NA PENUMBRA DO
ENTARDECER
“Na penumbra do
entardecer
escondeu-se teu brilho ardente
escondeu-se teu brilho ardente
e o cheiro da terra
quente,
que deixaste em teu lugar”
que deixaste em teu lugar”
em volutas pelo ar
entra-me pelas
narinas
embriaga-me os sentidos
embriaga-me os sentidos
e em mim vem despertar
as radiosas auroras
doutros tempos,
noutros lugares
sob o lençol das
estrelas
nos braços vigorosos do mar.
nos braços vigorosos do mar.
A neblina cresce sobre o mar
E embarga o meu olhar.
E embarga o meu olhar.
Nesse barco da
memória
em que me deixo embarcar
em que me deixo embarcar
nesse barco, a
navegar,
vagueio pelos mares d’outrora
vagueio pelos mares d’outrora
e pelas radiosas
auroras
com cheiro a maresia,
com cheiro a maresia,
iluminadas com
estrelas
a luzir durante o dia
a luzir durante o dia
que me apraz recordar.
Nesse barco da
memória,
nesse barco a navegar
nesse barco a navegar
sulco as vertentes da
serra
sulco as ondas alterosas do mar
sulco as ondas alterosas do mar
bebo a luz límpida
das estrelas
boio na fluidez ondulante do ar.
boio na fluidez ondulante do ar.
Nesse barco da
memória
nesse barco a navegar
nesse barco a navegar
venço as procelas da
vida
venço os baixios deste mar.
venço os baixios deste mar.
Jeracina Gonçalves, Barcelos/Portugal
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