Gosto de escrever. É uma necessidade, quase um vício. Faz parte de
mim. É intrínseco ao meu Ser.
Utilizando o ecrã do meu computador
ou uma esferográfica e qualquer pedaço de papel em branco, todos os dias tenho de
escrevinhar qualquer coisa, mesmo que seja apenas uma qualquer despretensiosa
frase. Faz-me falta. Faz-me bem. Ajuda-me a despegar os pés da terra, a
evadir-me por entre a dimensão do sonho, esquecendo um pouco a realidade menos
prazerosa que, às vezes, domina o meu quotidiano.
Não há melhor remédio, quando o tempo cansa e se faz comprido, para encurtá-lo e torná-lo apetecível, rápido, alado. Ganha asas como por milagre. Voa e leva-me para lugares amenos que enchem o meu coração e levam de mim o cansaço que me estagnava a alma. Mantinham-na presa, dolente, em circuitos fechados ao ar e à luz da vida. E a própria alma ganha asas e voa para lugares que só ela sabe identificar. E o poema, o texto às vezes está ali, à espera que lhe abra a porta, completamente pronto. Formou-se sem que me tenha apercebido e brota livremente, como nascente a brotar livre e fluida da rocha, mal lhe dou oportunidade. Flui como uma torrente límpida, sem escolhos no caminho. Outras vezes cresce uma barreira no leito, como se qualquer enxurrada entulhe e trave o fluxo espontâneo da torrente. E as palavras empilham-se, sem nexo, contra o muro da barreira à espera que surja uma brecha por onde possam gotejar, uma a uma, e se organizarem em frases. Pouco a pouco o poema ou o texto vão crescendo e agarram o tempo, que, então, escorre como areia seca por entre os dedos.
Não há melhor remédio, quando o tempo cansa e se faz comprido, para encurtá-lo e torná-lo apetecível, rápido, alado. Ganha asas como por milagre. Voa e leva-me para lugares amenos que enchem o meu coração e levam de mim o cansaço que me estagnava a alma. Mantinham-na presa, dolente, em circuitos fechados ao ar e à luz da vida. E a própria alma ganha asas e voa para lugares que só ela sabe identificar. E o poema, o texto às vezes está ali, à espera que lhe abra a porta, completamente pronto. Formou-se sem que me tenha apercebido e brota livremente, como nascente a brotar livre e fluida da rocha, mal lhe dou oportunidade. Flui como uma torrente límpida, sem escolhos no caminho. Outras vezes cresce uma barreira no leito, como se qualquer enxurrada entulhe e trave o fluxo espontâneo da torrente. E as palavras empilham-se, sem nexo, contra o muro da barreira à espera que surja uma brecha por onde possam gotejar, uma a uma, e se organizarem em frases. Pouco a pouco o poema ou o texto vão crescendo e agarram o tempo, que, então, escorre como areia seca por entre os dedos.
Hoje aqui estou tentando
escrever qualquer coisa que transmita uma ideia, ilustre um quadro de Amor, enobreça um pensamento, mas as palavras, as frases ficam presas numa barreira
hermética que não deixa escapar qualquer gota que possa tornar-se a essência de um novo poema, ou de qualquer texto minimamente apetecível. Um vazio me enche, e domina cada
uma das minhas emoções.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal,15/05/2015
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