O OUTONO CHEGOU
"O
luzeiro do céu perfura a névoa orvalhada
Incendeia
o horizonte matinal"
Da orquestra do amanhecer aplaude concerto divinal;
O
sol adoça o olhar sobre o corpo moreno do prado.
Uma
energia calma, terna, lentamente se instala
Envolve
a Natureza… e, nesse tempo marcado,
Renova-lhe
o ânimo, a formosura, e seus frutos arrecada:
Atulha
arcas, atulha silos,…Os seus frutos arrecada!
É
o Outono que chega. Com seu jeito calmo e terno
Veste
a Natureza com um belo pijama dourado
Com
turmalinas e rubis no seu tecido incrustados.
E
na abóbada celeste, manchada de cores irisadas,
Ressaem,
em formatura, bandos de silhuetas aladas
Onde
o sol beija forte…
E da
árvore escarlate, de vigia na berma da estrada,
Na
mão da mansa brisa solta-se a folha dourada:
Rodopia,…
rodopia,… na mão da brisa mansa
Rodopia
em espiral e cai morta sobre o chão
Sobre
outras, já cadáveres, em início de putrefacção.
(Húmus
que alimenta a terra, energia de renovação)
O outono caminhando… no tempo envelhecendo…
A
sombra desce mais cedo, cresce sobre o corpo do tempo.
Com
seus braços de liana rouba-lhe brilho… rouba-lhe luz…
O
outono caminhando… no tempo envelhecendo…
No
silêncio das lembranças navega a nostalgia…
Relembra
histórias vividas de antigos amores ardentes.
Lembranças
de um tempo, que no tempo caminhou,
Deixou
marcas do seu olhar aceso, no corpo das coisas
Que,
no tempo, o seu olhar beijou.
E o
outono caminhando…no tempo envelhecendo…
Resta
velho rabugento, sem romantismo nem graça.
De
olhar frio e severo, pouco a pouco endurecendo,
Desnuda
a Natureza sem remorso ou compaixão.
Folha…
a folha… pelo chão…
O pijama
que lhe dera quando tinha coração.
Nua
e triste…
Exposta
à dureza da gélida estação,
A Natureza
adormece.
Busca
ânimo e vigor para o seu rejuvenescer.
Jeracina Gonçalves
17/10/2016
17/10/2016
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