estávamos longe, porém, no sentido certo. 
GPS… (aquele GPS) NÃO, OBRIGADA! É de tecnologia espanhola, foi caríssimo e não tem actualizações. Os seus criadores devem ter chegado à conclusão de que realmente não aprova e não estão para investir mais numa coisa que não presta. 
Se calhar até os entendo; mas é incorrecto. Os clientes deveriam merecer-lhes alguma consideração. 

(Isto aconteceu há mais de uma dezena de anos. Hoje o Google não deixaria que acontecesse.) 

Jeracina Gonçalves 
Barcelos/Portugal

sábado, outubro 10, 2020

HISTÓRIAS INFANTIS

 

O GATINHO APAIXONADO

O gatinho pintalgado
está muito apaixonado
pela gatinha branca
de olhos esverdeados

já não come, já não bebe,
e passa os dias à janela
à espera de vê-la chegar

Mas a gatinha branca 
de olhos esverdeados
já tem o seu namorado
não se deixou encantar.

                                  Jeracina Gonçalves, 
                                 Barcelos/Portugal


sábado, outubro 03, 2020

QUE NATAL?

Entrou Outubro manso, sereno, calmo…
Algumas lágrimas brandas desceram-lhe pelas faces.
Mas no coração das gentes, de muitas gentes,
O Inverno já entrou e chora convulsivamente.
Neste tempo enublado de desemprego corrente
A pobreza é crescente e a fome entra nos lares, 
Nos lares de muita gente.
O Inverno, inclemente, fustiga esses lares carentes.

Que fazer? Como aliviar este desvario crescente?

O Natal está aí - tempo de renascença
para uma vida melhor.
Tempo de renascimento com a tónica no AMOR.
Tempo de renascimento para um tempo mais justo
Mais solidário, mais equitativo.
Porém a Natureza parece remar ao contrário.
E este tempo nublado (sem fim à vista)
Que 2020 à Humanidade trouxe
Cava sulcos profundos difíceis de aplanar. 
O desemprego corrente e crescente
Acrescenta lares com fome à fome já existente.

O Natal está aí - tempo de renascença
para uma vida melhor.
Tempo de renascimento com a tónica no AMOR.
Tempo de brilho nos olhares.

Que Natal pode haver, quando há fome nos lares?

Faça-se uma corrente de solidariedade nacional.
Um banco universal, a nível nacional,
Onde os que têm muito e os que algo têm
Depositem mensalmente o seu benemérito presente,
Para os que nada têm possam sorrir no Natal.
Algo estruturado, íntegro, bem pensado
Onde o pouco que seja, por muitos, faça o muito,
Que bem orientado,
Ponha sorrisos nas faces dos lares esfomeados.

E, assim, livremente, manter pelo tempo, essa corrente.
Equilibrar levemente a vida das gentes corroída pela fome
Neste tempo desajustado, neste tempo demente
Que, na Humanidade, tanto se faz presente.
E o Natal será vivido, em pleno, no seu verdadeiro sentido.

Jeracina Gonçalves 
Barcelos/Portugal – 01/10/2020