A maldade humana é um sentimento perverso, destrutivo, maligno, que acarreta sofrimento à vida, à humanidade, contrário ao seu desenvolvimento saudável e natural, que, a meu ver, é de aperfeiçoamento, bondade, crescimento, alegria, motivação, amor, tolerância, perdão. Não posso conceber que seja outro o sentido da vida. Não posso conceber que seja o de infligir dor e sofrimento ao outro, ao que é colocado sob a mira desse sentimento negativo, pérfido, malvado. Seria extremamente cruel, desmoralizante, contraditório.
Não, não é essa a finalidade da vida.
Os sentimentos que o maldoso carrega, de ódio, vingança, inveja, hipocrisia, criam seres amargos, invejosos, agressivos céticos, cruéis. O maldoso é a principal vítima da maldade que alimenta. Todos esses sentimentos negativos recaem sobre si próprio e vão roendo o seu coração, deixando-o incapaz de ver no outro, no seu semelhante, uma centelha de luz. Todos são maus, cheios de defeitos, cheios de pontos negativos, que usa a seu modo, para os denegrir e criar-lhes situações dolorosas. Andará sempre à procura da brecha para atacar as suas vítimas.
A meu ver, as pessoas que praticam o mal, são infelizes e amargas. A maldade não pode promover a felicidade.
Mas, se é assim, por que há tanta maldade no mundo? O ser humano será, logo à nascença, mau ou bom? Determinada percentagem nascerá sob o signo da bondade e outra sob o signo da maldade, ou neutra? Será a criação, a forma e o ambiente em que é criado, a fazê-lo bom ou mau?
Lembro-me de uma história que circulava nas redes sociais há tempos, na qual um velho índio, a essa pergunta, respondia que todos nós temos dentro de nós dois lobos: um mau, outro bom. Sobrevive o que alimentarmos.
Se calhar o velho índio tinha razão. Todos temos momentos em que nos sentimos perversos, capazes desejarmos e praticarmos o mal contra alguém, ou porque nos atacou e nos fez infelizes por algum motivo, ou simplesmente por estarmos mal dispostos, zangados com a vida, que não corre a nosso gosto, e descarregamos no outro a nossa incompetência para a encararmos.
Vigiemos os nossos dois lobos. Alimentemos o bom, de forma a dar-lhe força para vencer o mau, fazendo que a bondade prevaleça, e possamos ajudar a fazer a transformação, deste nosso mundo, para melhor.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 14/06/2021
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