És aconchego e és mistério
Tão profícuo e tão belo
Com tanto pra desvendar
Em ti afogo o meu cansaço
E a minha alma recobra
Deste tempo vão e lasso
Envolve-me no teu abraço
Com tua voz sussurrante
Voz carinhosa de amante
Aconchega a minha alma
Neste tempo de cansaço
Sobre a Terra a deslizar
Gosto de ti, querido mar!
Gosto do teu manso ondular
Quando estendes meigamente
O teu corpo sobre a areia
Que vens na praia beijar
Gosto desse jeito sedutor
Que despertas o meu sonhar
Na paz da noite escura
Escutar teu marulhar
Tuas águas navegar
É paixão que m’arrebata
Ao meio dia salva de prata
A deslumbrar o meu olhar
Gosto de ti, ó mar!
De manhã ao meio dia
Quando o sol se vai deitar
Gosto da tua mansidão
Mas de ti tenho aversão
Quando vestes tua cólera
E matas sem compaixão.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 16/11/2020
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