Daqui, da janela do meu
quarto, comungo o azul transparente, bordado pelas flores brancas e pelo verde tenro
das folhas da ameixoeira em início de floração, pelo rendilhado do plátano
despido e do pinheiro nórdico vestido de verde-escuro, brilhante, num rendilhado
de malha mais espessa, mas de igual beleza, gravados na tela azul: fazem cortina
em primeiro plano. E este quadro de beleza simples, singela, mas única, com que
a natureza me brinda hoje, pela manhã, sonorizado pela alegria infantil em hora de recreio, entra-me
pelo olhar e vai alimentar a minha alma, sempre sedenta da beleza pura e natural
com que somos agraciados, a cada momento, se tivermos a capacidade de
deixar-nos encantar pelas coisas simples que nos vestem o quotidiano: pequenos momentos de paz e tranquilidade, que apascentam espírito e nos fazem sentir que a vida é bela e vale a pena ser vivida e sentida com o coração.
Jeracina Gonçalves
22/03/2018
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