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terça-feira, dezembro 11, 2018

UM OLHAR SOBRE O NATAL


Espraio meus olhos pelo espaço físico deste planeta que habito
e meus olhos retêm uma imagem que encanta o meu coração.
Geograficamente falando, o mundo é maravilhoso
com suas montanhas, planícies, vales, rios, lagos e mares
com os seres que lhe põem vida e fervilham em seu regaço
e em cadeias interligadas de sobrevivência mantêm a vida
nesta consonância de vida e morte indispensável à vida.
O mundo é maravilhoso!

Geograficamente falando o mundo é maravilhoso
com as flores que pintam várzeas, serras, montes e jardins
com as pássaros, as borboletas, os peixes dos rios e dos mares
com as estrelas que piscam ao longe e nos convidam a sonhar
com a liberdade dos prados, selvas e savanas prenhes de animais
com a luz que aquece e ilumina as cores de cada estação
e nunca de acordar se esquece
O mundo é maravilhoso!

Geograficamente falando, o mundo é maravilhoso!
O mundo é maravilhoso seja outono, seja inverno, 
seja primavera ou verão.
O mundo é maravilhoso, seja qual for a estação.

Olho o mundo com outro olhar.
Olho-o com os frios olhos da razão.
E o meu coração se retrai:
Este quadro colorido, tão belo, tão bem pintado, 
gera grande podridão.
Tanta luta desigual, tanta maldade e traição
do Homem contra o Homem, seu igual e seu irmão.
Muita fome, muita dor 
Muito sangue derramado a escorrer pelo chão.
Do Homem, pelo Homem, seu igual, seu irmão!

O inverno está a chegar e traz o Natal pela mão:
A festa do Deus-Menino 
Nascido na manjedoura entre o burro e a vaquinha:
A Essência Divina, que por Amor se fez Homem para ensinar o Amor
Os preceitos de igualdade ao humano pecador.
Em Si trouxe o Amor, o Perdão, a Esperança e a Verdade.
Sendo Deus, sendo Senhor, entre os homens caminhou.

Entre os homens caminhou, brincou, riu, sofreu e chorou.
Deu exemplo da igualdade da Alma que nos gerou.
E aos homens ensinou, que todos somos irmãos.
Sem cor, sem raça, sem estatuto nem religião.

Essa Essência Divina, corporizada em Belém por amor à Humanidade,
perdeu-se na escuridão dos brilhos, dos laços, das luzes e papeis metalizados,
no Natal do nosso tempo, espalhados pelo chão.
E o Natal… não é o Natal… 
Não é o Natal do Menino!
O Natal é Humildade, é apelo à Igualdade, à Verdade, ao Amor e ao Perdão.
É tempo de dar as mãos.
De todo o mundo envolver num forte e poderoso cordão.
É tempo de unir vontades para que no mundo não haja   gente que não tenha pão.
Nem esta luta frenética, esta luta desigual, de irmão contra irmão.
Nem rios de sangue pobre, inocente, a sumir-se entre a poeira do chão.
O Natal é Humildade, é apelo à Igualdade, à Verdade, ao Amor, e ao Perdão!

Jeracina Gonçalves
                                                                                                          Barcelos/Portugal, Dezembro de 2018
                                                                                                                           

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