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terça-feira, julho 30, 2019

Ele está lá. Está lá!
Está entre os braços do gigante vestido de verde.
Está mesmo em frente, entre os seus braços poderosos e amigos.
Vi-O esta manhã, quando abri a janela aos raios do sol nascente.
A brisa falou-me Dele. Destapou a ponta do véu que O cobria,
Mas foi o sol que mO mostrou, generoso e belo,
Pronto a abarcar o mundo com o Seu Amor.
Chega até mim em cada raio de sol, em cada feixe de luz, em cada lufada de ar
No timbre colorido de cada flor, que se abre sob o meu olhar faminto de beleza
No sorriso resplandecente de cada pássaro a rasgar possante o espaço azul
Na cachoeira melodiosa a descer por entre as arribas da minha alma ferida
Num prenúncio de Vida e de Amor.
Jeracina Gonçalves
30/07/2019

segunda-feira, julho 29, 2019

É verão, tempo de férias, de alegria, de convívio, de luz. 
Mas há corações que não se abrem à luz. Em vez de espalharem alegria, escondem-se atrás de máscaras para massacrarem e infernizarem a vida de pessoas, que outro mal não fazem se não o de terem uma vida clara, honesta, orientada pela ética e pelo que julgam ser o caminho para uma sociedade mais igual e mais justa. Pessoas que levam uma vida sem máscara e olham o seu semelhante  nos olhos, de forma directa, leal e verdadeira.
Jeracina Gonçalves
29/07/2019

sábado, julho 27, 2019

Quando a maldade é o guia
E enforma o dia-a-dia
A vida só pode ser
Uma permanente agonia.

Veste-te de azul e de mar
Ama os seres e a vida
Faz a bondade brotar
Do cerne do teu coração;

Olha o outro como irmão.
Faz da bondade o teu lema!
Do maldoso tenho pena:
Vive na escuridão!
Jeracina Gonçalves
25/07/2019

terça-feira, julho 23, 2019

APELO


Por quê, Senhor, 
Tanto ódio, tanta guerra,
Tanta dor sobre a Terra
De inocentes que sofrem
O poder do mal imposto?
Porquê tanta maldade na Terra?

Senhor,
Depõe o Teu olhar piedoso
Sobre este mundo em guerra
Põe a paz nos corações
Dos que vivem em convulsão
Na ânsia de mais um tostão.

Propaga o Teu Amor
Sobre o egoísmo e a dor.
Eu Te peço meu Senhor!
Jeracina Gonçalves
                        Barcelos/Portugal, Junho/2019

quarta-feira, julho 10, 2019

EM CADA INSTANTE ME VOU


Em cada instante me vou
sou o instante que já não sou
desfeito naquele instante
pelo outro que chegou. 

E, de instante em instante,
em cada instante me vou. 

Morro e renovo-me 
a cada instante
num instante
até ao instante final.
Jeracina Gonçalves 
06/07/2019

terça-feira, julho 02, 2019

UMA MANHÃ NA PRAIA

 ... emana uma toada ronronante, embaladora que me apetece e me relaxa; toada terna de um mar amigo, bonacheirão: aproxima-se, afasta-se, aproxima-se, afasta-se, ritmada, contínua, muito calma, muito mansa…
Ao longe, pequenos barcos de pesca fazem a faina na grande planície líquida que se alarga para lá da linha do horizonte até à costa africana. Mais próximo, navegam dois barquinhos à vela.
Aconchegada sob a sombra protetora do guarda-sol de colmo, vou observando o vai e vem lento das águas mansas e a enorme praia de areia macia, a esta hora quase deserta. Contam-se pelos dedos das mãos as pessoas presentes: um casal joga badmington; duas crianças brincam na areia com os seus baldinhos coloridos: um verde e outro amarelo, e, junto à linha de água, onde a areia é mais rija e torna o caminhar mais agradável, caminham mais ou menos, apressadas algumas pessoas.
.....
Fecho os olhos.
Deitada na espreguiçadeira deixo-me levar ao sabor do canto doce deste mar tranquilo, arrastada pela sua voz mansa, melodiosa para os meus ouvidos, que me transporta pelos caminhos da fantasia. Mergulho no interior do seu mundo silencioso, cheio de vida e de mistério, em busca de mitos perdidos no emaranhado dos tempos; vagueio por mundos de sonho. Mundos de fausto e de esplendor descritos por Platão nos seus diálogos Timeus e Crítias, dormindo o sono profundo nas entranhas do mar (pelo que deixou descrito o grande filósofo, não dormirão muito longe daqui); percorro salões magnificentes por entre as suas colunas de jaspe e âmbar, de palácios habitados por seres semidivinos, aparentados com os deuses, cheios de sabedoria e de bondade. Seres que se deixaram enredar pelos “vícios” do poder e perdendo a virtude e as características divinas, atraíram a fúria dos deuses. No espaço de um dia e de uma noite de terramotos e inundações, pereceram para sempre sepultados nas profundezas deste mar que me enfeitiça.

Mitos perdidos no enredo dos tempos,
Engolidos por deuses em fúria, habitam teu
Seio profundo. Jazem em ti sepultados. 
Mundos de Platão, por Aristóteles negados.
 
A praia começa a encher-se, transformando-se numa enorme pinha de corpos besuntados, estendidos sobre toalhas coloridas na areia. Já perdeu, para mim, bastantes dos seus atrativos. Há já demasiada confusão para o meu gosto.
São onze e meia da manhã. Regresso ao hotel.
HORIZONTE AZUL
 Jeracina Gonçalves