DIA MUNDIAL DA POPULAÇÃO
Ao folhear a revista Além-Mar, deparei com uma lista de “dias mundiais” dos meses de Julho e Agosto e surpreendeu-me ver um “dia mundial da população”: hoje, dia 11 de Julho.
Fiquei-me a refletir sobre o que este dia representa, qual é a essência desta nomeação, o que se pretende com ela; mas não sei se terei atingido o seu cerne.
Qual será a essência, o verdadeiro sentido desta nomeação?
Quererá trazer à ribalta a baixa natalidade que acontece na velha Europa (incluindo em Portugal) e as consequências dessa discrepância entre os que chegam e os que partem? Ou quererá compará-la, por exemplo, com a dos países africanos e árabes, onde grassa a seca e a fome provocadas pelas intempéries e pelas guerras infinitas que os assolam, e a natalidade é elevada? Quererá fazer-nos refletir sobre a fome, a seca, as guerras e todas as atrocidades a que é submetida uma enorme percentagem da população mundial? Quererá fazer-nos refletir sobre a enorme avalanche, sempre crescente, de refugiados que procuram encontrar, no mundo, um lugar de paz, onde possam viver, trabalhar e matar a fome própria e a dos filhos, e acabam por encontrá-lo entre as águas revoltosas do mar ou entre as quatro paredes de um camião, a monte, como animais irracionais, desidratados e sem ar que lhes alimente a vida?
Um dia?!…
São poucos os 365 dias do ano para nos dedicarmos a estes e tantos outros problemas diretamente inerentes à população. Todos nós: os que têm poder para fazer o necessário e o urgente para amenizar este estado de coisas; e nós, os que vivemos na sombra, sem alardes mas com convicção, fazermos a nossa parte, por pequenina que seja. Ainda que seja apenas a separação dos lixos, mesmo que possa parecer-nos que nada tem a ver uma coisa com a outra. Mas não é verdade. Tudo está ligado. Tudo está interligado e vai levar ao mesmo resultado final.
Se pensarmos bem, sabemos que assim é.
Toda a água corre para o mesmo mar.
Jeracina Gonçalves
Barcelos/Portugal, 11/07/2022
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