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domingo, dezembro 25, 2016

NOITE DE CONSOADA


NOITE DE CONSOADA

Sobre a toalha da mesa, nesta Noite de Consoada,
Espalho as pétalas secas das rosas que tive na mão.
Seu aroma amarfanhado traz-me dos tempos d’então
A azáfama da cozinha nesses tempos que já não são.
Os bolinhos de “calondro”, que fritava às colheradas
A aletria, o leite-creme, as farófias e  as rabanadas.
O bolo-rei era o rei nesses tempos abençoados
Quando  era  fácil o riso soltado às gargalhadas
A seguir pela noite dentro,  ao ritmo do coração.
Meus olhos alagam-se no mel que mana do meu coração!

E o meu olhar orvalhado recua mais no passado:
Farófias, aletria, leite-creme, rabanadas…
E os bolinhos de “calondro, de que eu tanto gostava.
Com a salsa fresca da horta, os bolinhos de bacalhau
Eram também um petisco que meu pai não dispensava
Nessa noite fria e santa - a Noite de Consoada.
Temperada com hortelã, a açorda de bacalhau
Muito fina e rarefeita, ao cozido dava entrada,
Nessa noite santa e fria - a Noite de Consoada.

Rapa, tira, deixa, põe, entre risos gargalhados
e cantares ao Deus-Menino
Amêndoas e confeitos passavam de mão em mão
Até que o sono chegava, rapa/tira…, par/pernão
Nessa noite santa e fria era passado o serão
Sem presentes na chaminé, na bota ou no sapatinho…
Não havia Pai Natal nem presentes do Menino.
Havia muita alegria, muitos contos e cantares
Nessa noite santa e fria, a Noite do Deus/Menino,
Noite de grande alegria e muito amor no coração!

Jeracina Gonçalves
Noite de Consoada/2016

quinta-feira, dezembro 15, 2016



    F E L I Z   N A T A L 2016               FELIZ NATAL 
FELIZ   NATAL                               F E L I Z   
N A T A L 2016


Entre a vaca e o burrinho
Pobremente
num curral
Carne e osso coração…
Como qualquer menino
Nasceu o Menino Divino.

Não era um menino qualquer.
Era Deus feito Menino!
               
Filho de Deus, O Divino   
Na Terra se fez encarnar                   
Para ensinar-nos o Amor
Uns aos outros perdoar
Caminharmos de mãos dadas      
Até ao seu Reino Divino.

Não era um menino qualquer.
Era Deus feito Menino!

Nesta Festa de Natal
Vamos todos dar as mãos
Vamos com alegria cantar
 Os Parabéns ao Menino.
                                                                    Jeracina Gonçalves
                                                                                          (imagem da internet)

sexta-feira, novembro 18, 2016

CREPÚSCULO



Na música do entardecer
chegam-me mensagens ocultas
dos aromas, sons e cores
que enfeitaram o meu dia
deram tessitura à minha vida
neste refúgio tão meu.
Dádivas que não perdi
e alcançam os meus sentidos
servidas com o primeiro grito d’alvorada.


Jeracina Gonçalves
Novembro/2016


sábado, novembro 05, 2016

 O OUTONO CHEGOU

"O luzeiro do céu perfura a névoa orvalhada
Incendeia o horizonte matinal"
Da orquestra do amanhecer aplaude concerto divinal;
O sol adoça o olhar sobre o corpo moreno do prado.
Uma energia calma, terna, lentamente se instala
Envolve a Natureza… e, nesse tempo marcado,
Renova-lhe o ânimo, a formosura, e seus frutos arrecada:
Atulha arcas, atulha silos,…Os seus frutos arrecada!
É o Outono que chega. Com seu jeito calmo e terno
Veste a Natureza com um belo pijama dourado
Com turmalinas e rubis no seu tecido incrustados.
E na abóbada celeste, manchada de cores irisadas,
Ressaem, em formatura, bandos de silhuetas aladas
Em busca d’outros cais… d’outros ramos e beirais
Onde o sol beija forte…
E da árvore escarlate, de vigia na berma da estrada,
Na mão da mansa brisa solta-se a folha dourada:
Rodopia,… rodopia,…  na mão da brisa mansa
Rodopia em espiral e cai morta sobre o chão
Sobre outras, já cadáveres, em início de putrefacção.
(Húmus que alimenta a terra, energia de renovação)

 O outono caminhando… no tempo envelhecendo…
A sombra desce mais cedo, cresce sobre o corpo do tempo.
Com seus braços de liana rouba-lhe brilho… rouba-lhe luz…

O outono caminhando… no tempo envelhecendo…
No silêncio das lembranças navega a nostalgia…
Relembra histórias vividas de antigos amores ardentes.
Lembranças de um tempo, que no tempo caminhou,
Deixou marcas do seu olhar aceso, no corpo das coisas
Que, no tempo, o seu olhar beijou.

