O Museu Nacional do Prado, em Espanha, anunciou que empreenderá este ano uma reorganização interna da coleção permanente, para que seja mais plural, inclusiva e com mais artistas mulheres.
Numa apresentação da programação para este ano, o diretor do Museu Nacional do Prado, Miguel Falomir, afirmou que a instituição cultural quer “voltar a dar destaque à coleção permanente, valorizá-la e descobrir as suas possibilidades de expressão”.
O objetivo da remodelação é ter um museu nacional “mais inclusivo”, com mais obras de mulheres artistas, de períodos históricos e de países “que tradicionalmente estão fora da coleção permanente”, escreve o diário “El País”.
Em comunicado, o Museu Nacional do Prado sustenta que a intenção é “incorporar e desenvolver novas narrativas com o que já existe nas suas coleções”, remodelando as salas dedicadas à pintura europeia do século XVIII, aplicar novos critérios nas salas dedicadas a Goya e à pintura espanhola, e criar “um discurso totalmente novo” para a pintura do século XIX.
Haverá ainda uma área, com três salas, dedicada à história do próprio museu, com a montagem de uma “instalação expositiva permanente” sobre a construção do edifício, sobre os equipamentos e o funcionamento do espaço museológico.
Entre as novas exposições anunciadas está “Paixões mitológicas: Tiziano, Veronese, Allori, Rubens, Ribera, Poussin, Velázquez, Van Dyck”, que abrirá em março, com obras que representam “cenas mitológicas centradas no amor e no desejo inspiradas nos grandes escritores da antiguidade greco-romana”.
Para outubro está marcada a exposição “Torna-viagem – Arte iberoamericana em Espanha”, que assinala a abertura do Prado “a novas geografias”, para “dar visibilidade à riqueza do património artístico que, proveniente do continente americano, permanece em instituições culturais, espaços religiosos ou coleções particulares”, como refere em nota de imprensa.
“O torna-viagem, ou viagem de regresso, que dá título a esta exposição, é a palavra que nos permite valorizar o contributo artístico do ‘novo mundo’ a Espanha, e por arrasto, à Europa”, explica o museu.
A agência noticiosa Efe conta que o aumento da presença de obras de arte de mulheres se concentrará na coleção dedicada ao século XIX, a partir de novas aquisições, embora o museu não tenha revelado quais.
O museu prevê ainda criar uma bolsa de investigação sobre mulheres artistas.
Sobre a atividade do museu, castigada pela pandemia da covid-19, com uma quebra de 70% do número de visitantes em 2020, o diretor afirmou que não tem um “plano B” para enfrentar um possível novo confinamento e que a instituição receberá cerca de cinco milhões de euros de ajuda de fundos europeus.
Fonte: pporto.pt
Publicado por Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal
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