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domingo, dezembro 21, 2025

 

ASSIM VAI A TERRA

 

A metralha risca o céu de lado pra lado

o sangue tinge a terra de carmim

nessa contenda idosa e nunca sanada,

as armas, porém, são desequilibradas.

 

“O homem tenta segurar a mulher

A mulher tenta segurar o filho

Só as cabeças emergem das águas revoltas”

O medo e a fome os impeliu à evasão

A esperança os conduz e lhe dá coragem

Buscam um lugar para o filho crescer

Livremente viver em paz e com pão

E, tantas vezes, o mar se faz seu caixão.

 

“Pelo mato seis dias só água bebemos.”

Fogem da fúria assassina de abutres

sôfregos de cobiça do que a terra esconde.

Deixam as casas, os bens, os seus ninhos de amor

sua ninhada é dispersa e destroçada

levada por abutres traidores da terra amada.

Assim vai a Terra

Este planeta azul, que a todos abraça

Mas não abraça a todos com igual verdade.

 

De norte a sul, de este a oeste,

a ganância se faz guerra, fome, dor, mortalha.

Pega e desfaz o que em seu trilho acontece

Propaga mais fome, mais dor, mais morte.

 

Senhor

Põe cobro nesta avidez,

Neste despotismo predador.

Que todos possam entender

Todos podemos em paz viver

Se entre todos houver

Respeito, equidade e AMOR.

Jeracina Gonçalves

                                                                     Barcelos/Portugal

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