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sábado, outubro 07, 2017

"O que me preocupa não é o grito dos violentos. É o silêncio dos bons. "
Sathya Sai Baba


"Em meu entender os bons também gritam. São gritos surdos, mas intensos, os seus. E se estivermos atentos, se os quisermos ouvir, ouvi-los-emos por entre o clamor do caos moral que cresce e sufoca as sociedades contemporâneas. 
O que acontece é que tantas vezes nos deixamos ludibriar e desorientar pelo clamor dos outros, dos violentos e dos oportunistas, que não atentamos nos gritos dos bons.  Não deixamos que a sua força atinja os nossos tímpanos. Porque não queremos; porque não os entendemos e até os apelidamos de loucos e de seres despersonalizados. Mas eles gritam e manifestam a sua indignação e a sua revolta ao descalabro que reina na sociedade de hoje, através da força das suas ações: quando ao ódio opõem o amor; à traição a lealdade; à mentira a verdade; à vingança o perdão. O seu grito é mudo, mas enérgico, veemente. Não faz barulho vibrante, mas está lá, na força da sua caminhada honesta e generosa por entre o caos moral que cresce e domina. 
Os que não gritam são outros. Às vezes até se manifestam contra a desordem moral, que corre; mas, na verdade das suas ações, acomodam-se: "Maria vai com as outras." É a maneira mais fácil e mais cómoda de levar a vida. Tem pouco desgaste e é a mais proveitosa; a que dá mais reconhecimento e status. 
Mas esses, a meu ver, não são os bons. São os "bonzinhos". que se vão deixando levar e vão sendo arrastados pela maré. Por comodidade e comodismo, vão-se moldando por ela, porque é o mais fácil e é o que dá menos trabalho. 
Aproveitam-se, na prática, da imoralidade vigente, e são, a meu ver, a fatia maior. 


Jeracina Gonçalves
(MJRCG)
Barcelos/Portugal

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