O sol não ilumina o caminho dos prados floridos
A água já não banha as veigas da beira do rio
E a Lua nega-se a derramar o seu olhar prateado
Sobre as veigas moribundas do meu coração;
Mas a chuva a cantar de mansinho para lá da janela…
O canto da chuva para lá da janela
Traz-me à lembrança a voz
da criança
E o sonho, e a esperança
Que em mim fervilham e quero alcançar.
Com letras, palavras e frases
começo a manchar
o corpo virgem imaculado
da folha branca, despojada sob o meu olhar.
começo a manchar
o corpo virgem imaculado
da folha branca, despojada sob o meu olhar.
Despejo em seu seio pedaços que doem.
Pedaços, que de mim, quero afastar.
A minha alma veste a folha branca
desnudada sob o meu olhar
desnudada sob o meu olhar
com as lágrimas de cansaço que a prendem ao chão.
Enche-a de letras...
palavras conjugadas em frases que liberta do meu coração.
Enche-a de letras...
palavras conjugadas em frases que liberta do meu coração.
Eu queria escrever um poema.
Nele derramar todas as lágrimas
todo o cansaço que enche a minha alma.
Vestir com ele a folha branca.
Vestir com ele todas folhas brancas...
Eu queria escrever um poema que a minha alma não solta.
Vestir com ele todas folhas brancas...
Eu queria escrever um poema que a minha alma não solta.
Prende-o em si, numa dor que magoa.
Na vontade de ser forte quando a dor assola.
11/10/2015
Jeracina Gonçalves, Barcelos/Portugal
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