ASSIM VAI A
TERRA
A metralha
risca o céu de lado pra lado
o sangue tinge
a terra de carmim
nessa contenda
idosa e nunca sanada,
as armas,
porém, são desequilibradas.
“O homem tenta segurar a mulher
A mulher tenta segurar o filho
Só as cabeças emergem das águas revoltas”
O medo e a
fome os impeliu à evasão
A esperança
os conduz e lhe dá coragem
Buscam um
lugar para o filho crescer
Livremente
viver em paz e com pão
E, tantas
vezes, o mar se faz seu caixão.
“Pelo mato seis dias só água bebemos.”
Fogem da
fúria assassina de abutres
sôfregos de
cobiça do que a terra esconde.
Deixam as
casas, os bens, os seus ninhos de amor
sua ninhada
é dispersa e destroçada
levada por
abutres traidores da terra amada.
…
Assim vai a
Terra
Este planeta
azul, que a todos abraça
Mas não abraça
a todos com igual verdade.
De norte a
sul, de este a oeste,
a ganância
se faz guerra, fome, dor, mortalha.
Pega e desfaz
o que em seu trilho acontece
Propaga mais
fome, mais dor, mais morte.
Senhor
Põe cobro
nesta avidez,
Neste
despotismo predador.
Que todos possam entender
Todos
podemos em paz viver
Se entre
todos houver
Respeito,
equidade e AMOR.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal
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