DO MOSTO À PALAVRA
Terra morena, de belos cantares,
vastos vinhedos, sobrais, searas e olivaisem teus horizontes se perdem meus medos
dilato meus olhos, descubro segredos
que rondam os céus.
Terra crestada, adega e celeiro,
o sol te abraça com ardente paixão.
És terra morena. E nesse teu chão
és terra de pastos, de azeite, de vinho e de pão.
Dos mostos ferventes, nas dornas e lagares,
odores feiticeiros, em prenhes outonos, em mares ondulantes evoluem em teus ares…
Essências puras nos teus céus a evolar,
em cubas, pipas e tonéis vão descansar.
Néctares sublimes,
dignos dos deuses o Éden a desfrutaremde taça em taça,
entre comparsas, a circular
aquecem o sangue,
libertam a palavra, o riso, a alegria…
Atiçam a tertúlia!
Do mosto à palavra, sem abusar
o sangue da uva é pura alegria no sangue a circular.
Do mosto à palavra, sem abusar…
É riso, é alegria no sangue a circular!
Jeracina Gonçalves
Barcelos, 19/04/2017
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