Dezembro corre célere, traz o Natal pela mão
Entre luzes e estrelas, música, laços e bolas
Gentes apressadas, carregadas de sacolas,
Acotovelam-se nas ruas em ritos de obrigação.
A benquerença solidária, a alegria e a união são engolidos pelo consumo de Dezembro. E a essência de Belém perde-se, submergida por este ritmo absorvente que se impõe, num mar de papéis coloridos e de objetos efémeros, quantas vezes sem préstimo e para ficarem esquecidos em qualquer canto, enquanto milhões de seres humanos ao desamparo por esse mundo além e aqui, no nosso país, na nossa própria cidade (alguns, se calhar, bem próximos de nós), vivem o pesar de não terem sobre a mesa um pedacinho pão. E desses, muitos haverá que, há relativamente pouco tempo, por esta época, faziam engrossar as fileiras dos que de sacolas carregadas se acotovelavam nas ruas. E este ano, no desemprego, ou com as suas empresas falidas, os seus comércios fechados, a sua vida voltada de pernas para o ar, estarão entre aqueles a quem falta o pão para pôr sobre a mesa.
Que a essência de Belém inunde os nossos corações e, juntos, consigamos levar o tal pedacinho de pão aos que pão não têm, e lhes cresce a dor no coração.
UM FELIZ NATAL PARA TODOS
CHEIO DE PAZ E ESPERANÇA
Jeracina Gonçalves
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