Senhor, eu não sou santa. Demónio também não sou.
Há coisas neste mundo difíceis d’entender
Coisas que me fazem doer
Com as quais eu não me dou:
Com as quais eu não me dou:
Gente que sofre horrores só para sobreviver
Outra, como vampiros, atraiçoa-a no seu crer,
Suga-lhes o sangue, a alma, até a morte ocorrer.
Senhor, não gosto de isto ver!
Quem me dera ter as armas pra isto subverter!
Essas aves predadoras, esses chacais assassinos,
Sem olhar que o outro pisam, que sangra pelo olhar
Rompem a vida, os sonhos, de homens, mulheres e meninos
Depenam-nos ao infinito e abandonam-nos à sua sorte
Até lhes causarem a morte.
Tanta maldade, Senhor, tanta avidez pelo ter
Faz minha alma doer.
Senhor, não gosto de isto ver!
Quem me dera ter as armas pra isto subverter!
A Terra é lugar belo para se amar e viver.
Porém causa-me questões difíceis de entender:
Por que há uns com tanto e outros sem o mínimo?
Nem sequer para comer?
Senhor, Meu Jesus, põe cobro nesta aberração:
Que toda a gente do mundo, dia-a-dia, tenha o pão
Um teto, um abraço, uma mão na sua mão.
A esses “donos do mundo” abre-lhes o coração.
Fá-los olhar para baixo. Que vejam onde põem os pés.
Peguem as mãos dos pisados e caminhem com eles.
Ao lado!
Ao lado!
Tanta maldade, Senhor, tanta avidez pelo ter…
Voracidade tamanha...sem olhar que ao outro dói,
Faz minha alma doer.
Senhor, não gosto de isto ver!
Quem me dera ter as armas pra isto subverter!
Jeracina Gonçalves
21/04/2015
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