
Mama da Terra, poderosa e pródiga, cingida em novelos de vaporoso tule,
mamilo a descoberto em oferta ao infinito.
Assim é o Pico, na ilha do Pico, neste exacto momento em que escrevo, nesse seu jogo de esconde-esconde com os turistas, que, de olhar ávido, perscrutam a névoa na ânsia de surpreenderem a sua nudez total. E, às vezes... poucas vezes, desnuda-se despudoradamente.
Mas por pouco tempo. No segundo seguinte, envergonhado pela ousadia, esconde-se por detrás de uma cortina enovelada e cinza, por vezes multicolorida, negando-se a mostrar a sua nudez aos olhares que o procuram avidamente através da névoa.
Agosto/06
JG
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