Hoje o meu coração está triste. Amachucado. Sangra.
Duas pessoas queridas partiram para sempre. Deixaram nele um buraco fundo a gotejar tristeza e solidão.
Ambos doentes há tempos, com doenças graves, era este o desfecho esperado, mas que nunca se espera verdadeiramente. É sempre um choque, uma dor profunda que nos atinge.
Cheguei há pouco do funeral de um: amigo de longa data, embora ultimamente, por circunstâncias impostas pela vida, não nos víssemos muito, e recebi, de seguida, a notícia da partida de uma amiga de longa data também. E assim vamos perdendo pedaços do todo que somos. Cada amigo ou amiga que parte leva um pouquinho de nós.
...O PRINCIPIO OU O FIM?
A vida e a morte caminham unidas.
São os
extremos opostos do fio
que
adivinho tão ténue, tão frágil
Do fio
que é a vida!
A
morte é da vida fatal destino.
Rio,
choro, zango-me, brinco
Mas que sou eu?
Por que estou aqui?
A morte está ali, à espreita, pronta
a
saltar-me, a agarrar-me
Que
importa o que eu quero?
Que importa o que eu sinto?
Num minuto vivo, feliz, sorridente
entre
os amigos e entes queridos.
No
outro... não estou. Para sempre parti.
Que
sou eu, afinal? Por que estou aqui?
Que
imenso poder comanda meu ser
que assim me governa e é dono de mim?!
A morte é da vida um princípio
Ou é o fim?!
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 07/04/2018
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