E o outono caminhando…no tempo envelhecendo…
Resta velho rabugento, sem romantismo nem graça.
De olhar frio e severo, pouco a pouco endurecendo,
Desnuda a Natureza sem remorso ou compaixão.
Folha… a folha… pelo chão…
O pijama que lhe dera quando tinha coração.
Nua e triste…
Exposta à dureza da gélida estação,
A Natureza adormece.
Busca ânimo e vigor para o seu rejuvenescer.

Jeracina Gonçalves
17/10/2016

segunda-feira, outubro 17, 2016

...ENTRE VIZINHAS


Em certo dia de Outono
Encontraram-se lá na quinta
A vindima e a desfolhada:

- Como vai, ó Desfolhada?

- Ando triste, amiga minha
Sinto-me muito sozinha
Sinto-me abandonada!...
Já fui alegria nas eiras
Com cantares ao desafio
Em despiques bem picantes
E rapazes e moçoilas
Desnudando espigas loiras
Trocavam olhares provocantes.
Se o milho-rei aparecia
Havia grande alegria
Muitos beijos e abraços...
E hoje..., amiga minha,
Sinto a tristeza na alma,
Sinto o cansaço nos braços!..

-Ó vizinha, tenha calma!

Já fui danças, já fui risos,
E fui palco de emoções:
Rapazes e raparigas
Despindo as loiras espigas
Soltavam os corações.
Havia grande alegria,
Muitos beijos e abraços...
E hoje..., amiga minha,
Sinto a tristeza na alma,
Sinto o cansaço nos braços!...

- Olhe para mim, Desfolhada:
Acha que sou o que fui?
Da faina alegre dos campos
Eu fui, no Outono, a rainha!
Gente, em alegres ranchos,
Percorria campos e vinhas
E ia cortando os cachos
De uvas boas… docinhas…
E enquanto enchiam os cestos
De uvas negras e douradas
Repercutiam-se nos ares
Suas vozes cristalinas
E sadias gargalhadas.

Às estradas e caminhos,
Dei magia, dei encanto.
Num passo forte e marcado,
Entoando mágico canto,
Os homens, em carreirinha,
Transportavam cestos vindimos
De uvas bem madurinhas...

E os carros de bois a chiar,
Com as dornas a abarrotar,
De uvas brancas e pretas,
Espalhavam pelo ar
Novo som a acrescentar
À fantástica sinfonia
Desse tempo de magia.

E à noite, nos lagares,
Fui alegria, fui música,
Fui desgarradas, cantares...
Espalhei contentamento
E gargalhadas no ar!...

Ó Desfolhada..., por Deus!
Não desespere, assim!
Fomos importantes p’rás gentes.
Fomos prazer, alegria...
E deixámos lindas lembranças
Nos velhos, jovens, crianças
Que nos viveram um dia!

As nossas vidas foram belas!
(Tanto a sua, quanto a minha.)
E os que nos viveram, recordam
Com Amor e nostalgia
A Vindima e a Desfolhada
Alegres! Bem animadas!
Como já foram, um dia.

Este poema foi escrito há muitos anos. 
Hoje apeteceu-me fazer uma busca pelo baú das antiguidades...
Jeracina Gonçalves

domingo, outubro 16, 2016

QUADRAS SOLTAS


O Outono bate à porta
Vem em boa companhia
Traz consigo uvas e nozes
Castanhas e muita alegria!

Riem nos soutos ouriços
Sobe um fuminho no ar
Fura-se o pipo na adega
Saltam castanhas no lar!

Dos ouriços sorridentes
Soltam-se, rodopiam no ar,
Belos e brilhantes pingentes:
A boa castanha p´rá assar!

As castanhas na fogueira
Já começam a estrondear
Entremos na brincadeira
Vamos cantar e dançar!

