Amarfanhada em seu cerne, em seu âmago
Sente a infâmia da ingratidão em seu redor
Rói-lhe o cerne
Rói-lhe a força que a faz dar-se
Rói-lhe a força que a faz dar-se
E multiplicar-se numa entrega total de si
Num ato enraizado de incondicional amor.
Cerceada de seus ramos
Magoada em seu cerne
A árvore chora, sangra, definha
A árvore estiola de tristeza, de solidão e de dor.
Sob a névoa carregada a crescer em seu redor
Injustiçada, fragilizada na sua força vital
Submete-se às intempéries de gélido inverno:
E a árvore deixa-se exaurir da força do Amor
Que dela foi suporte, esteio, escora forte
Congela-lhe a seiva, furta-lhe o ato de respirar.
Que dela foi suporte, esteio, escora forte
Que a todos escorou e de todos foi suporte.
Jeracina Gonçalves
06/02/2015
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