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sábado, janeiro 16, 2021

MEU DEUS, MUITO OBRIGADA

No meu olhar não há desespero nem cansaço.
Há paz, tranquilidade e esperança no meu coração.

Acordo todos os dias, abro a janela do meu quarto,
Olho o céu, o sol, a chuva, oiço o vento, sinto o frio…
Estou bem. No meu frigorífico há comida para comer.
Mas, se não houver, posso sair e ir comprá-la;
Tenho a saúde e os meios para o poder fazer.

No meu olhar não há desespero nem cansaço.
Há paz, tranquilidade e esperança no meu coração.

Os meus filhos e os meus netos estão bem
A minha família e os meus amigos também.
O meu tempo, como um rio contínuo, permanente,
Flui tranquilo, sem cansaços nem o peso do tempo.
Corre rápido pelos escolhos agressivos deste tempo
Numa fluidez permanente, como rio sem escolhos.

No meu olhar não há desespero nem cansaço.
Há paz, tranquilidade e esperança no meu coração.

Apesar deste tempo proibitivo do que faz a vida bela
Apesar deste tempo vazio do que vale a pena ser vivido
Neste mundo onde tantos sofrem as ansias da fome
A farpa pontiaguda do ódio, da inveja, da indiferença
Onde tantos sofrem desespero de não terem uma côdea de pão
para comer ou dar aos filhos
Onde tantos desesperam sob o peso deste tempo despojado
Onde tantos de olhar esvaziado no vazio de quatro paredes
sofrem o desespero da solidão… 
Estou bem, a minha família está bem, os meus amigos estão bem
Tenho tanto para ser grata a Deus e à vida! 

No meu olhar não há desespero nem cansaço. 
Há paz, tranquilidade e esperança no meu coração. 

Olho o mundo. Sinto a dor que o percorre e fere tantas almas
com o aguilhão do desespero da fome do sofrimento 
Mas eu estou bem, a minha família e os meus amigos também.
No no meu olhar não há desespero nem cansaço
Há paz, tranquilidade, esperança e gratidão no meu coração.

Tenho tanto para ser grata a Deus e à vida!
Meu Deus, muito obrigada!

Jeracina Gonçalves 
Barcelos/Portugal, 16/01/2021

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