Castanhas e sal no centro do fogo:
Castanha a saltar, o sal a estalar...
Abraça a fogueira e entra no jogo
É tempo de rir, cantar e brincar.
Jeracina Gonçalves
"1N" JANELA ABERTA

sexta-feira, outubro 07, 2016

NAS MARGENS DO DOURO


A Natureza em mudança
borda agora um novo manto
vistoso, cheio de encanto,
em musselina esmeralda
bordada com fios de ouro
e pedras de turmalina.

Nesse manto-tesouro
nesse manto verde e ouro
matizado de rubi,
manto de rara beleza,
envolve-se a Natureza
tal e qual mulher garrida
da sua beleza orgulhosa.

A Natureza, assim vestida,
encantadora e vistosa,
mira, então, a sua imagem
no cristal das suas águas:
Esplêndida miragem!
Que fiel reprodução!

É assim a Natureza:
Sempre mágica, atraente,
com um encanto diferente
                   ao longo de cada estação.
Jeracina Gonçalves
"in" Janela Aberta

domingo, agosto 21, 2016

"Muda-se a Lei"

Não sou de Esquerda, nem de Direita. Sou pelo meu País. Sou por tudo o que me pareça melhor para os cidadãos do meu País.
Sou por leis que promovam o emprego e valorizem o esforço e o trabalho de cada um; 
sou por leis que promovam uma Educação de qualidade, com respeito por professores e alunos;
sou por leis que promovam uma Justiça justa, igual para ricos e pobres: 
sou por leis que promovam uma boa qualidade de saúde, em que todos possam ser tratados em tempo útil;
sou por leis que promovam a economia, apoiem a criatividade, o dinamismo e o empreendedorismo do cidadão...
Enfim: sou por leis que promovam uma melhor qualidade de vida do meu País, venham de quadrantes políticos da direita ou da esquerda, não importa. Não me importa de onde venham. Apenas o seu efeito sobre o meu País, sobre os cidadãos do meu País merece o meu apoio ou a minha rejeição.
Ora hoje ouvi algo que me chocou  profundamente: "Muda-se a Lei".
Muda-se a lei para que cidadãs e cidadãos propostos para integrarem os Corpos Directivos da Caixa Geral de Depósito, rejeitados por Bruxelas por não poderem acumular  funções, possam ser aceites?
Então as leis mudam-se conforme os interesses de determinadas pessoas ou grupos?

Ah! Aqui sou de Esquerda. Sem dúvida. E apoio sem reticências as palavras que ouvi a Catarina Martins e a Jerónimo de Sousa.
Jeracina Gonçalves
21/08/2016

domingo, agosto 07, 2016

DEUS É AMOR

DEUS É AMOR
O medo apodera-se do mundo atual. Destrói a convivência sadia entre vizinhos que se respeitavam e estabeleciam entre si relações de amizade, de camaradagem  e, agora, porque pertencem a religiões diferentes, olham-se por cima do ombro, desconfiados e medrosos: nunca se sabe de onde chega a catana, a faca, o tiro, o camião desenfreado para abalroar quem esteja por perto. E o medo estabelece o caos, a incerteza, a desconfiança, e pode levar à radicalização entre as religiões. 
Se não tivermos cuidado e nos deixarmos arrastar por emoções menos positivas de retaliação, podem criar-se situações muito perigosas para a Humanidade. E não tenhamos dúvidas que é essa a intenção dos terroristas, com estes ataques solitários, perpetrados aqui e além por um só indivíduo - como ultimamente tem acontecido -, nomeadamente o de ontem com uma faca de mato a duas polícias belgas.  
Com estes atos solitários pretendem e esperam conseguir fazer-nos sentir vulnerabilidade e inquietude onde quer que estejamos. Consciencializar-nos de que o perigo pode chegar de qualquer lado e que poderão sempre chegar até nós, estejamos onde estivermos. 
Por mais cuidados que tenhamos nunca poderemos saber se esse fulano ou aquela fulana, que calmamente cruza connosco, não carrega a arma e a intenção de matar. E esse sentimento de medo e de desconfiança é dolorosamente negativo e perigoso. Pode arrastar consigo um sentimento de vingança, de retaliação, que seria desastroso para a vivência da Humanidade.
Há que ter muito cuidado para  não nos deixarmos entrar nesse barco perigoso, no qual todos naufragaríamos.
Jeracina Gonçalves

7/08/2016

sexta-feira, julho 29, 2016

Em peregrinação pelas pastas do meu computador dei com este texto, que devo ter escrito quando, há uns tempos, se falou muito de eutanásia. 
Não sei por que não o publiquei na altura. Provavelmente não o dei por terminado.  Aqui fica agora.

