O céu derrama copiosas lágrimas sobre o rosto da terra.
Deslizam sobre o seu rosto enrugado
Infiltram-se sob as rugosidades da sua pele
Infiltram-se sob as rugosidades da sua pele
E acumulam-se nas arcas ocultas nas
entranhas da Terra/Mãe.
São tesouros sem preço, que sustentam
a Vida;
São fios de prata serpenteando
por entre colos fecundos;
Vestem o corpo da terra com
trajes coloridos de vaporosas sedas
Tecidas com fios de alegria, cor,
beleza e abundância.
Ou deslizam atabalhoadamente sobre o
seu rosto enrugado
Correm enfurecidas, selvagens, sem travão,
E rasgam sulcos profundos sobre o seu corpo mártir.
E rasgam sulcos profundos sobre o seu corpo mártir.
Arrasam, destroem, matam a vida e tudo que lhes faça frente
E seguem rumo a destinos incertos.
E seguem rumo a destinos incertos.
São fealdade, tristeza,
sofrimento;
São a destruição em movimento...
Marcam o rosto da Terra/Mãe com
marcas profundas
E destroem os seus filhos sem
compaixão.
O céu derrama copiosas lágrimas sobre o rosto da terra.
A dualidade as define. São moeda
de duas caras:
Quais pintoras exímias pintam
quadros de requintado encanto,
Sobre telas de linho, em paleta de
cores aprimoradas com génio.
Primaveras renascidas... Renovação… Alegria!
Brilho maternal no olhar da
Terra/Mãe sobre seus filhos queridos!
Ou, como perversos carrascos, desferem golpes profundos no rosto da Terra/Mãe.
Ou, como perversos carrascos, desferem golpes profundos no rosto da Terra/Mãe.
Marcam o seu rosto com sulcos de
tristeza, sofrimento, destruição…
E destroem os seus filhos sem pudor
nem compaixão.
Nesta sua dualidade, são bênçãos e são vida!
Da vida são o cerne e a medula.
Ou são o cancro, que ataca e destrói a beleza da vida e a própria vida.
Ou são o cancro, que ataca e destrói a beleza da vida e a própria vida.
05/01/2016 – 6h 12m
Jeracina Gonçalves
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