A FORÇA DO OLHAR
Passei, olhei, e nada vi. Os meus olhos apenas olharamNão viram, passaram adiante. O meu olhar não estava ali.
Porém, algo se revelou em mim. Voltei atrás. Olhei de novo.
Sentado num banco, que não vi, um homem,
Cabelos brancos, roupas modestas, olhava para mim.
Seus olhos iluminados por uma luz azul,
Intensa, mas serena e terna, olhavam para mim:
A força do olhar, com que me olhava, vinha de dentro,
Da raiz do coração no brilho da luz que o iluminava.
A força do olhar com que me olhava, como um rio de paz,
Abriu para mim uma estrada quieta, serena, tranquila,
A desaguar nas águas intranquilas da minha emoção.
A força daquele olhar iluminado por uma luz azul,
Serena e terna, quando o meu olhar tocou
Foi uma corrente elétrica que todo o meu ser trespassou.
O meu coração, com aquele olhar, para sempre ficou.
A força do olhar, que nasce no coração,
É a força que arrebata outro coração
E nos braços do amor os carrega até ao céu.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/ Portugal, 11/07/2022
PS: Este poema, que foi agora revisto, resultou de um exercício proposto por Ana Coelho, da Rádio "Voz de Alenquer" JG
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