Não creio na eutanásia. Não aceito a eutanásia como solução para dignificar seja o que for. 
O que me parece urgente é dar a melhor qualidade de vida possível aos doentes, evitando-lhe a dor física. Pois, essa, cria o desespero, acarreta a dor psíquica  e, juntos, desencadeiam o desejo da morte. 
Não creio que alguém que esteja mentalmente lúcido, queira realmente morrer, por muito doente que esteja fisicamente, desde que não sinta a dor física e se sinta acarinhado pela família e pelos amigos. Quererá continuar no seio da sua família, sentir-se parte integrante dela, olhar por ela, viver com ela. Manterá o ânimo e continuará a ter esperança na sua recuperação. E, quantas vezes, recupera deixando os médicos atónitos. 
O que é sem dúvida necessário, é evitar-lhe a dor, o sofrimento físico.
Sabemos que o psíquico tem uma influência enorme sobre o corpo físico. O acreditar que poderá ultrapassar aquele momento difícil, de grande fragilidade física, quantas vezes faz com que o ultrapasse e vença, e viva ainda por vários anos. A força da nossa mente está longe de ser conhecida e de ser explorado o seu impacto sobre o físico.
Não, não creio na eutanásia.
A vida é um dom de Deus. Ninguém tem o direito de interrompê-la. Nem sequer o próprio.
A vida não lhe pertence. É uma dádiva de Deus, que cada um deve conservar e preservar, cuidando dela com carinho e amor.

Jeracina Gonçalves






domingo, julho 17, 2016

PELAS ESCARPAS DO TEMPO


Meus olhos resvalam pelas escarpas do tempo
Em busca do tempo em que fui riso pleno
Gargalhada espontânea em cascata de luminosas rosas
Luzeiro no céu a iluminar o horizonte do amanhecer
Rosa orvalhada com cheiro de madrugada florida
Noites inebriantes perfumadas a concertos de violinos…

Meus olhos resvalam pelas escarpas do tempo
E trazem-me a harmonia da música do entardecer
O equilíbrio justo dos aromas, sons e cores
Verdadeiras sinfonias que despertam o meu Ser
Permanecem em meu redor e falam-me de Deus
E do Seu infinito e incondicional AMOR!
17/07/2016
Jeracina Gonçalves

domingo, julho 10, 2016

PORTUGAL
 












Quando um dia eu morrer
e minh’alma puder voar
pairará por uns instantes
sobre o verde destes montes
sobre o azul deste mar
e levará na bagagem
estas cores, estes perfumes
e o ânimo destas gentes
para deles se alimentar!
                                                                  Jeracina Gonçalves

10/07/2016

terça-feira, junho 21, 2016

AO DISCORRER DO PENSAMENTO


Se a vida nos dá a capacidade de nos deslumbrarmos com o que a natureza nos oferece, julgo que nada mais falta para termos Paz no coração e, consequentemente, uma sensação de plenitude a encher-nos a alma, que se aproxima do sentimento que poderemos chamar de felicidade. E eu sinto essa capacidade de me deslumbrar com as coisas simples e genuinamente belas que Deus colocou em volta de mim: o germinar de uma semente, o desabrochar de uma flor, a melodia de uma pequena cascata a despenhar-se sobre o lago transparente, a beleza de um campo atapetado de plantinhas acabadas de germinar, muito verdes e tenras, ou de humildes e belas flores silvestres vermelhas, brancas, amarelas, roxas..., a música dos pássaros que todos os dias harmoniza o meu despertar (faz-se agora ouvir para lá da janela à esquerda da secretária a que me sento, e acompanha o  meu pensamento neste caminhar sobre o ecrã do meu computador), o riacho que desce da montanha aos sobressaltos por entre rochedos e pedregulhos e, cansado de tanta luta, deixa-se espraiar, preguiçosamente, por entre a planura do vale e faz-se espelho límpido das aves que rasgam a tela do ar e do bailado dos ramos da margem a dançarem ao ritmo da brisa…
A Natureza pura, selvagem, espontânea, inocente, tem o poder de me encantar e de me fazer esquecer os factos menos positivos que, às vezes, atravessam a minha vida.
21-06-2016
Jeracina Gonçalves

domingo, junho 19, 2016

À DERIVA ENTRE A SERRA, O MAR, E O AR

    
                                                                          
À deriva entre a serra, o mar, e o ar                  
encontra o meu coração espaço para cantar
viver a alegria da semente a desabrochar
do cântico do amanhecer sentir o seu entoar.

