Pesquisar neste blogue

sexta-feira, julho 29, 2016

Em peregrinação pelas pastas do meu computador dei com este texto, que devo ter escrito quando, há uns tempos, se falou muito de eutanásia. 
Não sei por que não o publiquei na altura. Provavelmente não o dei por terminado.  Aqui fica agora.

Não creio na eutanásia. Não aceito a eutanásia como solução para dignificar seja o que for. 
O que me parece urgente é dar a melhor qualidade de vida possível aos doentes, evitando-lhe a dor física. Pois, essa, cria o desespero, acarreta a dor psíquica  e, juntos, desencadeiam o desejo da morte. 
Não creio que alguém que esteja mentalmente lúcido, queira realmente morrer, por muito doente que esteja fisicamente, desde que não sinta a dor física e se sinta acarinhado pela família e pelos amigos. Quererá continuar no seio da sua família, sentir-se parte integrante dela, olhar por ela, viver com ela. Manterá o ânimo e continuará a ter esperança na sua recuperação. E, quantas vezes, recupera deixando os médicos atónitos. 
O que é sem dúvida necessário, é evitar-lhe a dor, o sofrimento físico.
Sabemos que o psíquico tem uma influência enorme sobre o corpo físico. O acreditar que poderá ultrapassar aquele momento difícil, de grande fragilidade física, quantas vezes faz com que o ultrapasse e vença, e viva ainda por vários anos. A força da nossa mente está longe de ser conhecida e de ser explorado o seu impacto sobre o físico.
Não, não creio na eutanásia.
A vida é um dom de Deus. Ninguém tem o direito de interrompê-la. Nem sequer o próprio.
A vida não lhe pertence. É uma dádiva de Deus, que cada um deve conservar e preservar, cuidando dela com carinho e amor.

Jeracina Gonçalves






Sem comentários: