Gosto de mim, gosto dos meus filhos, gosto dos meus netos, gosto dos meus irmãos, gosto dos meus amigos, gosto das pessoas, gosto do mar, gosto da serra, gosto do campo, gosto das flores, dos pássaros, da luz, das estrelas, gosto da primavera, do verão, do outono… Gosto da vida, gosto de viver, gosto da minha alma livre, gosto de ser eu. Gosto de ser eu, tal como sou, com as minhas fragilidades, com as minhas emoções, com as minhas alegrias e as minhas dores. Gosto de abrir a janela do meu quarto e da minha alma, todas as manhãs, e extasiar-me com a luz do amanhecer, com o gorjear dos pássaros, com a mutação da natureza ao longo dos dias, dos meses, do ano… Gosto até da minha ingenuidade, que me faz acreditar que todas as pessoas são confiáveis, mesmo sabendo que isso não é verdade. Mas prefiro sempre acreditar na sua bondade e confiar nelas. Claro que essa minha credulidade tem-me causado grandes dissabores e muitas lágrimas. Mas a minha alma mantém-se intacta: aberta à beleza e ao bem. E estou grata a Deus pelo que dia-a-dia me dá e pela paz que preenche o meu coração, neste tempo de confinamento, de solidão, sem o conforto de um amigo, de um abraço ou de um beijo dos seres que moram no meu coração. E, comparando-me com a dor que percorre o meu pais e o mundo, sinto-me uma felizarda.
Meu Deus, tem piedade dos Teus filhos e dá-lhes a força, a resistência, o ânimo e o bom senso para vencermos esta pandemia, que parece determinada a destrui-nos.
Jeracina GonçalvesBarcelos/Portugal, 31/01/2021
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