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sábado, abril 20, 2019



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Leia esta história... faz pensar.
 
Um homem santo teve um dia para conversar com Deus e lhe perguntou:
 : "Senhor, eu gostaria de saber como são o Céu e o Inferno »
Deus levou o homem santo a duas portas.
Ele abriu uma e o deixou  olhar para dentro.
Havia uma grande mesa redonda.
No centro da mesa havia um enorme recipiente contendo comida deliciosamente perfumada.
O homem santo ficou com água na boca.
As pessoas sentadas ao redor da mesa, eram  magras, pálidas e doentes.
Todos pareciam com fome.
Eles tinham colheres com cabos longos, presas ao braço.
Todos alcançavam o prato de comida e podiam pegar um pouco, mas como o cabo da colher era mais comprido que o braço, não podiam levar a comida até a boca.
O homem santo tremeu ao ver a miséria e o sofrimento deles.
Deus disse:
"Você acabou de ver o inferno".
Deus e o homem se dirigiram em direção à segunda porta.
Deus a abriu.
A cena que o homem viu era idêntica à anterior.
Havia a grande mesa redonda e o recipiente que fez dar água na boca.
As pessoas ao redor da mesa também tinham colheres com cabos longos.
Desta vez, no entanto, eles estavam bem alimentados, felizes e conversando uns com os outros, sorrindo.
O homem santo disse a Deus:
 "Eu não entendo!"
É simples, respondeu Deus, eles aprenderam que o cabo da colher não permite que você se alimente ... mas permite que você alimente seu vizinho.
Então eles aprenderam a alimentar uns aos outros!
Aqueles na outra mesa, por outro lado, só  pensam em si mesmos ...
Inferno e Paraíso são os mesmos em estrutura ... Nós trazemos a diferença dentro de nós !!!
Eu me permito adicionar um pensamento, não meu:

 "Na terra há o suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não para satisfazer a ganância de alguns.
Nossos pensamentos, por melhores que sejam, são falsas pérolas, se não são transformadas em ações.
Seja a mudança que você quer ver no mundo ".
                   Mahatma Gandhi

Estima-se que 93% das pessoas não encaminharão esta mensagem.
Se você faz parte dos 7% que o farão, envie, para tentar deixar claro que solidariedade sempre paga, ganância não.
                        
                  Boa Páscoa

terça-feira, abril 09, 2019

MOMENTO


Solta-se límpida
Cresce
Cristalina
Admirável
Em direção ao azul
Como cristal transparente
Fulgurante ao sol do meio-dia.
Quedam-se as vozes
Quedam-se labores…
Cai o silêncio no espaço envolvente.
E a voz angelical
Pura
Transparente
Alaga todo o espaço
De luzes resplandecentes.
Emergem rosas vermelhas
Do lago de águas puras
Argênteas…
Momento de paz.
Espaço de oração.

                             Jeracina Gonçalves
                              Barcelos/Portugal

sábado, abril 06, 2019

O NASCER DO SOL

Estou aqui com três contos. Entre os quais " O NASCER DO SOL".