Com a força do Amor, em cada despertar
encontra o meu coração espaço para sorrir
viver a alegria da roseira, em botão, a florir
e todo o jardim cantar louvores ao amanhecer.

Em cada novo advir a fulgir no horizonte       
encontra o meu coração espaço para amar
a terra, o céu, o ar e o mar,
e todo e qualquer ser, em seu seio, a habitar.

Ao astro que aquece e com sua luz abraça
a terra, o céu, o ar e o mar,
encontra meu coração espaço para agraciar
e em seu âmago, agradecer; e orar
à Luz Magnificente, Suprema, Omnipotente
a Obra Maravilhosa em que me deu um lugar.

Jeracina Gonçalves
19/06/2016




quarta-feira, junho 08, 2016

AS FLORES


As flores cantam canções de paz
São beleza, encantamento...
Harmonizam a minha alma
Se esgotada e ferida
Dos elementos desavindos
Estabelecem a união.

As flores cantam canções de paz.
São bálsamo que inebria
A minha alma sacia
E, ao meu coração, dá ânimo e alegria!

Jeracina Gonçalves
08/06/2016

sexta-feira, maio 27, 2016

OS OLHOS DO LUAR

Lágrimas correm dos olhos da noite
Em torrentes de luar
Inundam a superfície luzente do mar
E captam o meu olhar
São lágrimas benfazejas
Bênçãos saídas do coração de gratas criaturas
Que velam das alturas
E, enviam para nós,
Momentos de Paz, Amor e Luz
Nos olhos do luar.
Jeracina Gonçalves
27/05/2016

segunda-feira, maio 02, 2016

O tempo passa, mas fica na memória o registo do que, no tempo, marcou a alma, iluminou o olhar de alegria e deixou o cunho da amizade, da camaradagem e da beleza de momentos únicos, inscritos no coração. Há momentos, que por muitos e muitos anos que passem sobre o tempo em que aconteceram, jamais se esvaziarão do coração da gente.
Jeracina Gonçalves

terça-feira, março 22, 2016

AS LÁGRIMAS DO CÉU


O céu derrama copiosas lágrimas sobre o rosto da terra.
Deslizam sobre o seu rosto enrugado
Infiltram-se sob as rugosidades da sua pele
E acumulam-se nas arcas ocultas nas entranhas da Terra/Mãe.
São tesouros sem preço, que sustentam a Vida;
São fios de prata serpenteando por entre colos fecundos;
Vestem o corpo da terra com trajes coloridos de vaporosas sedas
Tecidas com fios de alegria, cor, beleza e abundância.
Ou deslizam atabalhoadamente sobre o seu rosto enrugado
Correm enfurecidas, selvagens, sem travão,
E rasgam sulcos profundos sobre o seu corpo mártir.
Arrasam, destroem, matam a vida e tudo que lhes faça frente
E seguem rumo a destinos incertos.
São fealdade, tristeza, sofrimento;
São a destruição em movimento...
Marcam o rosto da Terra/Mãe com marcas profundas
E destroem os seus filhos sem compaixão.

O céu derrama copiosas lágrimas sobre o rosto da terra.
A dualidade as define. São moeda de duas caras:
Quais pintoras exímias pintam quadros de requintado encanto,
Sobre telas de linho, em paleta de cores aprimoradas com génio.
Primaveras renascidas... Renovação… Alegria!  
Brilho maternal no olhar da Terra/Mãe sobre seus filhos queridos!
Ou, como perversos carrascos, desferem golpes profundos no rosto da Terra/Mãe.
Marcam o seu rosto com sulcos de tristeza, sofrimento, destruição…
E destroem os seus filhos sem pudor nem compaixão.
Nesta sua dualidade, são bênçãos e são vida!
Da vida são o cerne e a medula.
Ou são o cancro, que ataca e destrói a beleza  da vida e a própria vida.

05/01/2016 – 6h 12m
Jeracina Gonçalves