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quinta-feira, julho 08, 2021

A QUARTA VAGA

Hoje procuro palavras para construir o poema.
Procuro palavras-flor. 
Palavras que exalem perfume de paz 
Sejam a expressão do amor. 
Sobre a terra em sofrimento
Sejam entusiasmo alegria alento.

Hoje procuro palavras para construir o poema. 
Procuro palavras-amor.
Palavras que sejam motor de mudança, elos de união
Arrasem a indiferença, o egoísmo, o individualismo; 
Palavras que celebrem a ligação de todos. Sem distinção 
De idade, sexo, cor, estrato social ou religião
Contra esta guerra global
Que derruba  a humanidade. 

Hoje procuro palavras para construir o poema. 
Procuro palavras em vão!
As palavras já estão gastas, velhas, cansadas, vazias de conteúdo.
Já não têm expressão.
Há que dar corpo às palavras.
Dar-lhes a densidade que as transmutem em ação.
Encorpá-las, recriá-las, dar-lhes vida, expressão.
Sejam água, sejam pão, paz, saúde, solidariedade;
Neste mundo em sofrimento sejam lenitivo para a dor.
Apaguem deste mundo o egoísmo, o individualismo…
Nos corações das gentes, das gentes de todas as idades, 
Sem distinção de cor, sexo, religião, estrato social,
Derramem amor, solidariedade, sentido de unidade.
Que todos se sintam ligados pelo mesmo elo de responsabilidade. 
Somos a expressão do mesmo todo, uno, que é o universo. 
Só como um todo poderemos vencer esta guerra.
Só de mãos dadas poderemos esta guerra vencer.

Hoje procuro palavras para construir o poema. 
Palavras que sejam ação no caminho da mudança 
Onde o objetivo de todos seja um mundo melhor.
Hoje procuro palavras para construir o poema.
Palavras que exalem perfume de paz e sejam a expressão do amor. 

Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 08/07/2021


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