Jorge acordou hoje bem cedo. Vai começar a semana de praia da escola e, como todos os colegas, anda ansioso com a antecipação das brincadeiras e aventuras que viverá durante esses maravilhosos dias ao ar livre, na praia, com colegas e professores. Correm, jogam a bola, apanham conchinhas e godos que depois utilizam na sala de aula em trabalhos, fazem ginástica, dão passeios pelas dunas e observam as plantinhas que por ali crescem e os caracóis pequeninos que nelas vivem agarrados, fazem grandes “locas” e castelos de areia... Enfim! São manhãs bem alegres e divertidas. E também instrutivas. Aprendem muitas coisas. Por isso a ansiedade domina-o nestes dias que precedem a semana de praia. E, logo que o dia começou a luzir, levantou-se, foi até janela e abriu-a de par em par.
O espetáculo que vislumbrou no horizonte, em frente, naquela manhã de Junho, deixou-o perfeitamente deslumbrado: uma grande bola alaranjada subia pelo espaço e tingia com tons de fogo o azul límpido e transparente do céu, a anunciar um dia cálido e luminoso, transbordante de energia, que deixava antever a fantástica semana de praia que iriam ter.
“Como é bonito!” – Exclamou.
Um colega da escola, que um dia saíra muito cedo para ir à pesca com o pai, já lhe tinha falado da beleza do nascer do Sol; mas nunca se tinha levantado suficientemente cedo para vê-lo nascer. Hoje acordou cedo e ainda bem. Pôde deliciar-se com este espetáculo e antegozar a linda semana de praia que se aproxima. Gosta muito de ir à praia com os pais e com a irmã, mas gosta muito mais de ir com a professora e com os colegas. É muito mais divertido.
No ano passado andava a brincar com os colegas e viram a ponta de uma corda a sair da areia. Puxaram... puxaram... e… nada. Não saiu. Escavaram em volta, fizeram um grande buraco e continuaram a puxar, mas a corda manteve-se presa. Foram chamar a professora: ajudou-os a puxá-la, mas continuou a não sair, e desistiram.
“Se calhar estava presa a alguma coisa muito pesada...
O que seria?” – Disse baixinho.
-Jorge, Jorge, não te arranjas? São quase horas de ires para a escola!
-Já vou, mãe. Já vou.
Absorto como estava nos seus pensamentos e nas recordações de praia do ano anterior, esquecera-se completamente que tinha de se arranjar para ir para a escola; e não gostava de chegar atrasado.
Correu para a casa de banho, tomou um chuveiro rápido, e voltou ao quarto para se vestir. Num instante estava na cozinha, preparado para tomar o pequeno-almoço. A irmã, que já acabara e estava a levantar-se da mesa, disse-lhe:
- Vê se te despachas, preguiçoso. Já é tarde. Sabes bem que a professora não gosta que cheguemos atrasados!
Apressou-se o mais que pôde: tomou rapidamente uma chávena de leite, comeu um pão com manteiga, e correu a lavar os dentes. E “num abrir e fechar de olhos” estava junto da irmã e partiram os dois a caminho da escola.
Iam felizes. Gostavam da escola. Tinham muitos amigos e aprendiam coisas bonitas.
-Bom dia! Dá licença senhora professora?
-Bom dia! Sim, entrai. Hoje o sono pesou… Estais muito atrasados.
-Senhora professora, já viu o Sol nascer?
-Já, Jorge. Já vi o Sol nascer muitas vezes e é um espetáculo da Natureza muito bonito, especialmente num dia límpido como o de hoje.
Mas a que propósito vem isso?
- Eu nunca tinha visto o sol nascer. Mas hoje acordei muito cedo e pude vê-lo nascer.
É bonito. O céu à volta do Sol fica... cor de laranja… vermelho…brilhante...
É lindo! Fiquei a olhar para o Sol e a pensar, e esqueci-me das horas.
Amanhã é que vai ser bom, senhora professora!
- Pois claro que vai ser bom. Não são bons todos os dias em que trabalhámos e aprendemos juntos? Amanhã será também um dia bom, se Deus quiser - disse a professora, que, no momento, não se lembrava da praia.
- Todos os dias são bons, senhora professora. E eu gosto muito de vir para a escola, de aprender coisas novas e de fazer os trabalhos; mas manhã começa a praia.
- Ah! Agora entendo! Tu acordaste cedo e esqueceste-te das horas porque andas a pensar na praia. Viste um Sol tão bonito e ficaste a sonhar com o dia que teremos amanhã.
- Pois foi, senhora professora.
Lembra-se daquela corda que encontrámos enterrada na areia, no ano passado?
Onde estaria presa? Se calhar estava agarrada a algum saco de droga.
- Oh!... Jorge! Que ideia! Como é que meteste isso na cabeça?
Estava muito enterrada e pronto. Não tivemos força para desenterrá-la.
