Que envolvem este silêncio:
No centro, à mesa sentada,
Sinto meu coração denso.
A da esquerda, a janela;
Na de trás há dois postigos
A da direita é singela.
Este silêncio me
enfada
Pesa-me no coração.
Olho as paredes, cansada!...Pesa-me no coração.
Sufoca-me a solidão.
Paro. Escuto o silêncio.
Escuto-o com muita atenção:
Voando nas asas do vento
Chega até mim a canção.
Puros sons da
Natureza
Entrecruzam-se no ar.Sinto-lhes singular beleza!
É melodia sem par!
Muge a vaca, ladra
o cão
Canta o galo e o garnisé;Malha o ferro, o artesão,
E o choro da criança
Acontece aqui ao pé.
Diz a mãe em tom zangado:
- Vê se te calas! Já basta!O rodar do automóvel
Conforme chega se afasta.
E também a
passarada
Faz um concerto divino:Toca flauta, guitarra,
Violão e violino.
A minha alma está leve.
Envolve-se na melodia.A Natureza e seus cantares,
Devolveram-lhe a fantasia.
Jeracina Gonçalves
"in" JANNELA ABERTA
Sem comentários:
Enviar um comentário