Abro a janela do meu quarto e os meus olhos sorriem encantados.
Por eles entra o azul límpido e transparente bordado a filigrana de prata pelas árvores de folha caduca e desenhado pelas aves brincalhonas, que o riscam aleatoriamente em vários sentidos. Uma imagem que encanta o meu olhar, mas sombreia o meu coração. Esse traz-me imagens de dor, de sofrimento, de morte, colhidas há anos (não muitos) no nosso querido Portugal, quando foi necessário levar a água em camiões-cisterna às populações de diversas regiões de Trás-os-Montes, Beiras, Alentejo e Algarve, para sobreviverem. E animais morreram nos pastos, vitimados pela fome e pela sede.
O meu coração mostra-me agora essas imagens, que ficaram lá indelevelmente gravadas, quando na primavera seguinte regressava do Algarve e visualizou na berma da autoestrada as carcaças dos animais mortos no verão anterior.
O clima está indubitavelmente a mudar a passos largos. Façamos a nossa parte para tentar conter o seu avanço. Cada um, individualmente, pode reciclar, fazer compostagem, travar o consumismo, poupar energia, poupar água, plantar árvores… e muito mais.
São ações que todos podemos executar e que poderão ajudar a travar este grito angustiante da Terra, que entoa por todo o planeta das mais diversas formas.
É pouco? Pois é. por isso não custa nada. E se todos fizermos um pouco… o pouco, muitas vezes repetido, faz o muito. O importante é que todos caminhemos no mesmo sentido, e digamos ao Universo que estamos cá e gostamos de cá estar, e queremos continuar cá. E queremos que os nossos descendentes continuem por cá a usufruir da beleza deste planeta maravilhoso, que é a nossa casa – A TERRA.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 28/01/2022
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