CANTA, ROUXINOL, CANTA!
Onde a ética é ausente,
Canta, rouxinol, canta!
Não há canto como o teu.
Canta, rouxinol, canta!
Teu cantar é belo, é único.
Pelo mundo alastra a fome,
A morte, a destruição, a dor,
O canto do rouxinol,
O canto do rouxinol,
É uma meiga carícia
No meu coração sofredor.
Canta, rouxinol, canta!
O canto do rouxinol
Diante da minha janela,
Tem ainda mais beleza,
Tem ainda mais beleza,
Tem ainda mais valor.
Canta, rouxinol, canta!
Não há canto como o teu.
Diante da minha janela
O teu canto é puro e belo.
É um belo poema de amor.
Canta, rouxinol, canta!
O teu canto é a esperança
O teu canto é a esperança
Contra tanto desamor.
O teu canto me consola
O teu canto me consola
De padecimentos e dores.
Canta, rouxinol, canta!
O teu canto, único alívio
Canta, rouxinol, canta!
O teu canto, único alívio
Para este grito impotente,
Que rasga todo o meu peito
Que rasga todo o meu peito
Com o afiado cortador.
Canta, rouxinol, canta!
O teu melódico cantar
Canta, rouxinol, canta!
O teu melódico cantar
É tão saboroso e terno,
Como o tronco de Natal
A arder no gélido inverno.
A arder no gélido inverno.
Canta, rouxinol, canta!
Teu cantar é belo, é único.
Não há, como ele, igual!
É tão saboroso e tão terno
É tão saboroso e tão terno
Como um tronco de Natal.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 28/06/2022
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