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sábado, julho 09, 2022

 CANTA, ROUXINOL, CANTA!


Neste tempo sem valores, 
Onde a ética é ausente,
Pelo mundo alastra a fome, 
A morte, a destruição, a dor,
O canto do rouxinol, 
É uma meiga carícia 
No meu coração sofredor.

Canta, rouxinol, canta!
O canto do rouxinol
Diante da minha janela,
Tem ainda mais beleza, 
Tem ainda mais valor.

Canta, rouxinol, canta!
Não há canto como o teu. 
Diante da minha janela
O teu canto é puro e belo.
É um belo poema de amor. 

Canta, rouxinol, canta!
O teu canto é a esperança 
Contra tanto desamor.
O teu canto me consola 
De padecimentos e dores.

Canta, rouxinol, canta!
O teu canto, único alívio 
Para este grito impotente,
Que rasga todo o meu peito 
Com o afiado cortador.

Canta, rouxinol, canta!
O teu melódico cantar 
É tão saboroso e terno, 
Como o tronco de Natal
A arder no gélido inverno.

Canta, rouxinol, canta!
Teu cantar é belo, é único. 
Não há, como ele, igual!
É tão saboroso e tão terno 
Como um tronco de Natal.

                                                                                                                                       Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 28/06/2022

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