Um mar sereno, lindo, recebe o meu olhar fascinado.
Não consigo afastar os meus olhos do seu brilho prateado a delinear a linha do horizonte.
É lindo! Está lindo! Apascenta-me o coração.
Um casal passeia-se sobre o enrocamento colocado há anos para abrandar o impacto das ondas na costa arenosa. Abraçam-se. Vejo-os em contraluz. Esta imagem encanta-me. Gostaria de ser eu ali, naquele lugar, nos braços do Amor.
Gosto do mar. Gosto deste mar tranquilo, calmo, espelhado. Este mar que me atrai, me seduz, e transporta a minha alma nas asas do sonho para lugares que só o meu coração conhece. Mas não posso esquecer que estamos em finais de Novembro. Este tempo não é deste tempo. E, se assim continua, vai causar-nos muitos dissabores.
É preciso que este azul belo e transparente da abóbada celeste carregue nuvens cinzentas, que se desfaçam em lágrimas contínuas, persistentes e amigas da natureza. Lágrimas clementes para com a terra queimada, sofrida: a terra despida pelos fogos, que a assolaram. Despojaram-na impiedosamente de todas as suas vestes. Precisa das lágrimas piedosas de um céu clemente e pai; nuvens que carreguem Amor e Vida.
Jeracina Gonçalves - Barcelos/Portugal
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