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domingo, abril 11, 2021

A FONTE E A VIDA

Um templo de luz de fluida chama
Em cascata a descer pela montanha
Inunda toda a vertente
Espraia-se pelo vale em forma de fecundo lago.
Lago de vida a crescer e a multiplicar-se
Sob o amplexo do seu abraço criador,
Que é vida, que é alimento, que é beleza,
Que é cor e é sabor.
E cria belos recantos de puro encantamento
Para a minha alma
E para o meu corpo profícuo e salutar alimento.

Lago fecundo, em vida e em beleza,
Em permanente mutação.
Assim como a vida. A nossa vida.
Essa linha irregular tão frágil, tão insegura…
Feita de mutações variadas ao longo de toda a vida.
Nem todas aconchegantes entre aveludados coxins.
Algumas são pedra britada e muros caídos,
Que só a custo, muito a custo, são reerguidos;
Outras são planuras estéreis, insípidas,
Despidas dos outeiros e dos vales que à vida dão a beleza e o sentido;
Algumas são cânticos, são risos…
Fluem por alamedas de rosas alegres e perfumadas.

A vida. A nossa vida
É feita de mutações inconstantes, volúveis…
Variadas.
De personalidade instável.

A vida. A nossa vida
É um rolar permanente de dúvidas, de incertezas.
Tão depressa nos abraça e nos abre caminhos perfumados,
Como nos atulha o caminho de pedra britada.
Pedra angulosa, que nos fere os pés. Deixa-os a sangrar.

A vida. A nossa vida.
É feita de mutações variadas, inconstantes, volúveis.
De personalidade instável.

Um templo de luz de fluida chama
Em cascata a descer pela montanha
Inunda toda a vertente
Espraia-se pelo vale em forma de fecundo lago.
Lago fecundo, em vida e em beleza,
Em permanente mutação.
Assim como a vida. A nossa vida.
Essa linha irregular, tão frágil tão insegura…
Um rolar permanente de dúvidas, de incertezas.
Mas é a vida. A nossa vida.
Tempo para amar, para rir, brincar, chorar…
Viver!
Há que agarrá-la com a alma, com o coração
E com ela caminhar, sem esmorecer,
Tendo por guia a esperança a iluminar o olhar.

É a vida. A nossa vida:
Tempo para amar, rir, brincar, chorar: Viver!
Há que agarrá-la com alma e coração
Com ela caminhar sem esmorecer!

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 23/08/2020

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