- Eu já ouvi dizer que, muitas vezes, descarregam os barcos nas praias, enterram a droga na areia e deixam um sinal a marcar o sítio para mais tarde irem buscá-la. Aquela corda podia estar presa a algum saco de droga que os traficantes enterrassem ali. Pensei muito nisso, hoje, senhora Professora. E este ano vou estar bem atento a essas coisas. A droga é tão má, tão perigosa, e faz tanto mal às pessoas. O António...
O António é seu vizinho. Porta com porta. E a professora conhece-o muito bem. Andou lá na escola e era um bom rapaz, inteligente e muito bom aluno. Agora, com vinte anos, é toxicodependente e é um infeliz.
Levado por outros rapazes mais velhos, há uns anos meteu-se a experimentar coisas… coisas… Primeiro tabaco, depois outras coisas…
Até já esteve preso.
Era tão alegre, tão seu amigo: carregava-o às cavalitas, levava-o a passear de bicicleta, jogavam a bola, contava-lhe histórias...
Gostava muito dele. Agora nem chega perto. Os pais não deixam.
Tem muita pena que se tenha deixado apanhar pela droga. Detesta-a. Há-de ter bem cuidado para não se deixar apanhar por ela, quando for mais crescido. Tirou-lhe o seu grande amigo.
- Sim, o António é um infeliz que se deixou escravizar pela droga, e tenho muita pena, Jorge. Era um rapaz inteligente, que podia ser muito útil à sociedade, e anda por aí perdido.
Mas essa tua ideia...
-Não sei, senhora professora. Mas, às vezes, oiço dizer na televisão que aparece droga nas praias. E se este ano encontrarmos uma corda assim presa, que não saia, temos de contar à polícia, para que possa investigar.
-Está bem, Jorge. Se encontrarmos alguma coisa que nos pareça suspeita faremos como dizes. Tu tens razão. A droga destrói, escraviza, mata. E quando se apercebem do buraco sem fundo onde se deixaram cair, querem deixá-la, querem sair daquela escravidão e poucas vezes o conseguem. São seus escravos. A droga domina-os. Tira-lhes a vontade. Quando não a têm, não conseguem pensar em mais nada, senão na maneira de arranjarem-na. E fazem coisas que nunca fariam se fossem livres. Por isso acontecem tantos assaltos a casas, a carros, tantos roubos por esticão e outras coisas mais. A droga exige. Não lhes sai da cabeça. Precisam de muita força de vontade, de muita ajuda e de muita compreensão e firmeza da família para conseguirem libertar-se dela.
Tens razão, Jorge, todos temos de lutar contra droga. Todos.
Temos de denunciar tudo o que nos pareça suspeito.
Os traficantes usam de todos os subterfúgios, conhecem todas as manhas e agem com todas as cautelas para a introduzirem no País. E ela pode, realmente, estar enterrada na praia, sob os nossos pés.
Mas, o pior de tudo, é que a polícia investiga, procura, e só os pequenos traficantes - os desgraçados que, muitas vezes, a traficam porque também são escravos dela - são presos. Traficam-na para poderem sustentar o vício que exige ser satisfeito. E, infelizmente, só esses são apanhados e condenados.
Os grandes, os que enchem os seus cofres e engordam as suas contas bancárias no país e no estrangeiro, os que vão enriquecendo à custa da destruição de muitos dos jovens de hoje e de muitas das suas famílias, os que contribuem para que muitas crianças venham ao mundo desprotegidas - sem o amparo de um pai, ou de uma mãe, ou dos dois, nunca são apanhados. Mantêm-se na sombra. “Atiram a pedra, mas nunca mostram a mão.” Provavelmente cruzamo-nos com eles no dia-a-dia e julgamo-los pessoas muito honestas e respeitáveis. E, se calhar, quantas delas não ocuparão altos cargos na sociedade: empresários dinâmicos, pessoas “bondosas” e preocupadas com o bem-estar do seu semelhante, grandes beneméritos, capazes de contribuíram com avultadas somas param obras sociais..., e não passam de vampiros. Sugam o sangue de todos nós e vão enfraquecendo a sociedade de hoje, ao destruir-lhes as crianças e os jovens adultos que inadvertidamente se deixaram apanhar nas malhas da droga.
São eles os maiores causadores da insegurança em que vive a sociedade contemporânea. E não têm problemas de consciência. Só o dinheiro conta para eles. Dá-lhes poder. É o seu Deus e resolve-lhes todos os problemas de consciência. E, infelizmente, nesta nossa sociedade, o dinheiro compra tudo.
Tens razão, Jorge. Temos de denunciar tudo o que nos pareça suspeito. Temos de estar bem vigilantes para que todos os jovens, todos nós possamos sentir a emoção - que tu hoje sentiste - de um “Nascer do Sol” radioso, que brilhe cheio de energia e calor, em cada dia, no coração de cada um de nós.
Agora, meus meninos, cada um vai imaginar como será o dia de amanhã - o primeiro dia de praia - e construir um bonito texto.

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal