Este poema é antigo; mas, infelizmente, bem atual. 

A VIOLÊNCIA está bem ativa sob todas as espécies, com agressões de todos os géneros e por todos os meios; e é necessário combatê-la por todos os meios. JG

 

VIOLÊNCIA

Flui indómita, destruidora, qual rio caudaloso

sem açude ou levada que lhe regule o caudal;

arrasa e destrói em todas as direções.

A violência tomou posse dos nossos corações.

Ela está em toda a parte, domina todo o lugar,

desde a rua à estrada, da escola até ao lar.

Violência nas palavras… violência nas ações…

A violência tomou posse dos nossos corações.

Violência na estrada, no desporto, na diversão

nos desenhos animados, no cinema, na televisão…

Na TV, os noticiários … quase sempre ensanguentados:

pernas, braços, cabeças, mortalhas por todo o lado.

Bombas que matam e morrem – protesto de ideais;

outros… despejam bombas sobre casas e casais.

São as mulheres traficadas

(carne do vendilhão trancada em quatro paredes);

são mulheres espancadas, violadas, assassinadas…

são crianças abandonadas, vendidas agredidas;

são crianças violadas, são crianças trucidadas…

Violência, violência, violência…

Meu Deus! É só violência!

Ela está em toda a parte, domina todo o lugar

Nas casas pobres e ricas, ela tem o seu lugar

Mulheres… Jovens…Crianças…

Seres de todas as idades, raças, ou condição

Tombaram e tombarão

Sob a força da chibata do asqueroso vilão.

Violência nas palavras… violência nas ações…

A violência tomou posse dos nossos corações.

                                                                    Jeracina Gonçalves

                                                                    Barcelos/Portugal