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segunda-feira, dezembro 06, 2021

 COGITAÇÕES…

A maldade humana é um sentimento perverso, destrutivo, maligno, que acarreta sofrimento à vida, à humanidade. É contrário ao seu desenvolvimento saudável e natural que, em meu entender, é de aperfeiçoamento, de bondade, de crescimento, de alegria, de motivação, de amor, de tolerância, de perdão. Não posso conceber que seja outro. Não posso conceber que seja o de infligir dor e sofrimento ao outro que é colocado sob a mira desse seu sentimento negativo, pérfido, malvado. Seria extremamente cruel e desmoralizante se assim fosse. 
Não, não é essa a finalidade da vida.
Os sentimentos de ódio, de vingança, de inveja, de hipocrisia, que o maldoso carrega, criam seres amargos, invejosos, agressivos céticos, cruéis. A principal vítima da maldade que alimenta é o próprio maldoso. Todos esses sentimentos negativos que carrega recaem sobre si próprio e vão roendo o seu coração, deixando-o incapaz de ver no outro uma centelha de luz. Apenas vê maldade, negritude, sordidez. Todos são maus, cheios de defeitos e pontos negativos, que usa, a seu modo, para denegri-los e criar-lhes situações dolorosas. 
O maldoso não consegue ter paz de espírito. Andará sempre à procura da brecha para atacar as suas vítimas. 
As pessoas que praticam o mal são infelizes e amargas. 
A maldade não promove felicidade.
Mas, se é assim, por que há tanta maldade no mundo? O ser humano será, logo à nascença, mau ou bom? Haverá essa destrinça logo na sua origem? Determinada percentagem nascerá sob o signo da bondade e outra metade sob o signo da maldade, ou neutra? Ou será a criação, a forma e o ambiente em que é criado, a fazê-lo bom ou mau?
Lembro-me de uma história que circulava nas redes sociais há tempos, na qual, a essa pergunta, um velho índio respondia que todos temos dentro de nós dois lobos: um mau, outro bom. Sobrevive o que alimentarmos. E, se calhar, o velho índio tinha razão. Todos nós temos momentos em que nos sentimos perversos, capazes desejarmos e praticarmos o mal contra alguém, ou porque nos atacou, ou porque nos fez infelizes, ou, simplesmente, porque estamos mal dispostos, zangados com a vida, que não corre a nosso gosto, e descarregamos no outro a nossa incompetência para nos encararmos e olharmos frontalmente os nossos erros e os nossos fracassos, assumindo-os e servindo-nos deles para os ultrapassarmos e vencermos, sem atribuirmos culpas a ninguém pelo que nos corre menos bem.
Vigiemos os nossos dois lobos. Alimentemos o bom, de forma a dar-lhe força para vencer o mau, fazendo que a bondade prevaleça e possamos ajudar a fazer a transformação deste nosso mundo para melhor.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 14/06/2021

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