INVISÍVEIS AO OLHAR
Andam por aí, em volta de nós, energias diversas, “coisas” invisíveis ao nosso olhar desarmado, mas que influenciam as nossas vidas nos nossos humores, no nosso modo de estar com e de sentir o outro, na nossa saúde, nos nossos relacionamentos…
E não precisamos de procurá-las em além fronteiras desta nossa dimensão humana (também as poderemos encontrar por aí, mas de outra espécie). Estas são naturais. São deste nosso espaço terreno e, muitas, fazem parte de nós e são-nos essenciais; outras, porém, causam grandes transtornos na nossa saúde e na nossa existência quotidiana.
Refiro-me às bactérias, aos vírus e aos fungos, que circulam por aí, em nós e em volta de nós, mas os nossos olhos desarmados não conseguem descortiná-los, e são causadores de grande parte das doenças que afetam a humanidade. E temos o exemplo bem recente do COVID19, que continua connosco e a impor regras ao nosso quotidiano. Essa “coisa” minúscula, que nem vida tem, mas que tem a força demoníaca de se apropriar do ser humano, impor-lhe as suas regras e usá-lo como meio de transporte para percorrer o mundo, arrasar as economias, impedir-nos o convívio aprisionando-nos como pássaros na gaiola, mudar a forma de nos relacionarmos e de trabalharmos e disseminar fome, solidão e morte por todo o mundo. E, quando julgávamos ter o controlo sobre ele, escapa-se por entre a malha larga das suas mutações, informando-nos que está connosco e connosco quer ficar. Graças à sua força demoníaca de renovação vai adquirindo características novas a cada mutação e fura todas as barreiras que julgávamos ter colocando entre nós e ele. Surge novo, com caraterísticas novas, a cada momento, esplendoroso e cheio força, continuando a arrastar consigo para a morte seres humanos que, pela idade ou por outras razões de saúde, são mais débeis. E são já alguns milhões os que pereceram sob a sua vontade demoníaca.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 26/05/2022
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