Eras para mim um desconhecido,
um ser sem forma nem sentido,
sem boca, sem riso, sem olhar,
nem mente capaz, digna de pensar;
um ser vivente de outra galáxia,
de outra dimensão, de outro lugar.
Não existias em meu ser, nem em meu pensar
e, em mim, não havia espaço para te sonhar.
Mas um dia chegaste nas intempéries do tempo
pelas fibras ópticas do meu computador
sobre a forma de um olhar.
E entraste:
pé ante pé, sem barulho, sorrateiramente,
com o cuidado de um ladrão que o alheio vai roubar.
Dissimuladamente entraste em o meu blog
miraste-o… remiraste-o… tocaste-o.
Primeiro, devagarinho, de mansinho...
Bem depressa o tomaste como coisa tua
e o meu blog transformaste em doce/amargo chocolate.
Um blog de chocolate.
Chocolate negro. Saudável. Rejuvenescedor.
Uma trinca… outra trinca…muitas trincas.
Uma a uma envolveste-as docemente,
mansamente, na saliva do teu conhecimento.
Uma vez, duas vezes,
muitas vezes.
Mastigaste cada pedacinho do meu blog de chocolate.
Transformaste-o em bolo alimentar.
E o meu blog de chocolate, doce, muito doce,
tomou forma e jeito de coração.
Coração vivo. Palpitante.
O meu, o teu, o nosso coração.
E, desde então,
tu e eu, um só blog de chocolate.
Jeracina Gonçalves, Barcelos/Portugal
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