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quinta-feira, julho 14, 2022

 DO TEU SANGUE SE ALIMENTAM

 

Sem céu nem inferno para se acoitarem
Circulam almas penadas dissolvidas no ar
Fantasmas transparentes que não têm lugar.
Seus invisíveis olhares perscrutam o ar
Penetram paredes consistentes,
Como aranhas traiçoeiras atiram o fio
Para te enredarem e tecem a teia.

Conspurcam o teu relicário, o baú dos teus segredos
Onde tua alma guardavas.
Apoderam-se da tua alma. Dela fazem festim.
Do teu sangue se alimentam.
Seus invisíveis olhares enredam-te na sua teia,
Estrebuchas, gritas, pedes socorro.
Palavras perdidas no vento.

Tomam tudo o que é teu, 
Dispersam-no pela teia em volta de ti.
Estrebuchas, gritas, pedes socorro.
Palavras perdidas no vento.
Dissolvidos no ar circulam por aí. 
Enredam-te na sua teia.
Do teu sangue se alimentam.

                                                    Jeracina Gonçalves
                                                    Barcelos/Portugal, 08/06/2022

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