Aproximam-se
as férias de Verão (Já chegaram para alguns) e, com elas as viagens, os
passeios pelas matas, os piqueniques, as idas à praia, o campismo... Enfim, todas
as maravilhosas e saudáveis actividades que se podem praticar no Verão, em
contacto com a Natureza. A vida ao ar
livre com todos os benefícios que nos traz à saúde do corpo e do espírito, nos
retempera as forças depauperadas por um ano de trabalho para, depois,
recomeçarmos um novo ano em boas
condições físicas e mentais e darmos todo o rendimento possível nas tarefas que
tenhamos de desempenhar.
Todos temos
o "dever" - porque é um dever proporcionarmos ao nosso corpo e ao
nosso espírito as condições para que se mantenham saudáveis - de usufruir dos bens
que a Natureza nos proporciona. Mas há que fazê-lo com responsabilidade, com
civismo, com respeito pelos outros e
pelo ambiente.
"A
minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro." Eis a máxima
que cada um de nós deve interiorizar e
dela fazer bandeira. Fazer dela o lema regente
do nosso comportamento no quotidiano da nossa existência.
É tão
agradável saborear uma deliciosa merenda à sombra amiga das árvores frondosas
de qualquer mata, ou sob o abrigo protector de um toldo, olhando o mar, ouvindo,
sentindo, cheirando o mar, o vaivém e o marulhar das suas ondas, na companhia
de amigos e de familiares, num cálido dia de Verão! Porém, esses lugares – campo
ou praia - depois de os deixarmos, que fiquem tão limpos e cuidados como se ali
não tivesse estado ninguém: nem papéis, nem ossos, nem plásticos, nem latas,
nem garrafas... Nada deverá ficar a macular esses espaços, contribuindo
para a deterioração do meio ambiente e, por conseguinte, para a destruição da
Natureza. Todos os detritos deverão ser metidos em sacos plásticos e trazidos
para o contentor do lixo. Custa tão pouco e manteremos esses lugares limpos,
proporcionando aos que os ocupem depois
de nós, o mesmo prazer que nós proporcionaram.
É deprimente
passearmos pela mata ou pela praia e encontrarmos espalhados pelo chão toda a
espécie de resíduos, dando a conhecer o baixo nível, a falta de civismo e de
respeito pelo seu semelhante das pessoas
que utilizaram esses espaços. Um ambiente limpo e saudável é um bem e
um direito que pertence a cada um
de nós, e todos temos o dever de
contribuir para que esse bem se mantenha
em perfeitas condições.
Cuidado com
os incêndios! A ponta de um cigarro mal apagada, um caco de vidro que ficou na
mata exposto aos raios ardentes do sol de Verão, uma fogueira que se fez e que
não se apagou convenientemente… São
“pequenos descuidos” que podem dar início a incêndios de proporções
incalculáveis, com grandes prejuízos tanto para a vida vegetal, como para a
vida animal, proporcionando também enorme
poluição do ar, sem esquecermos o enorme peso que os incêndios têm na
economia do País.
Portugal era
um país maravilhoso, coberto por
extensas florestas muito verdes, de árvores majestosas; e, apesar de continuar um
país muito bonito, perdeu alguns dos
seus encantos e muita da sua riqueza com os inúmeros incêndios que o têm
assolado desde há alguns anos. A serra
do Marão, a do Gerês, a de Sintra... e tantas outras, que foram povoadas por
grandes florestas, são agora cobertas por uma vegetação rasteira, a maior parte
composta de tojos, giesta, carquejas, urzes e, pouco mais. As majestosas
árvores que as vestiam desapareceram devoradas por incêndios devastadores, dos
quais, muitos poderão ter sido provocados por pequenos descuidos.
Cuidado! A
floresta é património da Humanidade. É o
nosso escudo. Determina a nossa
qualidade de vida. Determina a qualidade do ar que respiramos. Se matarmos a
floresta a nossa vida corre perigo. A vida Humana, a vida na Terra corre o
perigo de extinção.
Vivamos as
nossas férias de Verão com alegria e descontracção, mas também com
responsabilidade e respeito por nós, pelos outros e pelo meio ambiente.
Jeracina Gonçalves
PS: Este texto foi escrito há muitos anos e publicado no
jornal da minha escola “RUA DA IMAGINAÇÃO”.
Parece-me um tema sempre actual. Resolvi
publicá-lo de novo. JG
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