"EU E OS OUTROS, DAQUI E DALI", será um espaço de reflexão e de registo de imagens e pensamentos colhidos e construídos nas vivências do dia-a-dia, que poderão ser em prosa, em verso, ou imagem.
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terça-feira, junho 21, 2022
sexta-feira, junho 17, 2022
São já terra ressequida onde a vida está a morrer.
A água é a vida! Não se pode deixar morrer.
Tudo é preciso fazer para que continue a correr
E pela Terra derrame sua alegria e frescor
Saúde, beleza, energia, comida e amor.
Cada um, só por si, muito poderá fazer.
Cada gota esbanjada é um pedaço de vida
Sejamos barreira, sejamos contenção
Ao avanço acelerado da destruição:
Plantemos árvores, cuidemos das florestas, reciclemos,
Afrouxemos o consumismo, os resíduos…
quinta-feira, junho 16, 2022
A LIBERDADE DE PENSAMENTO
Alguém disse um dia:
Desde que, do pensamento,
Não haja expressividade
Sem barreiras na expressão.
O pensamento é secreto.
Não pode ser alcançado
Sem permissão do pensante.
Pode sonhar, pode voar,
Tomar qualquer forma
Estar em qualquer lugar.
Andar por onde quiser
Seguir nas asas do vento...
Ser audível para o outro,
Formalmente entendível.
Só por metáforas e códigos
Poderá ser exprimido.
“A liberdade de pensamento é a única liberdade.”
Em meu humilde entendimento
Desde que, do pensamento,
Não haja expressividade
Entendível para o outro.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 16/06/2022
segunda-feira, junho 13, 2022
sábado, junho 11, 2022
quinta-feira, junho 09, 2022
ERVAS DANINHAS
Entre códigos e algoritmos espreitam olhares invisíveis.Felinos, secretos, esperam a presa.
Como o animal bravio à espera da presa para se alimentar,
Esperam o momento para o seu laço lançarem.
Entram, esmiúçam baús, cofres secretos
Mexem, remexem…
Conspurcam o teu relicário, o baú dos teus segredos
e dos teus afetos,
Apoderam-se da tua alma e dela fazem festim.
Seus olhos vampirescos do teu sangue se alimentam.
Felinos, secretos, espreitam invisíveis olhares.
Como toupeiras, cavam galerias subterrâneas.
Esquadrinham o espaço.
Felinos, secretos, esperam o momento de laçarem suas presas.
Mexem, remexem, escarafuncham seus espaços,
Roubam, traficam, chantageiam…
Lançam a anarquia o desconcerto, a desordem, a confusão
Onde tudo estava certo, decorria sereno, ordenado, seguro
Surge o caos, o desconcerto, a desorientação.
São escória deste tempo.
São as ervas daninhas deste prado cibernético.
domingo, junho 05, 2022
CUIDEMOS DA NOSSA CASA
CUIDEMOS DA NOSSA
CASA
Sobre a flor viva do mar
ascendo depois ao espaço,
outro planeta outra Terra
quando esta Terra acabar.
Num ledo e manso sonhar
sigo p'ra outro lugar.
em busca d' outro planeta
No dorso de um golfinho
esta é a casa que tenho.
nem aos seres que nela habitam
são desta casa o alento,
Com cabeça e coração
com todos coabitar
deles recebo saúde, alegria
Cuidemos da nossa casa!
quinta-feira, junho 02, 2022
AME
Ame. Conjugue o verbo amar.Ame um homem, uma mulher
Ame o que no mundo tem vida
E também o que não a tiver.
Ame o céu, ame as estrelas
Ame a terra, os rios e o mar
Ame. Conjugue o verbo amar
Sempre e onde estiver.
Ame o que no mundo tem vida
E também o que não a tiver.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 14/02/2019
quarta-feira, junho 01, 2022
NO PRINCÍPIO ERA UM ASSOBIO |
Às quintas-feiras a cidade transformava-se numa grande feira. Parecia que toda a população de Portugal e de Espanha tinha decidido convergir para Barcelos para celebrar qualquer coisa que eu não entendia bem, mas achava que deveria ser algo de bom, pois as pessoas pareciam estar felizes e eu tinha sempre direito a um assobio. As temporadas que passava, em pequena, em casa dos meus avós maternos, passavam-se sempre sob o signo desta festa.
Vice-Reitora para a Cultura, Museus e Editora Publicado por Jeracina Gonçalves Newsletter nº 98 da Universidade do Porto |
O MEU CORAÇÃO INTERPELA-TE, SENHOR!
Como alegres rouxinóis de ramo em ramo a chilrear,
Límpido e ondeante riacho de rocha em rocha a cantar,Assim as crianças que vejo, daqui, da minha janela,
No recreio da escola, a correr, a rir e a brincar.
Belas e sadias sementes no prado a desabrochar (em).
O meu coração, cativado, absorve a melodia
Que entra pela minha janela no raiar deste dia.
Porém, o meu pensamento, cioso do meu coração,
Agarra o meu coração e leva-o por outros lugares,
Pelo mundo… de lugar… em lugar…
E a sombra desce, e a sombra cresce e cobre o meu olhar.
Porquê, Senhor? Crianças! Apenas crianças, Senhor!
E a sombra desce, e a sombra cresce e cobre o meu olhar.
Crianças espoliadas dos seus direitos de crianças serem,
Como crianças viverem, e crescerem.
Crianças que mordem o pó do chão sob a metralha assassina,
Sob o aguilhão da fome, da sede, da malvadez dos homens…
E a sombra desce, e a sombra cresce e cobre o meu olhar.
Deixa o meu coração magoado.
Crianças! São apenas crianças...
São no mundo a sementeira, o roseiral a florir
Mal começaram a viver e já têm que morrer!?
O meu coração, magoado, interpela-Te, Senhor:
Crianças.... São apenas crianças...
Mal começaram a viver e já têm que morrer?
Senhor, Tu que tens todo o poder,
Cada um dê, de si, o melhor para construir o amor,